segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Usando bem o dinheiro

O dinheiro deve servir as pessoas. Não podemos exercer nenhum poder com o dinheiro, mas usá-lo para criar, nas pessoas, a possibilidade de desenvolver suas capacidades, seus talentos e dons que Deus deu. Devemos trabalhar com o dinheiro de modo espiritual, quando entendemos que Deus nos permite tê-lo para proporcionar para nós e para os outros algo melhor. 
A convivência espiritual com o dinheiro consiste em servir as pessoas. Não há possibilidade de honrarmos Deus, se o dinheiro nos torna dependentes dele. Se somos escravos dele, ele reina sobre nós, então passa a ser o nosso dono. Por isso, Paulo diz que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Porque quando dependemos dele, ele nos torna orgulhosos, soberbos e nos faz olhar para as pessoas que nos cercam com arrogância e prepotência. 
Cuidado com o dinheiro! Ele pode nos destruir por dentro, ele pode nos tornar pessoas escravas e amantes dele, não do Senhor que nos dá o sustento para a vida. Aprendamos a usar o dinheiro para somar, para produzir crescimento, jamais dependência dele! (Alcindo Almeida)

O ponto crucial

A importância de andar em retidão diante do Senhor fica muito clara quando lemos as palavras de Jesus: Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. (Jo 14.15) Interessante olharmos para essas palavras. 
Há uma condição para obedecer e andar com Deus olhando sempre para a sua vontade e querer. A grande condição é o amor diante dele. Não há a menor possiblidade de andarmos na presença de Deus, olhado para os mandamentos e prescrições das Sagradas Escrituras, se não amarmos de todo o coração ao Senhor. 
Podemos dizer que o amor resulta naturalmente em obediência. Fugimos da corrupção do nosso coração porque amamos ao Eterno Deus e queremos honra-lo em tudo que fizermos. Respeitamos o nosso próximo porque amamos ao que o criou. Cuidamos da criação porque amamos ao Senhor dela e olhamos para as palavras que ele nos deu no texto sagrado de que deveríamos ter zelo e cuidado pela criação. Anunciamos o Evangelho e o preço pago na cruz do Calvário, porque amamos ao Senhor Deus. 
É absolutamente impossível experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus se não o amarmos. A obediência na nossa vida passa pelo amor. Não há como exigir que pessoas obedeçam aos preceitos do Eterno Deus se elas não tiverem o amor dentro de si mesmas. 
Amor é um ponto crucial para vivermos em sintonia com Deus. Ele derramou seu amor em nosso ser para que tenhamos condições de praticar as verdades da Palavra. Sejamos eternamente gratos pelo amor que foi dado a nós por causa da graça redentora do Senhor. (Alcindo Almeida)

sábado, 28 de setembro de 2019

Aprofundando o ser na oração

No livro A oração que Deus ouve, Eugene Peterson afirma: Nossas orações são infundidas com um senso de gramática. Ao orar os Salmos, aprofundamos, aguçamos e amplificamos nossas memórias. 
O grande escritor de espiritualidade Henri Nouwen disse também que a oração não nos permite limitar nosso relacionamento com Deus a palavras interessantes ou emoções piedosas. Pela sua própria natureza, essa oração transforma todo o nosso ser em Cristo, precisamente porque abre os olhos da alma à verdade de nós mesmos e também à verdade de Deus. No coração nos vemos como pecadores que são abraçados pela misericórdia de Deus. 
A oração nos ajuda e ver o nosso ser na presença de Deus e o quanto necessitamos ser transformados por Ele e edificados em cada detalhe do coração. Realmente, Eugene tem toda razão, na oração aprofundamos, aguçamos e amplificamos nossas memórias. Como é preciso abrir, rasgar e colocar todos os desejos, anseios e lutas na presença de Deus através da oração. Quando estivermos no meio das lutas, oremos, quando estivermos alegres cantemos e oremos agradecendo por Deus fazer tanta coisa em nossa história. 
A oração nos aproxima de Deus e de nós mesmos, ela nos edifica, nos renova e nos transforma em seres mais dependentes e mais seguros em Deus Pai, Filho e Deus Espirito Santo. (Alcindo Almeida) 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Tocados pela videira divina


O dia-a-dia não nos permite pensar na ideia da videira. Não percebemos o processo dela. A brotação constitui no despertar fenológico da planta após o adormecimento invernal e ocorre com base nos nutrientes acumulados pela planta no ano anterior. Os gomos lactentes incham e começam a empurrar as escamas protetoras dos 'olhos'. Um gênero de pelugem surge e as primeiras folhas aparecem. 
Os primeiros gomos a eclodir são os da extremidade do sarmento (efeito trepador da espécie), retardando ou inibindo a eclosão dos gomos proximais. Os agricultores de climas continentais aproveitam este fenômeno para, podando tarde, se defenderem da geada. Seis a treze semanas após o abrolhamento, surgem, nos nós dos ramos jovens e à razão de 1 a 4 cachos por ramo, as flores da videira dispostas à fertilização. 
Em algumas castas, como a Malbec, as flores são fertilizadas antes da floração; outras, como o Marufo, só possuem órgãos femininos e necessitam estar rodeadas por outras castas para fertilizar os seus ovários; outras ainda, como as sultanas, não têm órgãos femininos e por isso não formam engaços. 
Bom, quando entramos no texto de João 15, percebemos Jesus falando da videira. Ele diz: Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta. Todo ramo que dá fruto, ele poda, para que produza ainda mais. Vocês já foram limpos pela mensagem que eu lhes dei. Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Pois, assim como um ramo não pode produzir fruto se não estiver na videira, vocês também não poderão produzir frutos a menos que permaneçam em mim. Sim, eu sou a videira; vocês são os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto. Pois, sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma. 
Lindo e precioso texto para nossa vida espiritual. Percebemos que há necessidade de tempo para ser tocado pela videira. Vejam que Jesus diz que ele é a videira verdadeira, e seu Pai é o lavrador. Precisamos ser trabalhados pela videira e pelo agricultar. Somos moldados nessa vida pela Trindade. Somos renovados, o nosso processo de crescimento leva tempo. Não ficamos prontos de maneira imediata na vida cristã. O Senhor trabalha em nós. 
Passeamos mais no texto e vemos algo precioso. Somos um em Cristo Jesus, nossa videira eterna. Ele diz: Permaneçam em mim, e eu permanecerei em vocês. Que verdade maravilhosa para o nosso coração. Ele pulsa dentro de nós e nós nele. Estamos amarrados em Cristo para sempre. Aconteça o que for, estamos presos em Cristo. Somos de Cristo, estamos em Cristo. Viveremos para sempre nele. Joao diz que nele estamos e para sempre viveremos nele. E só damos frutos por meio dele que é a nossa videira. Somos os ramos colados nele, pertencemos a Cristo Jesus para sempre. 
Passeamos mais no texto e vemos que precisamos de fé para viver pela Palavra de Deus. Ele disse: Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto. A fé nos ajuda a produzir frutos e frutos para a glória da Trindade. Pela fé andamos em Cristo produzindo graça, sabedoria, conhecimento e justiça do Reino de Deus. 
Passeamos mais no texto e vemos que sem Cristo não podemos nada e não somos nada. Ele disse: Pois, sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma. A nossa identidade está em Cristo. Não podemos dar um passo sem Cristo. João nos ensina a depender da videira, porque somos ramos. Os ramos só produzem flores e frutos por causa da fonte. Nossa fonte é Cristo e sem ele, nada podemos fazer. Não somos nós que andamos sozinhos nessa vida, não somos nós fazemos tudo acontecer, é ele. Ele é o dono de tudo. Ele é o principio de tudo. Dependamos dessa videira para sempre! (Alcindo Almeida).

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

O desprezo é cruel

Não deveríamos desprezar os nossos semelhantes em momento algum. Deveríamos ser mais cordiais e sensíveis para a vida humana. Bom, o significado para essa palavra é: segregar, não gostar, mostrar aversão a alguém, depreciar, calcar, desacatar, desconsiderar, desdenhar, desrespeitar, escornar, menoscabar, menosprezar e subestimar. A grande verdade é que toda vez que alguém despreza o outro, o segrega da comunidade humana. Toda vez que desprezamos o outro o atiramos na solidão. 
Um dia fui menosprezado numa situação entre amigos, me senti muito mal, me senti excluído do grupo e precisei de muito cuidado para lidar com isso no coração. Confesso que levaram alguns dias para administrar isso dentro de mim. 
O desprezo faz com que as pessoas se desmotivem, ele corta as relações de convívio e paralisa amizades até profundas. Paulo nos convida em Romanos 15.1 e 2, para abraçar as pessoas e cuidar de todos: Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.
Acredito que temos que tratar todas as pessoas que nos cercam com gentileza extrema. Precisamos valorizar as pessoas pelo interior. Precisamos ouvir as pessoas nas suas demandas. Parece-me que os fortes que não desprezam, e penso que os fortes são os humildes, sinceros, singelos, gentis e amáveis. Os fortes devem suportar as fraquezas dos que são fracos. Quando agradamos a nós mesmos, desfazemos dos outros e não damos importância para ninguém. Agrademos o nosso próximo e produzamos edificação ao redor de nós. (Alcindo Almeida).

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O nosso mediador


Quando lemos o capítulo 3 de Gênesis, nós encontramos a primeira proposta explicita do mal, para que o homem rompa com o Deus da aliança. A serpente tenta primeiramente a Eva para desobedecer a Deus. Ela mexe com o ego de Eva dizendo: É certo que não morrerás. 
A proposta indecente encheu os olhos da moça e ela comeu e deu ao seu marido que também comeu. Assim, o pecado original entrou na raça humana trazendo duas consequências terríveis: culpa e poluição. A culpa é o estado de merecimento da condenação ou de ser sujeito à punição porque a lei divina foi violada, foi desobedecida pelo casal. A poluição tem a ver com a nossa condição moral, é nossa corrupção da natureza que é o resultado do pecado. 
Agora todos nós nos tornamos em Adão e Eva depravados na estrutura moral. Nós temos um efeito péssimo dentro de nós. Agora a mentira, a falsidade, a desonestidade habitam dentro do nosso coração. O pecado caminha ao lado da humanidade que caiu em Adão e urgentemente precisa de um Redentor. 


A humanidade precisa de alguém que traga de volta a aliança e a comunhão do Paraíso perdido. Esse alguém é Jesus Cristo de Nazaré. Ele é o nosso mediador para que tenhamos a reconciliação com a Trindade. Ele quem paga a nossa pena para que sejamos livres para Deus. A queda trouxe separação e Cristo trouxe restauração para nós na presença da Trindade. Louvado e engrandecido seja o Pai, o Filho e o Espírito Santo pela nossa redenção! (Alcindo Almeida). 

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Sem medo na vida

Nossos medos são como correntes em volta do coração, é bem verdade que eles nos paralisam, nos prendem em várias vezes e nos escravizam em algumas circunstâncias. Nossos medos nos deixam indecisos para questões importantes na vida. Temos medo da Faculdade porque não sabemos o futuro do mercado. Temos medo do casamento pela possibilidade de mudanças radicais. Temos medo do novo trabalho, porque não sabemos o que acontecerá com as adaptações do mercado. 
Temos medo da violência, da juventude, da velhice e do que pode acontecer conosco. Enfim, temos medo em vários processos da vida. Bom, no meio de todos os nossos medos, Jesus Cristo é aquele que trabalha todos os medos e nos traz a sua paz. Ele nos ajuda a atravessar todos os obstáculos da vida. Ele nos sustenta quando não temos chão e ficamos sem a direção certa na vida. Jesus nos ampara em todas as circunstancias da nossa jornada. 
Quando os discípulos estavam com medo e pavor por causa da tempestade no mar, Jesus foi acordado e eles disseram: Senhor, pereceremos! Ele disse: Não tenham medo! Ele fala ao mar: Aquieta-te! E Jesus traz alivio para eles no meio do medo que os levou ao desespero! Não nos preocupemos e nem tenhamos medo nessa vida, Jesus está ao nosso lado em todos os momentos! (Alcindo Almeida)

sábado, 21 de setembro de 2019

Mudança de vida


Leon Tolstói afirmou: Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo. Essa afirmação tem profundidade, porque normalmente falamos do que acontece no país, todas as falcatruas, toda a corrupção. Reclamamos de maneira incisiva, falamos e falamos. Mas, não percebemos que jogamos no chão o papel do doce que comemos. 
Falamos que fulano é bruto e insensível, mas em casa gritamos com a esposa. Falamos que o filho de fulano não pode fazer isso ou aquilo, mas vemos os nossos fazendo o mesmo e nem falamos nada. 
Verdade séria mesmo: pensamos em mudar a humanidade, mas não pensamos em mudar a nós mesmos. Precisamos pedir para que o Eterno Deus faça as mudanças necessárias para que sejamos instrumentos da graça para transformação de pessoas e lugares. Precisamos ser lapidados pela graça, para que amemos mais, nos envolvamos mais com as pessoas. 
Precisamos mudar em relação ao Reino de Deus. Devemos nos envolver mais com a Palavra de Deus e a oração. Precisamos ser lapidados pela Palavra para que o Evangelho cresça cada vez mais em nós. Que Deus nos ajude a viver essa mudança pela graça! (Alcindo Almeida)









sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Novidade de vida

Tem gente que se acha o máximo na vida. Acha que é um santo de pedestal. Triste ilusão, todos nós temos uma natureza desastrosa e pecaminosa. Nas Escrituras aprendemos que não nos tornamos mentirosos, somos mentirosos. Não nos tornamos adúlteros, somos adúlteros. Não nos tornamos invejosos, somos invejosos por natureza. Essa natureza é um caos mesmo. 
Quando nos olhamos no espelho, percebemos que somos filhos de Adão. Mas, pela graça, não por causa de nós, não por causa das boas ações que batemos no peito para falar delas, não por causa de uma justiça humana, mas por causa de Cristo, temos a liberdade, temos o resgate dos pecados. 
Em Cristo temos a restauração todo dia. Essa natureza caída não é mais predominante em nós como filhos adotivos de Deus. Agora, como Paulo afirma em Romanos 6, vivemos em novidade de vida pela graça que produziu em nós a renovação da nossa imagem. Em Cristo, a nossa imagem está sendo restaurada até o dia da sua volta, quando não mais teremos a exposição de pecado dentro de nós. Louvado seja Cristo, o nosso Redentor amado! (Alcindo Almeida) 

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quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Tempo divino

A história da nossa vida acontece no cronos, ou seja, em tempo real. Trabalhar é esperar o tempo quantitativo. O tempo chamado cronos é o tempo das coisas acontecendo na nossa vida de maneira natural. Acordamos, levantamos, tomamos café e o tempo passa. Almoçamos, trabalhamos e voltamos para casa. Jantamos, realizamos atividades, conversamos e dormimos. Enquanto isso acontece nos céus o tempo kairós, o tempo em que Deus trabalha, já esse tempo é medido em qualidade, diferente do nosso que é medido em quantidade. Esse tempo tem a ver com a vida, quanto ela dura nesse estado físico.
O kairós divino é explicado porque Deus está sempre presente na história. Esse tempo é fora da cogitação humana, porque é o que Deus realiza seus planos em relação a nossa história. Eu desejava me casar com 25 anos de idade e ser pai com uns 27 anos. Que projeto é esse? O projeto cronos, as medidas humanas e os planos humanos para a vida. Resultado, no kairós divino casei com 27 e só fui pai com 38 anos depois de uma luta enorme, com tratamentos e correrias.
A vida normal no tempo cronos nos deixa aflitos, ansiosos, e em algumas vezes, com medo. A vida no tempo do kairós divino, nos deixa sem crises, sem ansiedade, sem medo, sem dúvidas, porque Deus está dirigindo todas as facetas da nossa história e nada acontece sem a permissão e direção do Eterno Deus. Quando vivemos no tempo de Deus, descansamos e entregamos toda nossa jornada para ele! Sabemos com certeza, que ele dará o que necessitamos para a sobrevivência nessa vida! (Alcindo Almeida) 

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Presença



O grande escritor Gordon Fee afirmou algo precioso demais: Presença é uma palavra deliciosa — porque aponta para uma de nossas grandes e preciosas dádivas. Nada mais pode ocupar o lugar da presença, nem presentes, nem telefonemas, nem fotos, nem lembranças, nada. Pergunte à pessoa que perdeu seu cônjuge de longos anos do que mais ela sente falta; a resposta invariavelmente será “presença”. 
Quando estamos doentes, não precisamos tanto de palavras confortadoras, quanto precisamos da presença daqueles que amamos e nos amam. Deus nos fez desta forma, à sua própria imagem, porque Ele mesmo é um ser pessoal que se relaciona.
Verdade, somos o reflexo divino em termos de relacionamento, por isso existe ajuntamento de pessoas. Elas falam, choram riem, abraçam, beijam e demonstram afeto, carinho e amor. 
Como é bom contar com a presença daqueles que nos amam. Nós nos sentimos bem e alegres porque gente anda com gente. Gente sente gente. Sejamos presentes na vida das pessoas nas horas alegres, tristes e marcantes! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

O menino que chorou profundamente

Ontem comentava com duas amigas aqui da igreja sobre algumas surras de fio que levei do meu pai. Uma vez, quando meu pai deu a última pancada de fio, caí no chão e meu corpo latejava de dor. Quando minha vizinha viu (Maria Inês), partiu para cima do meu pai e dizia: Seu monstro, seu desumano! Você matará seu filho de tristeza! Você não merece viver! Suma da vida desse menino e o deixe em paz! Depois, ela e a minha mãe começaram a fazer os curativos. Minhas pernas estavam iguais as dos escravos, quando levavam chicotadas dos seus senhores, na época da escravidão. 
No outro dia, tinha educação física, o professor pediu para todos tirarem o agasalho. Só eu fiquei com a calça. Ele disse: Alcindo, tire a calça! Eu respondi: não posso professor Sidnei. Ele respondeu: tira ou paga 40 flexões. Claro que tirei imediatamente! Quando ele veio perto de mim, seus olhos se encheram de lágrimas e me levou para a diretoria. Falei tudo o que aconteceu, o meu professor chorou e disse: Alcindo, me desculpa por isso, não sabia que suas pernas estavam nessa condição! 
A minha alma chora só de pensar nesses momentos! Senti vontade de morrer nesses dias terríveis! Quando vi Doze anos de escravidão, chorei igual a uma criança! Veio na memória tudo o que passei. As lembranças são muito fortes na mente da gente. 
O fato é que Deus me sustentou e não permitiu que enlouquecesse e nem me envolvesse com drogas e outras coisas daquela época. Era fácil demais um menino de dez anos se perder, passavam muitas coisas na mente quando eu apanhava desse jeito do meu pai. 
Bom, pela graça, Deus na sua rica misericórdia e bondade, me preparou para o ministério sagrado, para que cuidasse de gente que sofre, gente que chora e passa por lutas profundas na vida! Roubando as palavras de Henri Nouwen, hoje sou o curador ferido porque toda vez que ouço alguém com dores na alma, me sinto próximo e tenho empatia. Se alguém passou por isso, ficam as lembranças duras, mas ao mesmo tempo, o coração pode agradecer porque Deus preservou, guardou e nos trouxe até aqui vivos e cheios da graça consoladora dele para toda a vida! (Alcindo Almeida) 

terça-feira, 10 de setembro de 2019

É preciso saber viver

A letra da música de Erasmo Carlos diz: Quem espera que a vida seja feita de ilusão, pode até ficar maluco, ou morrer na solidão. É preciso ter cuidado para mais tarde não sofrer. É preciso saber viver. Toda pedra do caminho você pode retirar. Numa flor que tem espinho, você pode se arranhar. 
Quero pedir emprestada a frase de Erasmo Carlos: É preciso saber viver. Aprender a viver de maneira diferente é algo muito mais difícil do que podemos imaginar. Porque sabemos a vida tem surpresas que não gostamos muito. Quando andamos em honestidade em todos os processos da vida, sabemos que sofreremos por causa dessa prática na vida de honestidade. Porque viver honestamente é pagar os impostos de maneira correta e sincera. Viver honestamente é combater as falcatruas que têm sido normais em todas as facetas da sociedade. Porque todo mundo mente para facilitar o seu lado e o honesto não mente, mesmo que perca algo, mesmo que sofra para que o verdadeiro prevaleça. 
Liberdade para viver é um caminho muito longo a seguir. Perguntemos para aqueles que andaram com Nelson Mandela e eles dirão o que é saber viver por ideal de honestidade, justiça e caráter. Em maio desse ano, eu, Mauricio Meneses e Matheus Inocêncio, tivemos a grande satisfação de conhecer o Museu do Apartheid em Johanesburgo. Quando eu entrei pelo lado dos negros, fui passando, passando e percebendo os detalhes que o apartheid causou de impacto numa sociedade inteira. Porque um homem foi prisioneiro politico durante 27 anos. O preço de toda liberdade de um povo sem sofrer preconceitos raciais, não foi apenas no corpo de Mandela. Foi um ataque no seu viver por completo, todos da sua família foram afetados. Porque na prisão havia um homem que aprendeu a viver por uma causa nobre. 
E nós que somos amados e tocados pela graça do Evangelho de Cristo? Sabemos realmente viver? Paulo dizia que ninguém deveria inquieta-lo porque ele trazia no seu corpo as marcas de Cristo Jesus. Ele sabia o que era viver, porque o seu viver era Cristo Jesus. Bom, então é preciso saber viver com Cristo no coração todos os dias da existência. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Suportando a dor

A dor é um bom sinal de que estamos vivos. Quem está vivo de alguma maneira experimentará algum tipo de dor, seja com a morte de alguém querido, seja uma enfermidade, seja uma perda de grau emocional.
Não sou um defensor da dor, mas percebo que ela é um grande processo para mostrar a nossa fragilidade e o quanto somos incapazes de andar sozinhos nessa vida.
Não entendemos muito bem a dor, mas sabemos que ela é o meio que Deus usa para nos dar foco e sentido nele. A dor sempre produz efeito redentor em nós! Jesus não nos enganou quanto a caminhada com ele, tanto que afirmou: Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16:33)
Opa! Teremos aflições? Sim, exatamente isso que Jesus disse. Teremos dores, aflição, pesares, tristezas, depressão, angústia e lutas da vida diária porque somos humanos pecadores.
O que fazer diante disso? Viver com essa paz de Jesus no coração. A paz dele nos ajuda a suportar a dor em todos os momentos. A paz dele que excede todo o entendimento nos dá graça para suportar a dor e a angústia. Descansemos nessa paz como diz uma canção antiga: Esta paz que sinto em minh'alma, não é porque tudo em mim vai bem. Esta paz que sinto em minh'alma, é porque eu amo ao meu Senhor. (Alcindo Almeida)

sábado, 7 de setembro de 2019

Veneno terrível

A amargura é como um câncer, ela se alimenta do hospedeiro. Ela trabalha às escondidas e é raro enxergar o correndo por sua veias. A amargura vai corroendo a gente por dentro até nos transformar em seres azedos e rancorosos. Cuidado com esse negócio horrível que adoece você e não permite respirar de maneira saudável nos relacionamentos com as pessoas. 
Sigamos o conselho das Escrituras Sagradas  que dizem:  Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem - Hebreus 12.15. Vejam que toda vez que deixamos a amargura assumir o ponto alto do coração, nos privamos da graça que flui na vida. 
Precisamos fugir da raiz da amargura, ela destrói, azeda e nos deixa extremamente cegos para a graça. A graça nos faz perdoar, olhar para os que nos feriram com ternura e bondade. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Amigos do coração


Estou passeando nas páginas do capítulo 20 de I Samuel. Leio em câmera lenta os detalhes aqui e vejo os detalhes da amizade entre Jônatas e Davi. Nesse capítulo, percebo que entre esses dois amigos há companheirismo, afeto, confiança, aliança e demonstração de cuidado sempre. Jônatas é tão leal e tão respeitoso para com Davi que ele diz: O Senhor o requeira da mão dos inimigos de Davi. E Jônatas fez jurar a Davi de novo, porquanto o amava; porque o amava com todo o amor da sua alma. (1 Samuel 20:16,17)
Percebemos que essa amizade é completamente diferente e sem interesses em nenhum momento. Jônatas apenas ama a Davi de todo coração e deseja o melhor para seu amigo. Ele quer que Davi seja salvo das garras maldosas do seu pai Saul. Jônatas nutre respeito e afeto pelo seu amigo. Ele reconhece que Deus está ao lado de Davi. 
Deus quer que tenhamos amizades desse padrão. Amizades que vão além do normal. Amizades que se entregam de corpo e alma. Deus quer que nos preocupemos com as pessoas nas suas lutas, nos dilemas da alma. Deus quer que ouçamos as histórias daqueles que nos cercam e se tornam amigos. 
Viajando nesses texto, aprendamos com Jônatas e Davi como encarar as amizades. Amizades são tesouros divinos para que nossa sanidade e equilíbrio sejam preservados. Jônatas é uma espécie de válvula de escape para Davi não se perder na vida. Davi não fica louco, porque tem um amigo que intercede por ele e o ajuda no meio das suas crises. Sejamos assim também com os amigos do coração. (Alcindo Almeida)