sábado, 31 de agosto de 2019

Leituras em agosto de 2019


BAUCHAM, Voddie Jr. Pastores da família. Brasília: Editora Monergismo, 2018. Raramente, uma igreja vê o marido e pai como a solução para pastorear sua própria família. Em vez disso, temos desenvolvido uma expertise ministerial na igreja local que aparentemente já não precisa de um homem que se disponha e sirva como o líder espiritual de sua família. Há poucos erros mais trágicos que esse, e gerações têm sofrido e sofrerão se não convocarmos os homens a se posicionarem e servirem como os líderes espirituais de suas casas. Pastores da família é a ferramenta primária da qual pastores e líderes de igreja precisam para preencher essa lacuna e edificar a igreja local conforme Deus deseja e comunica em sua Palavra. — Brian Doyle, Fundador e Presidente, Iron Sharpens Iron. Contém 248 páginas. 

STEVE, Turner. Cristianismo Criativo? Uma visão sobre o cristianismo e as artes. São Paulo: Editora W4, 2007. 'Cristianismo criativo?' é um livro que procura questionar a baixa qualidade na produção artística e cultural entre os cristãos e a necessidade de se estabelecer um novo paradigma para aqueles que desejam expressar a sua fé por meio das artes e, assim, tornar-se mais relevante para a sociedade. Imagine a arte que é arriscada, complexa e sutil. Imagine a música, os filmes, os livros e as pinturas da maior qualidade! Imagine a arte que permeia a sociedade, desafiando o pensamento convencional e os padrões morais em sua essência! Imagine tudo isso criado por cristãos! Cristianismo criativo? Será possível? A resposta para essa pergunta você encontrará neste livro. Para o autor, os cristãos devem confrontar a sociedade e a igreja, valendo-se do poderoso impacto que a arte pode causar. Turner acredita que a arte pode registrar fielmente a vida de pessoas comuns e, do mesmo modo, expressar a transcendência de Deus. Por isso, os cristãos devem se envolver em todos os níveis no mundo das artes e em todos os meios de comunicação possíveis. Contudo, a arte e os artistas nem sempre foram considerados com grande estima por cristãos conservadores. Ao longo deste livro estimulante, Turner desenvolve uma tese instigante em que, se Jesus é Senhor de toda a vida e criação, então a arte não é algo ilícito aos cristãos. Pelo contrário, pode - e deve - ser uma forma de expressão da fé em palavras, sons e pontos de vista dispostos de modo criativo, gracioso e verdadeiro. Contém 176 páginas. 

GOHEEN, Michael. A missão da igreja hoje. A Bíblia, a história e as questões contemporâneas. Minas Gerais: Editora Ultimato, 2019. A partir das Escrituras e com um olhar nos acontecimentos, A Missão da Igreja Hoje apresenta uma rica e abrangente análise histórica e teológica da missão da igreja. Michael Goheen é nosso guia nessa jornada pelos caminhos da igreja e na compreensão bíblica da missão do povo de Deus no século 20. Em meio às questões contemporâneas da missão urbana e também considerando o contexto global, A Missão da Igreja Hoje combina as demandas urgentes com os desafios futuros da igreja local. Uma leitura profunda e também acessível, com perguntas para discussão e indicações de leitura. Essencial para pastores e estudantes, bem como para aqueles que querem estar engajados na missão do reino de Deus. Contém 392 páginas. 

LOPES, Rosther Guimaraes. Revitalize-se. São Paulo: Z3 Editora, 2019. Em dias de crise, como os que vivemos, onde muitas igrejas vão se esfriando, necessitamos orar a Deus por restauração. Precisamos ser cristãos de fibra, que abracem o Evangelho e que mudem a história da nossa nação. Se você viver de forma piedosa em Cristo, certamente será perseguido. Quando isto acontecer não desanime, mas ore! Fazendo assim, você vai demonstrar que confia no Senhor e reconhece que nada foge à vontade de Deus. Que Deus fale tanto ao seu coração que você se levante para fazer toda a diferença neste país e vejamos vidas prostrando-se aos pés do Cordeiro, que é Jesus Cristo, o nosso Rei e Senhor. Este livro traz mensagens que são instrumento de revitalização para que você seja uma bênção e para que tenha um ministério abençoador! Contém 128 páginas. 

REINKE, André Daniel. Os outros da Bíblia. História, fé e cultura dos povos antigos e sua atuação no plano divino. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2019. Este livro lança um olhar sobre a história bíblica, mas com um foco inovador: a partir dos povos antigos que interagiram com o Povo de Deus. Eles, os “outros” das narrativas bíblicas – mesopotâmicos, egípcios, cananeus, persas, gregos e romanos – são o tema central desta obra. Como eram as culturas e as crenças religiosas daqueles povos? Que influências elas podem ter operado sobre a fé do antigo Israel – e mesmo na doutrina da igreja cristã? Há ideias que podem ser consideradas biblicamente corretas na teologia dos pagãos? Como a política dos impérios antigos pode ter sido usada no plano divino para trazer Cristo ao mundo? Estas são algumas perguntas que estão respondidas neste livro. André Daniel Reinke realizou uma ampla pesquisa englobando temas como a geografia histórica, sistemas políticos, cultura geral e especialmente o pensamento religioso de cada um destes povos. A partir do entendimento do outro sobre o sagrado, o autor faz uma comparação com a revelação bíblica e com a prática dos antigos hebreus, respondendo então à pergunta central de sua pesquisa: Quais são as convergências, e quais as divergências, entre a fé pagã e a fé bíblica? Este livro é uma obra fundamental para que o leitor possa compreender melhor os contextos históricos, culturais e religiosos dos povos que tanto influenciaram na jornada do Povo de Deus e na própria construção da Bíblia Sagrada. Contém 352 páginas.


sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Protegendo os amigos

Quando passeamos nas páginas do capítulo 19 de I Samuel vemos o desejo de Jonatas em proteger seu amigo Davi. Jônatas já tinha informado a Davi acerca dos planos do seu pai em matá-lo. Mas, diante desse quadro, Jonatas fala com seu pai sobre Davi e diz que ele fez muitas coisas boas. 
O jovem Jonatas demonstra o grande respeito pelo seu amigo Davi. As palavras são absolutamente marcantes e cheias de valorização do caráter de Davi: O rei não deve pecar contra seu servo Davi, disse Jônatas. Ele nunca fez nada para prejudicá-lo. Sempre o ajudou como pôde. O senhor se esqueceu da ocasião em que ele arriscou a vida para matar o guerreiro filisteu e, assim, o Senhor deu grande vitória a Israel? Certamente o senhor se alegrou naquela ocasião. Então por que pecar matando um homem inocente como Davi? 
Não há motivo algum para isso! Que atitude muito nobre essa de Jonatas, em falar bem do seu amigo. Ele traça uma agenda de feitos do seu amigo protegendo o Reino de Israel: 

- Ele nunca fez nada para prejudicar o rei Saul; 
- Davi sempre ajudou a Saul como pôde. 
- Ele arriscou sua vida para matar Golias. O Senhor deu grande vitória a Israel no reinado de Saul; 
- Davi era um homem inocente no reino de Saul. 

Essa era uma amizade que visava o bem mesmo do próximo. Com todo o coração, Jônatas desejava que Davi fosse poupado pelo seu pai. Ele se coloca em defesa do seu amigo e exorta o seu pai para não fazer nenhum mal a Davi. 
Acredito que Deus quer nos usar assim. Devemos proteger os amigos. Buscar a honra deles, como Jonatas fez em relação a Davi. Ele se colocou como grande defensor e aliado de Davi. Protejamos e falemos bem dos amigos que Deus nos deu, eles são preciosos demais! (Alcindo Almeida) 

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Pessoas hospitaleiras

Hoje fui no Hospital São Camilo para tratar de um problema na minha perna. Fiquei impactado demais com a hospitalidade do médico que me atendeu, Dr. Mario. E também com as enfermeiras que me levaram para os exames. Todas perguntaram o meu nome e falaram comigo. Uma delas disse que estava muito nervosa com uma situação complicada que aconteceu. Tentei acalma-la e disse que tudo daria certo. Ela abriu um sorriso!

Hóspedes representam os asilados e os estrangeiros, aqueles que ninguém gostaria de ter. Uma igreja, uma família, um asilo, um consultório ou um hospital, devem estar abertos a estas pessoas. A hospitalidade é um bem elevado, ela é o modo que temos de receber as pessoas. E fazemos isso com afeto, atenção e dedicação. 
Hoje em dia toda empresa deveria praticar a hospitalidade, porque é algo que tem sido distante das pessoas que vivem isoladamente com seus celulares nas mãos. Quando somos hospitaleiros respeitamos a dignidade e coração das pessoas. 
O apóstolo João levou muito em conta a bondade e a hospitalidade de Gaio para com certos irmãos viajantes, enviados para visitar a comunidade. Esses irmãos — incluindo Demétrio, eram todos estranhos e desconhecidos a Gaio até então. Mas, foram recebidos de maneira hospitaleira porque foi a favor do nome de Deus que saíram. João o expressou do seguinte modo: Nós, portanto, temos a obrigação de receber a tais de modo hospitaleiro, para que nos tornemos colaboradores na verdade. 
As Escrituras nos convidam a sermos gentis, cuidadosos, atenciosos e hospitaleiros com as pessoas. Isso é agradável diante de Deus e traduz o que chamamos de comunhão. Hoje, saí daquele hospital muito grato pelo cuidado e pela hospitalidade de todos que me atenderam! Pessoas se sentem mais humanas e amadas quando alguém se importa com elas. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Acolhendo pessoas


No livro, O sofrimento que cura, Henri Nouwen diz que "assim como Jesus, quem proclama a libertação é convidado não só a cuidar dos próprios ferimentos e dos ferimentos do outro, mas também a fazer de seus ferimentos uma fonte maior do poder que cura.” Para Nouwen, um ministro ferido pode e deve ser também um ministro que cura outras pessoas. Mas, para sermos “servos da cura”, antes é preciso identificar, entender e aceitar nossa própria dor.
Isso me chama minha atenção demais, porque a grande eficácia nos aconselhamentos, foi quando atendi pessoas que passaram momentos iguais aos meus. Vendo as pessoas passando pelo mesmo momento de dor que eu passei, pude me identificar com elas e dar uma palavra adequada, acolhedora e curadora. Como diz o texto sagrado: Acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para a glória de Deus. Devemos acolher a dor do outro, devemos ouvir o outro na sua angustia e sofrer com ele o momento da dor. 
Deus nos acolhe na sua presença, devemos fazer o mesmo com aqueles que nos cercam. Mesmo sendo feridos pelas marcas da vida, podemos ajudar outros que foram feridos também. Podemos ser instrumentos da graça para acolher pessoas. (Alcindo Almeida)

Deus é tudo em todos

O humanismo foi um movimento intelectual iniciado na Itália no século XV com o Renascimento e difundido pela Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da Idade Média. A visão da teologia que defende o conceito teocêntrico, ou seja, Deus como centro de todas as coisas, agora cede lugar ao antropocentrismo, nessa visão, o homem vira o centro de tudo. Num sentido amplo, humanismo significa valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo.
O humanismo secular é uma visão do mundo que não inclui Deus! O secularismo tem a ver com a exclusão da espiritualidade bíblica. É uma ideia do padrão de vida hoje da nossa sociedade atual. Ela vive como se não precisasse de nada de Deus. Atravessamos os dias do significado humano, o ser humano virou o centro de tudo. Essa ideia que nasceu no Século XV, que na verdade é uma cópia do Éden, porque o homem quando rompe com Deus, deseja virar o centro do universo. Coitado, se estrepa todo, porque traz uma ruína enorme com o orgulho.
O mundo secular visa o consumismo, a cobiça, o ter mais que ser, o supérfluo ao invés do que é essencial. Vivemos dias de abandono do sagrado por causa do secular. O secular é o que tem a ver com uma busca pelos sentidos do ter e não o do ser no coração. O secular é a relação com o cultivar o corpo, ganhar só dinheiro, é o da cultura de extravasar os sentimentos e comportamento sem medida, sem equilíbrio.
Bom, Jesus disse algo sério para todos nós: Do que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? A fala de Jesus é com respeito ao que realmente buscamos. Se buscamos o centro em nós mesmos, estamos fritos e completamente perdidos. Deus é real, a Palavra de Deus é a verdadeira fonte e fala que somos criaturas de Deus. Ela diz que precisamos de Deus e não conseguimos dar um passo sem a sua graça.
Deus nos sustenta em tudo e para todas as questões da nossa vida. Não nos iludamos achando que somos o centro da vida, Deus é o centro, Deus é tudo em todos e ponto final. Vivamos essa realidade da espiritualidade bíblica e teremos a compreensão verdadeira do que somos, criação que necessita a cada dia do cuidado e da provisão divina. (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Vida diferente


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Moll Flanders é um romance quase biografia. Daniel Defoe nos conta a vida de Moll Flanders – nome fictício já que a moça passou por poucas e boas e não quer que seu nome seja revelado agora que conta sua versão dos fatos. Filha de mãe ladra que foi deportada. 
Moll passou a viver às custas do Estado ainda criança. Aos 18 anos, ela já é uma jovem muito bonita e começa a chamar a atenção dos moços da casa. Essa moça passa por momentos delicados, mas infelizmente, ela deixa de lado a moral cristã e comete alguns dos piores crimes que uma “dama” da época poderia cometer. Suas escolhas provam que algumas pessoas são realmente capazes de tudo em nome do dinheiro e do que imaginam ser ‘a vida ideal’. 
Notem que Paulo nos diz em Filipenses 4:8: Por fim, irmãos, quero lhes dizer só mais uma coisa. Concentrem-se em tudo que é verdadeiro, tudo que é nobre, tudo que é correto, tudo que é puro, tudo que é amável e tudo que é admirável. Pensem no que é excelente e digno de louvor. 
Paulo estabelece os padrões pelos quais devemos julgar todas as coisas que vemos, pensamos e fazemos. Devemos ter um padrão de vida correto, verdadeiro, nobre, correto, puro, sincero e santo diante de Deus. Acredito que Paulo fala de uma ética cristã que olha sempre para o lado da verdade e retidão. Paulo fala de uma maneira de olhar a vida à luz das Escrituras Sagradas. Talvez, o que provavelmente faltou para Moll foi a capacidade de viver pela verdade mesmo sofrendo os danos por viver assim. E muitas vezes, nós passamos por isso. Trocamos a verdade pela mentira por causa de circunstâncias e ferimos a verdade da Palavra. 
Não podemos negligenciar a verdade jamais. Não podemos deixar de vivê-la custe o que custar. A chamada de Paulo para nós é para nos concentrar naquilo que é verdadeiro sempre. Ele nos convida a pensar no que é excelente e digno de louvor. Isso faz todo sentido para impactarmos a sociedade em que vivemos. Sendo verdadeiros em tudo, sendo honestos, sinceros, puros, santos e corretos em palavras e ações. 
Que Deus nos ajude a ser assim, para a glória do nome dele sempre! (Alcindo Almeida)



quarta-feira, 14 de agosto de 2019

A música divina dentro de nós

Martinho da Vila tem uma música chamada Roda Ciranda. Há uma parte dela bem legal e serve para aplicar na vida:


Ciranda de roda
De samba de roda da vida
Que girou, que gira
Na roda da saia rendada
Da moça que dança a ciranda
Ciranda da vida
Que gira e faz girar a roda
Da vida que gira.


A nossa vida é bem assim mesmo, ela é como uma roda, ela vai girando, vai girando. E no meio desse processo, tem dor, tem alegria, tem felicidade e tem tristeza também. A vida é uma dança, ela vai tocando, Deus vai trabalhando. A roda gira e gira. Um dia ela para pelo desgaste natural dela, a nossa vida um dia para também. Somos seres humanos que nascem, vivem e morrem! 
O nosso dia chegará porque ele está contado na eternidade, então vivamos cada dia, cada instante semelhante à dança. Ouçamos a música divina dentro de nós e celebremos essa vida girando, girando e girando. Mas, com graça, com sorriso e com pessoas ao nosso lado. Um dia, com toda certeza, como a roda, pararemos, até lá vivamos dançando com leveza e alegria na vida! (Alcindo Almeida)

O dom da arte

Lendo aqui o livro de Steve Turner, Cristianismo criativo? - Uma visão para o cristianismo e as artes. Tem uma parte que me chamou demais a atenção: A influência da igreja no mundo atual é limitada por sua falta de fluência na linguagem das artes. Quando o assunto é arte, o interesse de muitos líderes da igreja parece resumir-se a duas áreas: 

(1) Crítica contra qualquer expressão artística secular que ofenda ou ameace a fé. 
(2) Apossamento utilitário das formas de arte para embalar conteúdo explicitamente cristão no contexto eclesiástico. 

Nós, os ditos evangélicos, aceitamos a redenção como o ponto de partida para tudo. A pergunta sempre ecoa na nossa mente quanto a arte: O artista que teve uma experiência com Cristo cantava, compondo ou pintando sobre essa nova perspectiva de vida? Interessante que para Francis Schaeffer, a criação é sempre o ponto de partida para falar de arte. Para ele, todos foram criados à imagem de Deus e os que foram abençoados com dons artísticos não podiam fazer outra coisa senão exibir esta imagem original de alguma forma. 
Bom, então faz sentido falar de graça comum na arte. Deus dá o dom da arte para toda sua criação. Então ao ouvir Martinho da Vila, Djavan, Maria Rita, Toni Garrido, Beto Guedes, Flavio Venturini, Paula Fernandes, Ana Carolina, Zizi Possi, Guilherme Arantes percebemos o belo e vemos a arte de maneira profunda. Quando ouvimos uma sinfonia de Ludwig van Beethoven isso é arte divina! 
Quando nosso filho for para o teatro, oremos para ele brilhar e glorificar Deus desenvolvendo a arte de interpretar. Não digamos que ele se misturará com o mundo e que o teatro é do mal. Quando um membro da família tiver a arte de cantar, não digamos que é mundano e que ameaça a fé. Agradeçamos a Deus pela arte de cantar e construir poesia. Gente, a arte é algo divino que Deus para desfrutarmos e percebermos o quão criativo e profundo ele é dá o privilegio de desfrutarmos dela. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Cuidando da alma


Geralmente não nos preocupamos tanto em prestar atenção a nossa alma. A palavra latina custodire significa atentar, vigiar, perceber de modo consciente. Devemos ter uma relação com nossa alma. Devemos cuidar da nossa alma com atenção e muito cuidado. Claro que quando me refiro a alma, quero dizer que é o nosso interior. 
Como diz Anselm Grun: “É na alma que ressoam as vozes sussurrantes que nos dizem o que de fato sentimos. Na alma estamos em contato com Deus e com nosso próprio eu. Prestar atenção a própria alma significa então não se deixar absorver em sua vida por decisões e ações exteriores, mas sim ficar em contato consigo mesmo.” 
Vale lembrar que Paulo disse para Timóteo cuidar da doutrina e de si mesmo. Tinha que ter cuidado do que ele ensinava sobre as Escrituras, mas havia uma necessidade importante também: cuidar de si mesmo, cuidar da sua alma na presença do Eterno Deus. Como podemos cuidar da nossa alma? 
É necessário tranquilidade, pois somente assim ouviremos a voz que sussurra em nossa alma, a voz doce do Senhor lá no fundo do nosso ser. Isso tem a ver com a meditação diária. Precisamos cultivar o silencio em meio a nossa correria da vida. Silêncio na alma é o que necessitamos porque é quase impossível termos uma comunhão com Deus no meio de todas as agitações da nossa jornada diária. 
O silêncio sempre foi no cristianismo um modo para haver um relacionamento com Deus muito íntimo e próximo na contemplação de Cristo. Nas Sagradas Escrituras, percebemos a presença silenciosa de Deus na vida. O silêncio produzia no coração dos monges do deserto uma profunda transformação, capaz de lhes propor uma vida interior totalmente renovada e reequilibrada segundo as marcas do dizer silenciosamente do Espírito Santo. 
Não percamos tempo em dar atenção para o cuidado profundo da nossa alma na presença do Eterno Deus, isso trará amadurecimento e crescimento na vida espiritual. (Alcindo Almeida)



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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Considerando os outros superiores


Na visão das Escrituras Sagradas não podemos desprezar os irmãos. Não podemos abandonar as pessoas ao nosso redor. A palavra no latim spernere significa: segregar, não gostar, mostrar aversão. Uma pessoa que despreza o outro, o segrega da comunidade humana. Toda vez que desprezamos alguém o atiramos na solidão. Geralmente o desprezo acontece quando não podemos admitir para nós mesmos que não gostamos de algo no outro que seja melhor que nós. O resulto que sempre é que demonstramos o desprezo. 
O desprezo corta qualquer possibilidade de termos alguma relação como os outros. O desprezo faz com que olhemos para as pessoas do alto do nosso ego. A atitude é sempre de soberba, humilhação e de desqualificar as pessoas que nos cercam. O grande problema é que quem despreza as pessoas, um dia entrará numa encruzilhada da vida e ao contar com a ajuda das pessoas, ficará sozinho. 
Paulo nos ensina a olhar para as pessoas e considera-las melhores do que nós. Ele diz: Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros. Quem não despreza as pessoas, as considera melhores. Olha para elas com graça, gentileza e amor. 
Quando não desprezamos as pessoas, ficamos felizes pelas conquistas e vitórias delas. A vitória delas é nossa também. Nessa perspectiva de Paulo, considerando os outros superiores a nós mesmos, damos vazão para a graça, para a gentileza e amor entre nós. (Alcindo Almeida)



sábado, 10 de agosto de 2019

Tudo é insuficiente

A leitura de Eclesiastes tem um efeito tônico porque as falas de Salomão são uma realidade nua e crua. Tudo nessa vida é supérfluo, tudo é insuficiente. Tudo nessa vida é correr atrás do vento. Corremos, corremos e percebemos o quanto somos frágeis nessa vida. Ela é efêmera e fugaz. 
Quem sabe se compreendermos melhor essa realidade humana, olhemos mais para Deus e aprendamos a colocar nossa vida toda na presença dele! Porque como diz Salomão: Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. (Alcindo Almeida)

Minuto de Graça #131| Aceitação do inaceitável

Minuto de graça #98 | Reconciliação divina

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Ser cristão

John Stott afirmou certa vez: Cristianismo sem Cristo é uma moldura sem quadro, um corpo sem respiração. Acredito que ele tem toda razão em afirmar isso, porque ser cristão é ser um pequeno Cristo, ser cristão é viver a vida trinitária. Como isso acontece? 
Bem, de maneira simples e profunda, nós agimos de tal maneira, que em nossa atitude, exaltamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo! Não tem a menor possibilidade de dizermos que somos cristãos, se não tivermos atitudes que refletem o caráter de Cristo! 
Ser cristão é mostrar essa moldura divina através das palavras para quem precisa de consolo. Ser cristão é mostrar essa moldura divina através da verdade que está em nossa vida, através da simplicidade, através da humildade, através de uma vida santa, piedosa e singela. Ser cristão é respirar em cada segundo o Evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo de Nazaré! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Vida ativa

Algo que chama a nossa atenção é o fato de muitos viverem na letargia da vida. Penso que temos uma geração bem parada e que espera tudo nas mãos. Uma geração que não conquista os desafios. Na maioria das vezes, recebe tudo pronto. Talvez, seja por isso, que vemos jovens com 30 anos dependendo ainda dos pais, e não saem da cola deles. Os jovens assim ainda não aprenderam a viver! 
Na cultura da espiritualidade monástica, os monges não devem ser lentos e o termo usado por Anselm Grun para “lento” no latim é: non tardus. Ele diz que “a descoberta da lentidão como virtude é hoje um importante contrapeso para a inquietação e a aceleração do tempo”. Ele adverte que o monge deve trabalhar calmamente e concentrado naquilo que faz no momento. Em latim tardus significa vagaroso, desanimado, hesitante, apático e tolo. Existe uma forma de lentidão que está ligada a um bloqueio da alma. Algumas pessoas são lentas em suas ações exatamente por causa da letargia na vida.
Jesus nos convida para uma vida ativa, viva, centrada nele. Ele nos chama para uma vida vibrante e intensa. Ele diz que quem põe a mão no arado não pode olhar para trás. Em outras palavras, precisa produzir, precisa ter responsabilidade de que a missão no Reino é para lá de séria e urgente. 
Não podemos ser vagarosos, desanimados, hesitantes e apáticos no Reino de Deus. Devemos ser pessoas vibrantes, cheias de vida, compromissadas e absolutamente envolvidas. Porque carregamos no nosso coração a verdade de quem Cristo é: Ele é o Senhor, Salvador e dono da nossa vida, aquele que morreu e ressuscitou para nos trazer a vida divina. Servimos a ele, o amamos e o glorificamos em nosso viver! Sejamos vibrantes e alegres no Reino de Deus! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Paz no coração

Turbulento significa alguém que é irrequieto, provocador de intranquilidade, cheio de confusão, confuso. Deriva do latim turba que da a ideia de: rumor, desordem, confusão e perturbação. Descreve uma pessoa que não pode alcançar a tranquilidade porque é constantemente comandada pelo ruído de seus próprios pensamentos; porque é puxada de um lado para o outro pelas diferentes emoções que residem em seu interior. Uma pessoa que não pode pensar claramente, que é interiormente muito perturbada. Nela habitam muitas emoções que a arrastam. Estas emoções ocupam a sua casa interior. 
Interessante o que Paulo afirma em Filipenses 4.7: Então vocês experimentarão a paz de Deus, que excede todo entendimento e que guardará seu coração e sua mente em Cristo Jesus.
Quando recebemos a paz de Cristo em nosso coração, passamos a ser pessoas serenas, tranquilas, sensatas e com ordem dentro de si mesmos. Não precisamos mais ser pessoas turbulentas, agitadas e confusas no ser. Porque somos reconstruídos em Deus, somos lapidados pela graça marcante de Cristo. Recebemos dele uma paz que está acima de qualquer desequilíbrio na mente e no coração. Essa paz guarda o nosso coração nele. 
Podemos descansar nele diante das lutas internas, porque o nosso caminho é dirigido por ele, a nossa vida está centrada nele. O nosso interior se encontra com essa paz que é divina, uma paz que gera conforto ao invés de confusão, uma paz que gera tranquilidade ao invés de irritação e descontrole. Essa paz gera segurança ao invés de perturbação, porque é uma paz do céu, que vem de Cristo para nós. (Alcindo Almeida)

sábado, 3 de agosto de 2019

Somos pó

A maneira principal de combatermos nossas propensões obstinadas e direção ao narcisismo é cultivando a humildade. Aprendendo a ser nós mesmos, mantendo-nos com os pés no chão, não dando vazão à nossa natureza humana, porque ela é pecaminosa e quer nos empurrar para o orgulho e soberba. 
Devemos enfiar a mão no húmus, a matéria orgânica rica, argilosa, da qual fomos formados. Quando fizermos isso, nos lembraremos das palavras de Davi nos Salmos: Pois Deus conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido. (Salmos 103.14-16)
Jamais podemos nos esquecer que somos pó, somos absolutamente frágeis e isso nos coloca no devido lugar, somos criaturas pequenas e precisamos todos os dias da graça do Eterno Deus para respirarmos e vivermos! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Leituras em julho de 2019


NOUWEN, Henri com Michael J. Christensen e Rebecca J. Laird. A formação espiritual. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2012. Nouwen nos aconselha muito sabiamente como experimentar os cinco estágios clássicos do desenvolvimento espiritual, nos apresenta a atividade da visão divina que nos ajuda a focar e guiar nossas orações, nos revela muito sabiamente como ir da cabeça para o coração e viver neste lugar habitado por Deus. Este livro representa a consolidação das disciplinas clássicas, dos estágios tradicionais e dos movimentos espirituais em uma dinâmica jornada de fé que requer reflexões diárias e práticas intencionais. Assim, ele é adequado para processos de reflexões individuais e de pequenos grupos. Contém 223 páginas.

MANNING Brennan. Acima de tudo. São Paulo: Editora Naos, 2006. O mesmo autor de "O Evangelho maltrapilho" nos traz mais este magnífico trabalho. Uma defesa impressionante da superioridade e soberania de Cristo sobre tudo e sobre todos. Acima de toda sabedoria, de todo poder, de todos os governos e de todos os tempos. Contém 144 páginas.

GRUN, Anselm. Wunibald Müller. Deus, quem és tu? Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2012. Esta obra traz um diálogo entre os autores, que conversam sobre Deus. Além disso, os autores procuraram, também, acolher a voz daqueles que não creem em Deus, ou que têm dificuldades em vivenciar e experimentar a presença e a atuação divina no mundo atual. Por isso, esta obra traz à luz as questões essenciais ligadas à fé e será uma leitura proveitosa para os que creem e os que duvidam da existência de Deus. Contém 264 páginas. 

SPROUL, R. C. Discípulos hoje. São Paulo: Cultura Cristã, 1998. Existem tantos retratos de Jesus nas galerias deste mundo que parece inútil esclarecer a confusão que eles têm operado nas mentes das pessoas acerca de quem é Jesus. Tantas imagens conflitantes de Jesus Cristo nos são apresentadas que algumas pessoas têm desistido de atingir um quadro exato de Sua verdadeira identidade. Precisamos de Cristo. Precisamos de um Cristo real. Um Cristo nascido de especulações vazias ou criado para ser espremido dentro de um padrão de um filósofo simplesmente não dá certo. Um Cristo reciclado, um Cristo de concessões, a ninguém pode redimir. Um Cristo diluído, despido de poder, rebaixado em Sua glória, reduzido a um símbolo, ou tornado impotente por uma cirurgia erudita não é o Cristo, e, sim, é o anticristo. Contém 272 páginas. 

CHAN, Francis. Cartas à igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2019. Em sua obra mais recente, Francis Chan, autor de Louco amor, desafia o leitor a avaliar a organização atual e a relevância (ou irrelevância) da igreja para o mundo em que vivemos. E, mais importante, quão próxima ou distante ela está do que as Escrituras apontam como o seu propósito, que é sinalizar o reino de Deus. Francis Chan conta sua experiência como plantador de igrejas e o que aprendeu com os erros e com os acertos, numa avaliação honesta e não menos crítica dos descaminhos trilhados por comunidades cristãs ao redor do planeta. Engana-se, no entanto, quem espera um mero desabafo. Francis Chan apresenta instruções valiosas para igrejas que não só querem compreender seu papel bíblico mas também anseiam por inspirar vitalidade, compromisso e significado. Cartas à igreja é, portanto, um chamado para fazer diferença. Contém 192 páginas. 

GRUN, Anselm. As exigências do silêncio. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2005. O livro traz experiências que os antigos monges (do 3º ao 6º século) fizeram com o silêncio. Ele contribui para se ter mais de clareza sobre a prática e mostra que o silêncio pode ser fundamental para que o ser humano trabalhe seu interior para conviver melhor nos dias de hoje. Contém 90 páginas.