terça-feira, 23 de abril de 2019

Sem machucados na alma


A realidade é que o ato de perdoar é de alta complexidade, de muita dificuldade para nós filhos de Adão. O ato de perdoar envolve um longo processo de releitura do passado, usando as lentes divinas do amor, da compreensão e da tolerância. O ato de relevar a ofensa tem a ver com uma atitude de arquivar sem débito algum o fato vivido com o outro. 
Exemplifico, um vizinho que era uma pessoa odiosa e me incluiu na lista dele de ódio, mentiu para o meu pai dizendo que eu bati na minha vizinha. Eu não tinha feito isso, eu a empurrei e ela caiu no chão. Éramos crianças e estávamos brincando. Aquele sujeito mau, cheio de ódio e rancor no coração, disse que eu fiz algo errado. Meu pai creditou no sujeito e levei uma surra que me deixou sangrando e com vários ferimentos no corpo. Passei a ter raiva misturada com ódio daquele vizinho. Levou muito tempo para perdoa-lo porque tinha a cena reeditada, trabalhada e cada momento do sufoco, que passei nas mãos do meu pai, tudo por causa dele. 
Perdão é quando a pessoa não fere mais a gente. Perdão é quando a ofensa não nos machuca mais a alma e o coração. A pessoa não está mais marcada pelo nosso ódio e desprezo. É o que Deus faz conosco todos os dias. Ele nos perdoa por graça, amor e misericórdia. Sei que não é algo fácil perdoar quem nos rebaixou, nos humilhou e nos ofendeu profundamente. Mas, temos o modelo divino, Cristo, que foi ofendido por nós e nos perdoou e nos levou de novo ao acesso à Trindade. Perdoe, perdoe e perdoe como você é perdoado a cada dia! (Alcindo Almeida)



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