quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Somente as Escrituras

Hoje comemoramos 501 da Reforma Protestante e sabemos que foi um tempo de volta às Escrituras Sagradas. Um dos itens dela é que o papa não tem a palavra final, a tradição também não tem a palavra final. Os reformadores e seus herdeiros teológicos deram resposta a essa pergunta. O Catecismo Maior de Westminster afirma, na resposta à pergunta 3: “As Escrituras Sagradas – O Antigo e o Novo Testamentos – são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência.” 
Para os reformados do Século 16, a autoridade fundamental pela qual a igreja deve moldar a sua fé não é a opinião humana, nem a história de instituições religiosas, mas pelo Espírito Santo que fala de maneira soberana as Escrituras Sagradas.
Olhando para o texto de Hb 4:12 temos a afirmação: Porque a palavra de Deus é viva e eficaz. Agostinho diz que da cidade santa Deus enviou carta para os seus servos: as Sagradas Escrituras. Elas tratam do nosso coração porque elas são vivas e ativas em nosso interior. 
A Palavra de Deus aplica o seu poder na vida dos eleitos com o fim de provocar reconhecimento da verdade que está contida nela. A Palavra de Deus é aplicada em nós para que jamais fujamos da graça de Deus. A Palavra de Deus é aplicada em nós para que vejamos de fato o quanto ela é poderosa e ativa. Jesus disse que as palavras que ele falava eram espírito e vida (João 6.63). A Palavra é eficaz sempre. O termo para eficaz é: ativo, algo extremamente poderoso. Em outras palavras, ela é tão eficaz que não se pode impedir ou resistir a sua ação 
Queremos viver imersos na graça de Deus? Queremos uma reforma em nosso coração? Queremos impactar a sociedade atual de maneira eficaz e profunda? Experimentemos o poder e a eficácia das Escrituras em nós! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Saber envelhecer

Henri Nouwen tem um livro muito precioso chamado: Envelhecer a plenitude da vida. Ele afirma que “esperar pacientemente em expectativa não significa necessariamente que tudo fique mais fácil à medida que envelhecemos. Pelo contrário, à medida que avançamos em idade, somos tentados a estabelecer uma forma de rotina de vida e dizer: Bem, eu já vi de tudo. Não há nada de novo sob o sol. Eu estou apenas indo com calma e levo os dias como eles vêm. Mas desta forma a nossa vida perdem sua tensão criativa. Nós não mais esperamos que algo realmente novo aconteça. Tornamo-nos cínicos, auto-satisfeitos ou simplesmente entediados.”
Ele diz que o desafio de envelhecer é esperar com paciência cada vez maior e com uma expectativa cada vez mais forte. É viver com uma esperança ansiosa. É confiar que através de Cristo tivemos acesso a essa graça e nos gloriamos na esperança de possuir um dia a glória de Deus.” (Romanos 5:2).
O envelhecimento implica num remanejamento de si e da relação com o mundo. Ele é o tempo que perdemos mais da nossa capacidade física. Ninguém sabe onde a sua velhice o leva. Sabemos que a medida que o tempo vai passando, o nosso corpo perde sua evidencia, ele passa a sofrer insistentemente. A ida ao medico aumenta e as doenças e dores aumentam consideravelmente. Reduzimos as atividades porque o cansaço realmente fica bem presente. O envelhecimento traz consigo a solidão porque as pessoas mais próximas e importantes que nos acompanhavam. Aquelas que davam sentido à realidade social do nosso universo e da nossa identidade vão se distanciando de nós porque passamos a esquecer mais dos detalhes, ficamos mais lentos no raciocínio e não temos o mesmo vigor para falar como antes. 
Bem, o envelhecimento é algo que não tem escapatória. Todos nós estamos na estrada que passará pelo envelhecimento. A diferença é como passamos por ela. Alguns passam com pesar, reclamam, choram, entram em depressão, ficam solitários e fechados. Outros entendem que viver não é simplesmente existir, mas desfrutar qualidade que há na vida, olhando para dentro de si mesmos e percebendo que há potencialidade a serem desenvolvidas mesmo na velhice. 
Uma pessoa de longa jornada tem história de vida que podem ser retransmitidas. Uma pessoa de longa jornada tem sentimentos, tem coração e pode contribuir para ensinar os mais jovens que ainda não passaram pela jornada longa que ela passou. O grande teólogo Paulo foi um instrutor do jovem pastor Timóteo no fim da sua vida. Com as marcas profundas da alma ele disse ao jovem: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará.
O envelhecimento não é um defeito, não é algo ruim para vida. Ele é o processo natural de todos os seres humanos. Crescemos, ficamos jovens, adultos e chegamos na velhice. Nessa caso, a velhice é uma lenta retirada que se traduz na experiência de deixar legados da vida vivida com sentido na presença de Deus, assim como Paulo viveu e pode combater o combate com sua fé inabalável naquele que é o Senhor da nossa existência e tem todos os dias da vida contados. (Alcindo Almeida)

Sobre a oração

“A tarefa do teólogo não é a de ensinar sobre Deus, mas ele ajuda as pessoas orarem a Deus. Orar ao Deus revelado em Jesus Cristo segundo a Bíblia e não nos arrastar devotamente ao redor de nossa imaginação idólatra. Por isso, Calvino é tão útil – ele era um pastor e teólogo que orava". Eugene Peterson.

sábado, 27 de outubro de 2018

Um buraco no ser

Um problema que tem acometido muitas pessoas em nosso meio, a depressão. Uma pessoa deprimida tem o tempo congelado e ela alimenta profundamente o sofrimento tornando os dias e as noites intermináveis. Quando falam de sonho para essa pessoa ela tem como um problema! 
A pessoa se torna vazia e acorrentada em si mesma. Ela vive um sentimento de incapacidade, impotência e de indignidade. A autoestima dessa pessoa é totalmente bloqueada e ela fica sem motivação para qualquer ato na vida.
A depressão gera uma incapacidade da pessoa garantir a missão de si mesma. Vale lembrar que o termo em latim depressio significa afundamento! Tem a ver com o colpaso, queda e tocar o fundo do poço.
Há alguns anos escrevi um livro chamado Depressão na vida - redescoberta da força na fraqueza. O livro visa o entendimento da depressão e ela é o momento de redescobrir a força na fraqueza. Força que pode ser encontrada na graça do Eterno Deus para que enfrentemos da maneira mais honesta e verdadeira situações tão difíceis como a depressão. E assim, restabelecidos, vivamos de maneira sadia e totalmente dependente do Deus criador.
Depressão pode acometer qualquer um de nós. Precisamos olhar para esse momento com cuidado e dizer como Paulo: Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte. Ele diz mais: De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Deus nos fortalece nas fraquezas da alma , nas limitações humanas que temos é nos ajuda a viver em função da sua graça, amor e cuidado! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Cuidado com o Burnout

Vivemos dias de velocidade essencial para o bom desempenho das empresas. Ganhar tempo é a espinha dorsal da guerra de concorrência nessas empresas. O funcionário que é gerente numa empresa dessa tem a exigência de jamais perder uma oportunidade ou uma informação essencial.
Em todos os setores que vivemos precisamos de um celular para ficar antenados com todas as informações e acontecimentos no mundo. A nossa vida gira todo tempo em função de atividades e mais atividades! Não paramos! Vivemos a concorrência entre colegas que freia até a solidariedade na amizade.
A correria é tão grande que não é mais incomum vermos o burnout, essa coisa de esgotamento físico. "A síndrome de burnout" é uma consequência do acúmulo excessivo de estresse em trabalhadores que têm um profissão muito competitiva ou com muita responsabilidade, tornando o dia de trabalho em um sacrifício que envolve nervosismo, sofrimento psicológico e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo ou tonturas. Esse negócio tira a nossa energia e gera um preço alto para o ser! Essa realidade está aí e precisamos fazer algo para impedir a progressão dessa crise que pode instalar em qualquer um de nós!
Davi diz: Fiz calar e sossegar a minha alma. Que arte divina profunda para derrubar esse bicho hein? Sossego para a alma, descanso para alma. Como precisamos de um tempo para a alma! Um tempo para silenciar o coração na presença do Eterno Deus.
Esse tempo é valioso e Davi sabia muito bem o que importava para ele. Descanso para o coração, alívio para alma e refrigério para a vida! Cuidado com esse bicho doido que tira o nosso sossego! Busquemos um tempo de descanso na presença do Eterno Deus. (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Face a face com Deus

O texto sagrado afirma: Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo (Êxodo 33:11).
Moisés contempla nesse texto a presença de Deus de uma maneira bem profunda para a nossa compreensão. Quando leio essa parte na vida de Moisés imagino um homem que tem uma espiritualidade tão aguçada, tão profunda e tão marcante, que ele está amarrado em Deus. Moisés contempla Deus na sua face de maneira tão extraordinária que a sua adoração é pura e cheia de reverencia diante daquele com quem ele fala face a face. 
Moisés contempla a presença de Deus de maneira tão forte que ele tem uma noção mais profunda sobre o significado da santidade e pureza diante de Deus. Ele vê a face de Deus. Ele contempla o divino de perto, ele tem um vislumbre do que Deus é na sua majestade, não totalmente porque seria fulminado na hora. Mas, ele tem uma contemplação tão profunda da face divina que mexe com seu coração, lhe dando uma percepção do ser de Deus como poucos tiveram.
Moisés vê Deus como um amigo. Ele contempla a glória de Deus em seu coração. Isso é algo impactante que Deus mesmo diz que ele achou graça na presença divina. E Deus afirma que sua presença irá com seu servo, com quem Ele tem uma amizade profunda e relevante. E diz que lhe dará descanso para o coração.
Que Deus nos dê esse presente divino de cultivar a comunhão com Ele, de vê-lo face a face. Que tenhamos a graça de desenvolver uma espiritualidade que contempla Deus face a face em cada momento da nossa vida. Que desfrutemos dessa comunhão que alimenta o nosso ser e nos faz cada vez mais próximos dessa gloria e majestade divinas. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Cuidado com ações impensadas

Lendo o texto de I Crônicas no capítulo 21, vemos um pensamento meio esquisito de Davi, um pensamento meio soberbo. Ele resolve levantar o senso de Israel. Talvez estivesse convencido do seu grande reinado, talvez estivesse pensando na suas muitas vitórias em batalhas triunfais. O fato é que Davi fala para Joabe fazer o censo para ver quantos soldados ele tem!
Joabe ainda dá uma dica para Davi e diz que ele não precisa disso, porque Deus que multiplica o povo 100 vezes mais e todos eram servos de Davi. Para que levantar esse censo?
Resumindo a história, a palavra de Davi prevaleceu e Joabe teve que fazer esse processo todo. Isso desagradou a Deus. E o resultado é que Deus feriu o povo por causa desse pecado cometido por Davi.
Davi percebeu o tamanho da maldade que veio sobre o seu coração e a sua fala diante do profeta Gade foi: Estou em grande angústia caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitas as suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu.
Apesar do erro de Davi, ele tem a consciência da presença de Deus na sua vida e, por isso, prefere cair nas mãos do Eterno Deus, porque o Senhor é misericordioso, porque o Senhor é bondoso, porque o Senhor é perdoador. Ele prefere o peso da mão do Eterno Deus do que a dos homens. Graças a Deus que apesar da nossa falha, apesar dos erros e dos pecados cometidos diante do Eterno Deus, Ele nos perdoa e nos aceita por graça e bondade!
(Alcindo Almeida)

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Instrumentos da graça


Olhando para o rei Davi, percebemos um homem for a do comum. Em I Crônicas 11 diz que o povo se ajuntou a Davi em Hebrom e disse: Somos do mesmo povo de quem tu és. O texto diz que ele renovou o resto da cidade e termina dizendo: Ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor dos Exércitos era com ele.
Interessante notar o que Davi foi nessa vida. Ele influenciou vidas, ele marcou cidades, ele impactou alguns líderes de nações. A marca de Davi era algo impressionante e algo bem relevante mesmo. Qual era o segredo de tudo isso? Simples demais, Deus era com ele. Deus trabalhava no coração de Davi em todo tempo. Davi tinha a graça marcante de Deus no seu coração. Ele fazia a diferença na vida das pessoas porque Deus era com ele. Deus o conduzia em todos os processos da sua vida.
O texto de I Crônicas 14:17 afirma: Assim se espalhou o renome de Davi por todas aquelas terras; pois o Senhor o fez temível a todas aquelas gentes. Vejam que Deus quem trabalha para Davi ser uma luz e marcar a vida humana. Deus realiza tudo em Davi. E assim, o nome do Senhor é glorificado na vida dele.
Deus nos chama para esse jeito de viver, dependendo Dele, andando com Ele. Sendo instrumentos da graça Dele. Que Deus nos ajude e seja conosco! (Alcindo Almeida)

Somos amados pela graça divina

O Evangelho de Cristo nos ensina que somos salvos, somos transformados para sempre, jamais pelos nossos atos, nem mesmo pelo nosso jeito certinho de ser. Não, mil vezes não. Somos transformados pelo que ele fez por nós na Cruz do Calvário. 
O poder da nossa mudança interna está no nascimento, no sofrimento, no jardim do Getsêmani e na ressurreição de Jesus Cristo. Exatamente por meio desses atos divinos que Jesus conquistou, em nosso lugar, que temos de graça a salvação, a redenção e vida eterna na sua presença. 
Somos alcançados pela graça da cruz. Somos amados pela graça divina através do sacrifício de Jesus Cristo na Cruz do Calvário. A grande verdade é que Ele se deu por nós de graça e por amor. Ele sofreu para que tivéssemos paz e sentido para a vida. Ele se deu para que não fôssemos para o Inferno para sempre. Ele se deu para termos a comunhão com a Trindade novamente, comunhão que foi perdida lá no Éden. 
Louvado seja o Eterno Deus por tanto amor demonstrado por pecadores como nós. Ele enviou o seu amado Filho para nos resgatar para sempre! (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Jesus é a verdade

O texto sagrado, no Evangelho de João, afirma: E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Jesus é a verdade absoluta para o nosso coração. Alguns buscam o sentido na vida, buscam uma razão para viver. Alguns vão atrás do sentido nas cartas, na mulher que acha que pode falar sobre o futuro, no guru que pode ter uma direção para o seu futuro.
Afirmo sem medo de errar, isso é uma ilusão sem tamanho. Isso não traz sentido. Somente Jesus de Nazaré traz significado para o nosso coração. Ele é a verdade que realmente nos liberta. Ele nos liberta das garras do pecado, nos dando perdão divino e cheio da graça do céu! Ele nos liberta dos traumas mais profundos da alma, porque Ele é a nossa paz. Ele é a nossa verdadeira esperança.
Os sentidos ficam reais quando somos tocados por Jesus Cristo de Nazaré. Por isso, ele mesmo disse: Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres!
Em Jesus somos libertos e encontramos nele o verdadeiro sentido de viver! Com Jesus no coração, não precisamos de nenhuma ilusão humana, porque ele preenche todo o nosso ser! (Alcindo Almeida)

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Adoniran Judson: o missionário das aflições

Hoje eu quero compartilhar um pouco sobre a vida de um grande missionário chamado Adoniran Judson, um homem magro e de corpo pequeno, que ficou encarcerado por quase dois anos numa prisão infestada por mosquitos na Birmânia. Ele e outros 60 condenados à morte ficaram encerrados num edifício sem janelas, escuro, abafado e imundo. Dentro da cadeia, além das traduções, que ele escondia dentro de seu travesseiro, Adoniran evangelizava os presos. 
O missionário, magro e enfraquecido pelos sofrimentos e privações, foi conduzido entre os mais endurecidos crimi­nosos, com gado, a chicotadas e sobre a areia ardente, para a prisão. Sua esposa conseguiu entregar-lhe um travesseiro para que pudesse dormir melhor no duro solo da prisão. Porém, ele descansava ainda melhor porque sabia que den­tro do travesseiro, que tinha abaixo da cabeça, estava es­condida a preciosa porção da Bíblia que traduzira com grandes esforços para a língua do povo que o perseguia.
O episódio descrito é parte da história do americano Adoniran Judson (1788 – 1850), o primeiro missionário cristão na Birmânia, que, por 30 anos, perseverou em seu trabalho de evangelização, apesar das doenças e perseguições constantes que sofria por pregar o Evangelho naquele país. Em 1819 – seis anos depois de sua chegada à Birmânia -, Judson conseguiu seu primeiro convertido. Dois anos depois, já havia uma igreja fundada no país, com 18 batizados. 
Em 1837, havia 1144 convertidos batizados na Birmânia. Em 1880, esse número passou a sete mil, distribuídos por 63 igrejas. Em 1950, cem anos depois de sua morte, existiam mais de 200 mil cristãos na Birmânia, em sua maioria, resultantes da mensagem que Judson deixara naquele país. Ele dizia: “Muitos cristãos consagrados jamais atingirão os campos missionários com seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos.”
Pensem num homem que sofreu demais na pregação do Evangelho naquele país. Como nos lembra o texto de J. Piper: Ele viveu e morreu – como exemplo de Colossenses 1.24: Agora me alegro em meus sofrimentos por vocês, e completo no meu corpo o que resta das aflições de Cristo, em favor do seu corpo, que é a igreja. Piper diz mais: As aflições não são apenas o resultado da fecundidade missionária, mas também dos meios. Deus determinou que nossa dor seja parte de sua poderosa demonstração da glória de Cristo. O valor de Jesus no mundo brilha com mais esplendor na vida dos que dizem por meio de sua vida sacrificial: Perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo (Filip. 3.8). 
Adoniran teve momentos profundos de dor, mas não desistiu da pregação do Evangelho naquele país. Conseguiu traduzir a Bíblia para a língua do povo e hoje a República da União de Myanmar tem acesso as Escrituras porque Deus usou um homem simples, mas compromissado com o Reino Divino. Que Deus nos dê essa coragem e compromisso na causa do Reino dele sempre. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 16 de outubro de 2018

O amor que acolhe


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Eu gosto demais de um grande escritor chamado Brennan Manning. No seu livro: “O obstinado amor de Deus, ele disse: Viver com a percepção de quanto somos amados é o eixo em torno do qual gira a vida cristã. Ser amados é a nossa identidade, o âmago da nossa existência. Não se trata apenas de um pensamento que reflete o nosso senso de grandeza. É o nome pelo qual Deus nos conhece, e o meio de Ele se relacionar conosco.
Quando preciso buscar uma identidade externa a mim, sou então atraído pelo acúmulo de riquezas, poder e honra. Posso também encontrar o meu centro gravitacional nos relacionamentos. Quando extraio vida e significado de qualquer outra fonte que não o fato”.
Acredito que essa seja a maior carência das pessoas hoje. Alguns dias dei um abraço numa amiga e ela disse: nem meus filhos me abraçam assim com tanto carinho e amor pastor. Saibamos dessa verdade, somos amados pelo Eterno Deus. Ele nos ama através do seu Filho Jesus Cristo de Nazaré. 
O texto sagrado nos afirma em I João 4:19: Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro. Não há absolutamente nada de especial para Deus nos amar em Cristo, mas por causa da sua graça, ele nos ama e por isso, o amamos também. Seu amor toca em nosso ser, assim passamos a ter significado, não em nossa casa, não em nosso carro ou dinheiro, mas na graça especial que desce do céu e é demonstrada para pecadores como nós. 
Somos amados de Deus, somos agraciados pelo seu cuidado, somos assistidos e acolhidos por esse grande amor que constrange e nos deixa com as emoções afloradas. Não há entendimento humano para compreender a dimensão desse amor desse Deus Eterno. O amor que acolhe, abraça e traz para perto rebeldes. Esses tais, são amados e aceitos pela graça. Louvado seja o Deus que nos ama de graça. (Alcindo Almeida)















segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Integridade nos mínimos detalhes

Quando lemos o Salmo 15, percebemos que ele tem a ver com o cristão e as questões éticas da atualidade. Nele o salmista Davi trabalha as condições positivas e as negativas da vida cotidiana. As positivas têm a ver com viver com integridade, praticar a justiça, falar a verdade e manter suas promessas. As negativas têm a ver com não caluniar, não difamar, não praticar o mal, não emprestar dinheiro com usura e não aceitar suborno.
Davi fala da pessoa que é irrepreensível em sua conduta. Isso significa que o seu modo de vida é caracterizado pela integridade. Bem, uma das questões mais problemáticas hoje é a questão da integridade. Como temos vivido em falta com integridade nos mínimos detalhes da vida. Não trabalhamos nessa vida com duas faces, dois corações e nem duas vidas. Infelizmente, muitos têm duas vidas. Dizem que são uma coisa e na pratica são totalmente o contrário. Na perspectiva cristã, não temos como vivermos duas vidas. Integridade é ser inteiro, completo, honesto e sincero em tudo o que se faz e é.
Nós lidamos com a integridade caminhando e vivendo, praticando e falando sobre ela. Ao andar com Deus, respiramos a integridade. Não há como falarmos em Deus e na sua Palavra se não andarmos em integridade. Essa é uma condição profunda para a jornada cristã. As pessoas olham para nós e percebem que respiramos a justiça, a honestidade e sinceridade. 
Franz Delitzsch resume esse aspecto da seguinte maneira: “Encontramos três características aqui: um caminhar puro, uma conduta ordenada de acordo com a vontade de Deus e um modo de pensar que ama a verdade”. Bem, a pergunta no Salmo é: Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu Santo Monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade. 
Que o Eterno Deus nos ajude a viver com integridade e assim honrar o nome dele em tudo que somos e realizamos nessa vida. (Alcindo Almeida)

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Um coração perfeito

O texto de I Reis 8:61 afirma: Seja perfeito o vosso coração para com o Senhor, nosso Deus, para andardes nos seus estatutos e guardardes os seus mandamentos, como hoje o fazeis.
Salomão teve o privilégio de terminar o templo que era um sonho do seu pai e agora abençoa o povo e diz essas palavras. O convite é para o povo ter um coração perfeito diante de Deus. Um coração voltado para o projeto divino na vida. Um coração disposto a ver Deus em tudo o que acontece na história da vida.
Interessante olharmos muito bem para cada passo da nossa vida diante do Senhor Deus. Vejam que o próprio rei acabou sucumbindo nessa trajetória espiritual, ele amou as mulheres estrangeiras. Essas mulheres não eram tão marcantes, tanto que Deus deu a recomendação para os filhos de Israel não se casarem com as tais. O texto diz que Salomão se apegou a elas pelo amor. Chato demais! O detalhe é que essas mulheres perverteram o coração desses mesmo homem que pede isso do povo de Israel.
O triste dessa corrupção é que Salomão seguiu a Astarote deusa dos sidônios. Meu Deus! Que desastre ver o coração de Salomão despedaçado na sua espiritualidade. Não andou nos estatutos divinos e não obedeceu guardando os mandamentos do Eterno Deus.
Tomemos cuidado com o nosso coração, ele pode nos enganar. Precisamos de joelho no chão pedindo ao Senhor para que guarde o nosso coração para ser perfeito para Ele. Um coração que o busca de maneira sincera, verdadeira e quebrantada. Um coração que ouve a sua voz e direção para a vida.
Salomão não seguiu ao senhor com o coração perfeito, fraquejou porque deu vazão para si mesmo, para seu ego. Ele se corrompeu na sua espiritualidade. Cuidado com o nosso coração, nos voltemos todos os dias para a Cruz. Olhemos para o nosso Cristo e peçamos graça para amá-lo e servi-lo com todo o nosso coração e com toda nossa força. Que a cada dia, seu nome seja exaltado em nossa espiritualidade. (Alcindo Almeida)

Um momento épico

Nessa viagem aqui nos Estados Unidos para visitar os nossos missionários Ivan Freitas e Rayna, eu vivi uma experiência muito preciosa. Nós saímos daqui na madrugada do dia 4 de outubro para uma cruzada do GX, lá em Ohio. No dia 5 pela manhã, saímos com a turma toda para uma das escolas que visitaríamos nesse dia. 
Quando entramos no ginásio esportivo, ficamos extremamente felizes e alegres ao vermos várias crianças entrando lá. E vimos um garoto deficiente físico na cadeira de rodas. Ele até balançava um pouco, mas ficou quietinho lá! No final do show, a menina Candace, foi até ele e o pegou e o ouviu para dançar!
Eu estava do outro lado e fiquei emocionado e impactado. Primeiro, pela sensibilidade da Candace em ir até ele e se importar com o garoto. Segundo, com o jeito que o menino ficou! Ele encheu o seu rosto de um sorriso profundo! Todos nós ficamos muito impactados demais naquela manhã!
Naquele momento percebemos a importância da música na vida humana, ela é de fato um presente divino para nós. Percebemos que a dança é uma arte divina também, ela mexe com as emoções do coração! Que momento épico ver aquele menino no meio das sua limitações físicas, dando sorrisos para o céu! Sou grato a Deus por viver esse momento peculiar no meu coração! (Alcindo Almeida)

Mergulhando bem fundo

A fé não é uma ideologia, mas a fé é um caminho, sim um caminho que nunca acaba. Começar a crescer não significa poder se apoiar em pilares de certezas mais entrar num numa nuvem de mistério e aceitar o desafio: ter fé é mergulhar bem fundo. Ter fé é ir para uma imersão na crença de que Deus está no controle de absolutamente todas as coisas na nossa existência.
Aprendemos que no meio das noites escuras da alma temos dentro de nós uma fé viva. Algumas vezes até perguntamos: Onde estás Deus que não vês minha dor? Mas, no exercício da nossa fé lá dentro, percebemos que Ele está no lugar de sempre, no seu trono reinando e olhando para nós!
Estou aqui na base da Jocum no Kansas, lugar onde tenho visto jovens mergulhados nessa fé viva, profunda e relevante. Alguns não sabem se receberão seu sustento mensal, não sabem o que acontecerá com eles. A única certeza deles é que estão mergulhados na fé viva em Deus.
Descansemos na fé centrada naquele que dirige e controla absolutamente tudo na nossa vida! (Alcindo Almeida)

Testes divinos da fé


Quando olhamos para Jó, muitas vezes achamos que ele foi um coitado, um grande sofredor! Calma, sabemos sim que Jó sofreu de maneira muito séria. O teste de fé que Deus lhe deu, se transformou numa luta terrível! Sim, suas reações evidentemente que foram de um filho de Adão.
Percebemos um outro Jó depois que agradece a Deus por tudo o que aconteceu! A sua fala é de criticar ferrenhamente o dia que nasceu! A sua atitude é de colocar Deus na parede usando sua justiça própria (termo que meu amigo Glênio Paranaguá usa no seu belo livro - O crime da letra).
Jó mostra um orgulho humano que não tínhamos visto nele até esse teste divino na sua fé. 
 No capítulo Jó 9:21-23 o texto diz: Eu sou inocente; não estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida. Tudo é o mesmo, portanto digo: Ele destrói o reto e o ímpio. Quando o açoite mata de repente, ele zomba da calamidade dos inocentes.
Jó acha que é inocente diante de Deus e coloca Deus numa parede achando que foi destruído por Ele. Jó está mordido com Deus diante da sua situação deplorável. Jó não percebe nesses momentos sua cegueira espiritual para ver Deus no teste de luta na sua fé e dependência de Deus e do seu caráter. Algo aconteceria na vida de Jó, mas ele se endurece colocando Deus na parede da avaliação adâmica. Então complicou mesmo!
Bem, esse é o nosso jeito também nos testes divinos da fé. Já partimos para os questionamentos e nem temos tempo para ver a esperança divina correndo em nosso caminho de provação. 
Mesmo os amigos de Jó tendo equívocos, um deles, Bildade, tem uma sacada boa. Ele diz: Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra, são uma sombra.
Pegou no calo do Jó adâmico não? Porque realmente não sabemos o que aconteceu direito, somos insuficientes nessa vida e os dias que temos são frágeis demais.
Precisamos dar tempo ao tempo com as feridas que vêm nos testes divinos da nossa fé. Eles doem como doeu para Jacó, para José e Moisés. Mas, eles foram abençoados pela esperança divina, chegaram no processo de lapidação no coração vendo a dor e o sofrimento!
Na hora das marcas divinas na nossa fé, não nos revoltemos, Ele sabe de tudo. Ele nos formou e nos conhece em cada detalhe. Ele está no seu trono cuidando da nossa fé e esperança nele. (Alcindo Almeida)

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Diálogo do coração

Eu penso que o caminho para sermos construídos como seres humanos é sempre através da jornada espiritual. Nela olhamos para Deus e consequentemente para nós mesmos. Quando olhamos para Deus, percebemos a sua grandeza e sua majestade. 
Quando olhamos para nós, percebemos a necessidade de Deus em nós e só por Ele é que nos conhecemos como seres humanos. Um jeito de nos conhecer melhor é através da oração e da comunhão com o Senhor. James Houston diz: "A oração é profundamente direcionada por aquilo que cremos e como nos comportamos. O caráter de nossas orações será marcantemente determinado pelo caráter de Deus, enquanto o conhecemos e o experimentamos."
Podemos nos conhecer mais e mais quando desfrutamos dessa comunhão profunda com Deus através dos diálogos que temos com Ele. Falemos com Deus sobre nós mesmos e abramos a nossa alma perante a sua face sempre! (Alcindo Almeida)

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Leituras em setembro de 2018




1. MCGRATH, Alister. Gênese da doutrina. A fundamentos da crítica doutrinária. São Paulo: Editora Vida Nova, 2015. Que é doutrina?  Como pode uma afirmação doutrinária do passado ter autoridade no presente? Como as afirmações doutrinárias devem ser analisadas e avaliadas criticamente? Essas são perguntas cruciais para a teologia cristã, e a maneira em que são respondidas gera consequências significativas para a igreja. A gênese da doutrina explora um conjunto de questões fundamentais relacionadas à natureza da doutrina cristã e apresenta uma investigação detalhada dos fatores que norteiam seu desenvolvimento. Contém 256 páginas.

2. LOPES, Augustus Nicodemus. Uma igreja complicada. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2011. Este livro é um comentário muito prático sobre os primeiros quatro capítulos da primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios. Alguém poderia pensar: por que somente sobre quatro capítulos? A resposta é que o assunto desses quatro capítulos é primordialmente o apostolado de Paulo e atualmente surgiram vários líderes que se autodenominam "apóstolos", colocando sobre si mesmos a capa de autoridade apostólica. Coisas semelhantes ocorreram antes na história da igreja, mas quase sempre se descobriu e que esses ditos "apóstolos" ensinavam doutrinas não apostólicas e que em muitos assuntos se desviavam do fundamento da Palavra de Deus fiel. Contém 176 páginas.

3. FERGUSON, Dave - Warren Bird. Formador de heróis. Brasília: Editora Palavra, 2018. Estamos passando por um momento da história onde as crises de liderança permeia todos os segmentos. O vácuo nunca foi tão grande. A necessidade de lideres é urgente no mundo, e certamente não passa despercebido no meio eclesiástico. Ferguson traz soluções reais, práticas e aplicáveis para reverter o quadro. Ele entende que os lideres devem se doar na capacitação de outros, promovendo uma multiplicação de liderança de forma a suprir essa necessidade que vivenciamos. Reconheça o investimento que outras pessoas fizeram na sua vida para se tornar a pessoa e o líder em que se tornou, e invista profundamente na vida de outras pessoas para que se tornem os líderes que o Reino de Deus precisa. Contém 296 páginas.

4. COSTA, Ricardo. Plataforma do Reino. O Significado de viver as realidades do Reino de Deus em nossa história. Esta é uma obra desafiadora para a nossa vida cristã. O livro de Tiago nos ensina que a fé sem obras é morta. Sabemos também que teoria e pratica devem andar juntas. A nossa identidade em Cristo nos leva à comunhão e intimidade com o Pai. O que vem depois disso é consequência dessa amizade que necessariamente reflete no ambiente e nas pessoas que estão próximas a nós. Ricardo nos encoraja a vivermos a cultura do Reino, que se evidencia na evangelização e pregação com poder, acompanhados da manifestação de sinais e milagres na vida das pessoas. Contém 170 páginas.

5. LITFIN Bryan M. Conhecendo os pais da igreja uma introdução evangélica. São Paulo: Editora Vida Nova, 2015. Nesta obra, o especialista em patrística Bryan Litfin apresenta os 10 pais da igreja, entre eles Agostinho, Inácio, Orígenes, Perpétua e Tertuliano. Ele revela a riqueza da tradição cristã e quanto os cristãos de hoje são moldados por esses irmãos do passado na forma em que adoram, oram, estudam as Escrituras e vivem em comunidade. Cada capítulo trata da vida e da obra de um pai da igreja, encerrando com uma tradução moderna de excertos extraídos de seus escritos, com perguntas para reflexão e debate e sugestões de bons livros para aprofundar o assunto. O livro é ideal para alunos, professores, grupos pequenos e pessoas que procuram saber mais sobre o cristianismo histórico e ortodoxo. Contém 256 páginas.