(Texto: I Samuel 22.14)
Eugene Peterson diz que o santuário como o nome indica, é um lugar
santo. Na época de Davi, o sacerdote Aimeleque, tinha por dever mantê-lo assim.
Santo é uma palavra que usamos para designar a grandeza, pureza e beleza do
nosso Deus. Deus é santo. Não podemos compreender Deus a partir da nossa
experiência humana, magnificando e projetando o que há de melhor em nós ou o
que imaginemos e então chamá-lo de Deus.
Sabemos que nessa altura, Saul procura negar e destruir tudo
aquilo que faz de Davi quem ele é, tudo o que constituía sua própria
humanidade, tudo aquilo que, em retrospectiva, chamaríamos de cristão. Ele quer
matar Davi e quando se encontra com o sacerdote Aimeleque, espera que ele
denuncie Davi. Só que não é o que acontece. A fala dele é: Aimeleque respondeu ao rei: Quem dentre todos os teus oficiais é tão leal quanto Davi, o genro do
rei, capitão de sua guarda pessoal e altamente respeitado em sua casa?
Doegue, oportunista político até a alma, viu aí a sua chance de
obter os favores do rei e não a desperdiçou: contou logo o que havia visto em
Nobe, a busca de Davi por ajuda e a forma como Aimeleque o ajudara. Saul entrou
em ação: mandou chamar Aimeleque e todos os seus sacerdotes auxiliares em Nobe -
cerca de 85 - e os acusou de conspirarem contra ele com Davi. Eles protestaram,
alegando inocência, o que era verdade. Mas, Saul ignorou sua defesa e ordenou
que os executassem. Ninguém dos soldados de Saul quis cumprir a ordem de matar
os sacerdotes. Eram bastante leais ao seu rei para, nesse caso, desobedecê-lo.
Sabiam que uma ordem humana, mesmo dada por seu rei ungido, não poderia de modo
algum usurpar o mandamento de Deus.
Olhando para os dois personagens Aimeleque e Doegue vemos a
percepção de cada um sobre o santuário. Para Doegue que era esse oportunista
político. Ele é o homem que mata os sacerdotes de Deus. O santuário para ele é
uma oportunidade de crescimento humano, nada de Deus, nada de respeito ou
interesse pela espiritualidade. Enquanto, Aimeleque é sacerdote que tem o
santuário como algo para abençoar a vida, para olhar Deus, ver sua graça e
bondade. Mesmo correndo risco de morte, ela olha para Davi como homem de Deus e
não como inimigo de Saul. Ele salva a vida de Davi porque tem graça no
santuário.
Acredito que Deus quer que toda vez que entramos no santuário nos
tornemos conscientes da presença de um Deus santo e saiamos de lá melhores. Saiamos
mais graciosos e humanos. Saiamos pensando no Reino, na graça na vida e na
bondade divina.
Pr. Alcindo Almeida
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