quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Leituras no mês de novembro de 2011

BELL, James Stuart - Anthony Palmer Dawson. A biblioteca de C. S. Lewis. São Paulo: Mundo Cristão, 2006. Durante as décadas de 1970 e 1980, a relevância de C. S. Lewis como pensador perdeu um pouco de sua robustez. Essa tendência pode ser, em parte, creditada à apologia que ele fazia ao cristianismo, malvista pelos acadêmicos avessos à subjetividade da fé. Entretanto, a redescoberta recente do escritor e o recrudescimento da força de sua obra permitiram a muitos estudiosos conhecer melhor o arcabouço de sua literatura e do conjunto de suas idéias. G. K. Chesterton, George MacDonald, Shakespeare, Agostinho, Samuel Johnson, Edmund Spencer, Aristóteles e John Milton são alguns dos nomes que influenciaram Lewis, tornando-se não apenas objeto de sua admiração, como também de suas pesquisas e de seus exercícios dialéticos. A biblioteca de C. S. Lewis é o resultado do esforço de James Stuart Bell e Anthony Palmer Dawson em compilar todas essas influências e elucidar o papel de cada autor na obra singular do escritor britânico. Revelador e elucidativo, o livro recompõe o mosaico sobre o qual Lewis lançou os fundamentos de sua filosofia, e mesmo de sua fé. Contém 381 páginas.

LEWIS, C. S. Os quatro amores. São Paulo: Editora Martins Fontes. Os quatro amores que C.S. Lewis distingue neste livro são a Afeição, a Amizade, Eros e a Caridade. Examina como cada um se combina aos demais, sem perder de vista a diferença necessária e real entre eles. Lewis nos adverte também dos enganos e distorções que podem tornar os três primeiros amores - os amores naturais - perigosos sem a graça suavizante da Caridade, do amor divino que deve constituir o somatório e o objetivo de todos os demais. Contém 208 páginas.
 
VIOLA, Frank. Da eternidade até aqui. Brasília: Editora Palavra, 2010. Redescobrindo o propósito eterno de Deus para a sua vida. Uma história arrebatadora do plano eterno de Deus. Um livro revolucionário que vai fazer você repensar o que é ser um cristão e qual a sua missão no mundo. Este livro é considerado a melhor obra de Frank Viola e um dos seus mais importantes trabalhos publicados. Como ele diz "este representa o fardo central de minha vida e ministério". As grandes obras são assim, forjadas em meio a conflitos interiores, inquietudes e busca às vezes insana, por respostas. O livro apresenta três histórias maravilhosas. Cada uma percorre um tema divino que é tecido através das escrituras. Juntas, elas oferecem um clarão extraordinário do que é a grande paixão de Deus e sua grande missão. Tal como aconteceu com o autor, o que você vai descobrir irá mudar para sempre sua visão de vida, da igreja e de Deus. Contém 296 páginas.

ORTBERG, John. A vida que sempre quis. São Paulo: Editora Vida, 2003. Muitos cristãos gostariam de ter um relacionamento mais profundo com Deus. Desejam ardentemente uma vida cristã frutífera e usufruir de total intimidade com o Senhor tal como os heróis da fé de todos os tempos. No entanto, embora se esforcem muito, não conseguem vencer todos os obstáculos que esse estilo de vida impõe. Falta-lhes alguma coisa para que a vitória seja permanente e definitiva. Neste livro inspirador e fundamentado na Bíblia, Jonh Ortberg mostra que é possível vencer os ciclos de altos e baixos na vida cristã e ser uma benção nas mãos de Deus. O autor apresenta passos práticos e úteis que conduzirão o leitor à verdadeira essência do cristianismo. Ao seguir esses ensinamentos, a vida que você sempre quis viver com Deus se tornará realidade. Contém 280 páginas.

BLANCHARD, Ken. A alma do líder. São Paulo: Editora Garimpo, 2009. Liderar é bem mais que ocupar um cargo ou uma posição. Está diretamente relacionado àquilo que o ser humano tem de mais profundo: seus valores, seus princípios, suas aspirações. E A alma do líder fala justamente sobre isso. Nesta obra - edição atualizada e revisada de um dos maiores sucessos de Ken Blanchard, O coração do líder -, o autor reúne uma série de reflexões sobre o assunto, todas extremamente inspiradoras e úteis para aquele que tem a responsabilidade de conduzir um grupo, uma organização, uma empresa, uma comunidade ou mesmo uma nação. Leitura fundamental para quem encara a liderança com a nobreza que o tema exige. Um livro de leve leitura, mas com verdades de extrema relevância que farão do leitor um líder melhor - um líder com alma. Contém 192 páginas.

MAXWELL, John C. A arte de formar líderes – Como transformar colaboradores em empreendedores. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2011. Será que sou um líder tão bom capaz de desenvolver outros líderes ao meu redor? Esta deveria ser a primeira pergunta que toda pessoa em posição de autoridade ou ascendência deveria se fazer, segundo o especialista que se tornou referência mundial no assunto: John C. Maxwell, fiel defensor da teoria de que o sucesso de qualquer organização depende 100% do desenvolvimento dessa habilidade. “Prédios deterioram-se. Máquinas desgastam-se. Mas as pessoas podem crescer, desenvolver-se e tornar-se mais eficientes se tiverem um líder que compreenda seu valor potencial”, afirma. Neste livro — publicado anteriormente como Desenvolvendo líderes em sua equipe de trabalho — Maxwell fornece tanto inspiração quanto orientação prática para líderes que estão comprometidos em formar outras pessoas capazes de assumir as responsabilidades de um cargo de comando. Ele oferece histórias cheias de bom humor, testes de avaliação, gráficos e analogias esportivas para transmitir ensinamentos valiosos. Juntas, todas essas ferramentas ajudam a desenvolver líderes à sua volta e fortalecer o líder que existe dentro de você. Contém 240 páginas.

Trabalhar demais faz mal

“Qual o sentido de trabalhar tanto? Não é um absurdo trabalhar feito um condenado e deixar tudo pra alguém que nunca fez nada?... O que você ganha trabalhando sem parar?” (Eclesiastes 3:20 a 23, versão “A Mensagem de Eugene Peterson)

- Recentemente o Jornal Folha de São Paulo (edição 28/11/11, caderno Mercado, pág 10) trouxe um artigo intrigante sobre uma realidade que nos atinge a todos: “Email e celular estendem jornada de trabalho para casa e até as férias”.
- Nele aborda-se uma realidade que identificamos com facilidade em nossos dias: a tecnologia elevou o número de horas trabalhadas de forma assustadora.
- Essa percepção é de simples constatação. Você observa no trabalho, andando na rua, no restaurante, em casa, como as pessoas estão “plugadas” o tempo todo.
- É assustador como as pessoas não conseguem “largar” o telefone, desligar o laptop, desconectar-se por um instante que seja. Você vai almoçar com alguém e não consegue almoçar com ele, pois ele está o tempo todo atendendo o telefone, respondendo a um email “urgente”. Você não consegue assistir um filme no cinema, uma peça teatral, sem ouvir um telefone celular tocar.
- Não importa mais o ambiente, a hora, o momento, ou outro fator qualquer. Parece não haver limite para nossa conectividade.
- Recentemente me “espantei” com uma adolescente, tendo sua mãe à morte bem à sua frente, em um leito do hospital, agonizando em sua dor terminal. Ela não deixava o seu telefone celular um instante sequer.
- Conforme a reportagem mencionada, uma pesquisa realizada por uma consultoria de recrutamento de executivos com 1090 profissionais, sete em cada dez que ocupam cargo como analista, gerente e supervisor, afirmam que passam mais tempo no escritório hoje do que há 5 anos. Mais da metade diz que o teto da carga horária no escritório saltou de oito para dez horas diárias, e cerca de 80% são acionados nos momentos de lazer e descanso via mensagens no celular.
- Nem as férias escapam, diz o estudo. Mais de 50% respondem a emails de trabalho durante esse período.
- Há algum tempo atrás, conversando com um esposo e pai de família, próximo de experimentar a ruptura de seu relacionamento conjugal e a falência de sua família, fiquei impressionado com a noção de “prioridade” dele, enquanto discutíamos os graves problemas familiares que experimentava e a forma como atendia e respondia quase que compulsivamente aos chamados telefônicos e à mensagens que recebia do seu trabalho.
- Mas o excesso de trabalho tem seu preço e conseqüências: cansaço, estresse, perda da felicidade, decepção com o próprio trabalho. “Temos hoje uma geração de cansados”, diz Nelson Carvalhaes Neto, médico do Fleury Medicina e Saúde.
- Se por um lado a tecnologia permitiu-nos uma jornada flexível e o trabalho à distância, por outro, trouxe implicações terríveis ao nosso bem estar, principalmente quando perdemos a noção de limites.

O TRABALHO COMO MEIO DE EXPRESSÃO E PROVISÃO

- Essa é uma perspectiva descrita nas Sagradas Escrituras. O trabalho dever ser um meio de expressão e provisão, capaz de fazer o ser humano se sentir satisfeito e realizado.
- Quando Deus criou o homem, conforme descrito em Gênesis (2:15) Ele “colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo”.
- J.J.Allmen, no “Vocabulário Bíblico” (ASTE, SP) diz que: “O trabalho é a energia ativa do próprio Deus que constitui o protótipo do trabalho... o trabalho corresponde à ordem divina das coisas. Às obras de Deus correspondem as obras dos homens. O primeiro homem foi colocado no jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo. O trabalho é a atribuição normal prescrita para o homem pelo criador. É por meio do trabalho que Deus associa o homem à sua obra criadora. Desta forma, pois, o trabalho do homem é bom, enquanto for a resposta a esta ordem e se inspirar na obra de Deus”.

O PERIGO DO TRABALHO

- A mesma Escritura adverte sobre o perigo de o trabalho transformar-se em fonte de opressão, enfado e infelicidade.
- Um ambiente ou motivações envoltas pelo orgulho, inveja, ganância e corrupção, transformam o ambiente de trabalho em um local gerador de frustrações, perdas de relacionamentos e estresses altamente prejudiciais.
- Numa entrevista com mais de 500 estudantes e 70 administradores, feitas por Estelle Morin (“Os sentidos do trabalho”, em “RAE Executivo”, revista acadêmica da FGV, ago/set/out/2002, pag 73 e 74), ela conclui: “Não é suficiente apenas trabalhar, é preciso que o trabalho seja fonte de sentido e significado, isto é: (1) seja feito de maneira eficiente e gere resultados, (2) seja intrinsecamente satisfatório, (3) moralmente aceitável, (4) fonte de experiências de relações humanas satisfatórias, (5) garanta segurança e autonomia, (6) mantenha as pessoas ocupadas, dando-lhes uma rotina dentro da qual se possa organizar a vida”.

Concluindo,

- Espiritualidade no mundo corporativo ocupam artigos e livros em nossos dias. Exemplo é o best seller “O Monge e o Executivo” de James Hunter.
- Como escreveu Daniela Lacerda, jornalista, em “O líder espiritualizado”, Revista VOCÊ S/A, 04/2005: “Ênfase na espiritualidade no mundo corporativo é uma resposta à alarmante crise existencial que assola o mundo corporativo... Muitos profissionais já não se satisfazem apenas com a perspectiva de bater metas e receber um gordo bônus no final do ano. Não querem mais atuar numa empresa que tem valores tão diferentes dos seus. Não estão mais dispostos a abrir mão da vida pessoal... Nesse cenário turbulento, a espiritualidade desponta como um caminho para uma relação mais saudável entre os funcionários e as empresas em que atuam, considerando o trabalho como parte de algo que transcende os aspectos materiais e contempla, também, as dimensões psíquicas, sociais e espirituais”,
- O Verso 24 do mesmo Livro do Eclesiastes diz: “Para o homem não existe nada melhor do que comer, beber e encontrar prazer em seu trabalho. E vi que isso também vem da mão de Deus”.
- Creio que assim encontramos uma posição de equilíbrio que reconhece tanto as alegrias quanto as dores do trabalho.
- Assim, devemos evitar os dois extremos, e buscar uma satisfação realista através do trabalho, evitando-se a armadilha do torná-lo um fim em si mesmo.
- O significado e segurança de nossas vidas não está no trabalho, mas em Deus. Não no que fazemos, mas naquEle que nos fez.
Que Deus o abençoe rica e abundantemente,
Em Cristo,

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Rev. Hilder C. Stutz

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quantos são os evangélicos no Brasil? - Por Marcos Stefano

Quantos são os evangélicos no Brasil?Para uns somos 20,2%, ou cerca de 40 milhões de pessoas. Outros falam em 51,1 milhões. Os mais otimistas falam que em 2020 seremos mais da metade da população, ou cerca de 105 milhões de almas.
A velha máxima de que os números não mentem pode estar com os dias contados. Pelo menos, no que diz respeito a estatísticas sobre religião no Brasil. Contrariando as últimas pesquisas sobre a fé no país, que apontam os evangélicos como sendo 20,2% da população – ou menos de 40 milhões de pessoas –, diversas denominações apostam em um panorama mais otimista, no qual os crentes já seriam atualmente 51,1 milhões. Dizem mais: que, caso se mantenham as atuais taxas de crescimento do segmento cristão evangélico, os crentes em Jesus serão, já em 2020, mais da metade da população brasileira, o que equivaleria a 105 milhões de almas. Números evangelásticos (termo cunhado para se referir aos constantes exageros dos crentes) à parte,o certo é que organizações que se dedicam a estatísticas religiosas trabalham com números que apontam uma maioria religiosa protestante no Brasil em apenas dez anos.
O cálculo é feito por organizações como o Departamento de Pesquisas da Sepal (Servindo Pastores e Líderes) e o Ministério Apoio com Informação (MAI), levando em conta a taxa de crescimento que os evangélicos tiveram nas últimas décadas, sobretudo a de 1990. As projeções têm como ponto de partida os Censos periódicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo levantamento de 1991, por exemplo, sabe-se que os evangélicos eram 13 milhões naquele tempo, ou 8,9% da população brasileira. Nove anos depois, em 2000, já haviam dobrado de tamanho, passando a ser 26, 1 milhões, 15,45%. “Se o crescimento anual se mantiver nesses patamares, de cerca de 7,4% ao ano, poderemos ter, sim, mais de 50% da população brasileira composta por evangélicos”, aponta o pastor Luis André Bruneto, ligado ao Departamento de Pesquisas da Sepal. “Tudo bem que a tendência mais para frente é que esse aumento venha a se estabilizar. Mas, levando-se em conta a taxa de crescimento anual dos evangélicos, que é mais de três vezes o da população do país em geral, podemos dizer que hoje um em cada quatro brasileiros é protestante”, confirma a matemática Eunice Zillner, do MAI.
Em relação às disparidades de números com um dos últimos levantamentos feitos, o Mapa das Religiões da Fundação Getúlio Vargas (FGV), baseado nos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, Bruneto aponta que essa classificação pode ser imprecisa. O estudo destaca uma estabilidade do crescimento pentecostal, que fica em 12% do total da população, um pequeno crescimento das denominações históricas, que passam de 5,39% para 7,47%, e um forte aumento daqueles que se dizem evangélicos, mas não estão em nenhuma denominação específica. “Essas nuances já eram esperadas quando comparadas as mesmas curvas estatísticas entre os censos de 1980 e 2000. Por outro lado, o Mapa das Religiões coloca as quase 200 classificações batistas como ‘históricas’, quando a maioria desse grupo deveria ser classificada como ‘pentecostal’. Em contrapartida, a Universal do Reino de Deus, que sofre grande concorrência, é tida também como ‘pentecostal’ – mesmo grupo no qual foram incluídas as Testemunhas de Jeová no estudo”, critica.
Apesar deste e outros notáveis equívocos, o Mapa das Religiões também confirma o que diversos estudiosos do fenômeno religioso brasileiro já vinham falando: o crescimento econômico e as melhores condições sociais e educacionais no Brasil favoreceriam uma migração de fiéis para igrejas históricas, conhecidas pelo ensino bíblico mais profundo e pela organização eclesiástica que favorece maior participação dos membros, inclusive em termos administrativos. Já o aumento explosivo dos evangélicos, hora ou outra, acabaria levando a um processo de secularização, com o surgimento de crentes apenas “nominais”. Ou seja, é gente que se identifica como protestante por ter nascido ou feito parte de uma denominação, mas agora não frequenta mais a igreja.
 
PADRÕES HISTÓRICOS
 
Tais nuances fazem com que muita gente fique com a pulga atrás da orelha com previsões muito otimistas neste aspecto. Mesmo trabalhando com os números, o próprio Bruneto é um que recomenda cautela. “Não se tratam de dados reais. São apenas projeções e perigosas”, observa. Como se está lidando com pessoas, e não com uma ciência exata, é bom deixar claro que a dinâmica populacional é muito intensa e que disparidades e mudanças dificultam a concretização de muitas previsões. Um bom exemplo é o surgimento do secularismo e a queda do crescimento de qualquer religião, comuns após a terceira ou quarta gerações dos convertidos. Exemplo disso acontece na Região Sul, justamente onde aportaram os luteranos, primeiros protestantes a chegarem ao Brasil como grupo organizado, a partir de 1824, com a imigração germânica. No Rio Grande do Sul, é possível encontrar a cidade mais evangélica do Brasil, Quinze de Novembro, com 80,4% de crentes, a apenas 20 quilômetros de uma das menos evangélicas, Alto Alegre, com 0,28% de protestantes. Outro caso é Timbó, em Santa Catarina. Lá, a Igreja Luterana tem mais de 15 mil membros, mas apenas 40 pessoas participam de seus cultos a cada domingo.
“Não existem estudos sérios e estatísticas confiáveis que nos permitam acreditar que o Brasil terá maioria evangélica em uma década”, sentencia o sociólogo Paul Freston, professor catedrático de religião e política na Wilfrid Laurier University, no Canadá, e colaborador na pós-graduação em sociologia na Universidade Federal de São Carlos (SP). Ele defende que, para fazer uma conta mais próxima da realidade, é necessário considerar os padrões históricos de crescimento dos evangélicos a partir dos anos 1950 e não somente na década de 90, quando houve um “pulo”. “Tempos atrás, também falaram que alguns países da América Central teriam a maior de parte de suas populações composta por evangélicos ainda antes da virada do milênio. Claro, isso não se confirmou. Se uma religião avança, outras respondem para frear a perda de fieis”, argumenta o estudioso.
Freston, que é evangélico, diz que já foi considerado um homem sem fé por causa de suas posições mais conservadoras, mas prefere optar por estimativas que considera mais realistas. “Se o crescimento não continuar tão acelerado, os evangélicos terão fracassado?
De forma alguma”, ressalva. “A se confirmar o maior crescimento dos tradicionais, devemos levar em conta que, durante 25 anos, pentecostais e neopentecostais estiveram na linha de frente do avanço evangélico no Brasil. Mas essa perda de vigor também precisa ser melhor analisada.
O processo pode mostrar uma perda de capacidade de diálogo dos evangélicos com a sociedade. E isso pode trazer consequências ruins a longo prazo”, alerta. Até a divulgação dos números definitivos do Censo 2010, que se promete para o ano que vem – e mesmo depois disso, já que eles parecem tão inconclusivos –, muita água vai correr sob essa ponte.
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Fonte: http://cristianismohoje.com.br/interna.php?id_conteudo=818&subcanal=41&__akacao=662686&__akcnt=5f7f7f09&__akvkey=99a8

Ideias são como sementes – Olhar para dentro


Precisamos nos moldar pela poderosa ideia de cultivar a interioridade.

Este é mais um artigo de nossa série sobre a história de algumas ideias que, por conta da sua força, foram capazes de moldar toda uma geração. Nesta coluna, temos compartilhado propostas sobre como criar espaços sagrados no nosso cotidiano e ler a Bíblia como quem come um verdadeiro pão espiritual. Agora, vamos a mais uma delas: olhe para dentro e enfrente os demônios interiores.
Considerando que já não temos tempo para olhar os movimentos internos do nosso ser, uma vez que toda nossa atenção está cativa de tudo quanto acontece fora de nós, e considerando o inegável fato de vivermos numa sociedade midiática, adoradora da imagem, obcecada por reputação e viciada em performance, seria exagero afirmar que a interioridade desapareceu em nosso tempo? Ou, em outras palavras, quem – efetivamente –, no acelerado cotidiano, dedica algum tempo para olhar para dentro? Quem sente esta necessidade? Quem entende a ação de cultivar uma vida interior como sendo um verdadeiro tesouro? Certamente, uma minoria. Afinal, para que serve este olhar interior em um mundo caracterizado pela realização exterior?
Pois bem, na história da espiritualidade cristã, uma poderosa ideia moldou toda uma geração. O encontro com um Deus transcendente inevitavelmente nos conduz ao encontro com nós mesmos. Olhar para cima, por assim dizer, nos levará a olhar para dentro. Partindo dessa ideia, homens e mulheres, sob a luz do olhar divino empreenderam a mais fascinante e dura jornada que um ser humano pode fazer: mergulhar na interioridade, enxergar para além do rótulo, ver o que trazemos dentro de nós mesmos.
Evagrio Pôntico, um desses cristãos comprometidos com um estilo de vida apoiado mais no interior do que no exterior, aventurou-se, ousadamente e na companhia de Deus, a olhar para dentro de si mesmo. Desta experiência de vinte anos, ele descobriu a existência de “demônios” interiores. Na visão daquele sábio homem, demônios são compulsões do nosso ser, vícios da alma, coisas arraigadas e determinadoras do nosso comportamento. E eles operam invisivelmente em nossa vida! São como o sistema operacional de um computador, que “roda” no fundo da máquina sem ser visto, mas é o que dá forma ao que aparece na tela. Por sua sutil existência, trabalhando sob a superfície do nosso ser, esses demônios somente são percebidos pelo olhar atento daqueles que ousam cultivar uma vida interior. E, uma vez detectados precisam ser enfrentados e vencidos.
É aí que começa uma santa batalha para vencê-los. As armas para derrotar esses demônios são de caráter espiritual e psicológico. Trata-se tanto de um exercício para se conhecer a Deus como para conhecer a si mesmo – daí, que a chave desta vitória está na observação. Dizia o sábio Evágrio que devemos aprender a observar quem são as pessoas que agitam esses demônios interiores e descobrir quais são as circunstâncias nas quais eles se atiçam. Por isso, não basta enxergá-los; precisamos é lutar contra eles. Mas isso requer coragem e uma inquebrantável vontade de derrotá-los, por mais feios que sejam.
Evágrio disse que eles não resistem a uma coisa: a espada do Espírito, a palavra de Deus quando soprada poderosamente dentro de nós! Ela, com sua força, combate poderosamente esses demônios, trazendo luz em meio à escuridão. Se, de fato, todos temos demônios interiores que determinam a maneira como nos comportamos, destroem nossos relacionamentos e moldam nosso jeito de falar, ver e interpretar a vida, não seria óbvio que reconhecê-los e lutar contra eles fosse uma tarefa das mais preciosas na nossa existência? Todavia, como reconhecê-los, se todos estamos ocupados demais com nossa exterioridade, com aquilo que se dá fora de nós, sem nos darmos conta do que acontece em nosso âmago? Neste contexto, precisamos então nos deixar moldar por essa poderosa ideia de cultivar a interioridade. Sem o resgate de uma vida interior, estaremos presos às coisas externas, e o pior: continuaremos a ser escravos de senhores invisíveis, de forças interiores que controlam sorrateiramente nossa vida.
É tempo de parar para estar com Deus, de comer e mastigar sua Palavra e deixar seu poder medicinal lutar contra nossos demônios interiores. Assim, nos tornaremos transparências vivas, gente por quem passa a luz do Senhor, iluminando e transformando tudo ao redor. Olhar para dentro e lutar contra os demônios interiores, que poderosa ideia!

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Eduardo Rosa Pedreira é pastor presbiteriano, mestre e doutor em Teologia pela PUC-RJ e líder da Comunidade Presbiteriana da Barra da Tijuca, no RJ.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

QUANDO AS PERDAS SE TORNAM EM TESOUROS


“Sim, chorem e se entristeçam até que o Espírito seja derramado sobre nós lá de cima, e o deserto de terras ressecadas produza colheitas” (Is 32:15)
 
- Não há ninguém de mente sadia que gostaria de se dar mal na vida.
- Você não vai ouvir alguém fazendo uma oração do tipo: “ó Senhor, ajuda-me para que as coisas dêem errado” – ninguém deseja isso!
- Ninguém vai casar-se querendo que dê errado. Ninguém gera filhos desejando que estes sejam infelizes. Ninguém faz uma opção ou escolha deliberadamente desejando o fracasso. Ninguém escolhe um trabalho para torná-lo numa frustração profissional.
- Acontece que, apenas desejar o bem, não garante que vamos alcançá-lo. Devemos desejar o bem, pensar positivamente a respeito dos ideais que desenvolvemos; porém somente isso não será suficiente.
- E não será suficiente porque há uma tensão permanente entre desejos, anseios e sonhos e a realidade que nos cerca.
- Em tempos em que “tudo dá certo” desenvolvemos uma falsa percepção de aparente segurança e tranqüilidade.
- O mundo que nos cerca e a realidade dos nossos dias nos remetem a uma constatação sobre a permanente instabilidade de nossas estruturas.
- A humanidade tem confiado em suas invenções e técnicas que, atualmente, constatamos não respondem às expectativas que sobre elas foram postas.
- Ainda assim, grande parte da humanidade insiste em confiar em si mesma, na força do seu próprio braço, na sua própria capacitação e formação, ou em um grupo de pessoas, empresas e instituições ou em alguma coisa criada pela própria humanidade que gere algum tipo de proteção.
- As próprias idéias, os próprios prazeres, a forma de vida individualizada e antropocêntrica tem levado muitos a frustração, ao desespero, ao desencontro entre os anseios e a realidade - E assim vive a humanidade!
- Embora vivamos sempre expostos a perdas eminentes, temos muita dificuldade em lidar com elas; em reagir a elas; em aprender com elas.
- Creio, no entanto, que elas nos colocam diante de oportunidades: quando nossas perdas se tornam em tesouros!
- E, sabe como isso acontece?


QUANDO DESCOBRIMOS OS PERIGOS DA AUTO-CONFIANÇA
 
- Muitos vivem sempre pré-ocupados; e isso é ruim, pois ocupa-nos antes mesmo da realidade, do necessário.
- Outros vivem eternamente dês-pre-ocupados, o que também é ruim, porque “baixa a guarda”, ou “dês-sintoniza” a vida da realidade inerente a todos nós.
- A tranqüilidade e a despreocupação pode nos fazer mal, pois pode colocar-nos numa atitude de auto-confiança, de quem não depende de Deus.
- É nos julgarmos capazes de “sermos” e darmos conta das demandas e necessidades de nossas vidas sozinho.
- Não devemos e não podemos esquecer de que quem criou palácios fomos nós; quem criou padrões e valores financeiros que nos medem fomos nós; quem criou critérios de “status” fomos nós.
- Quando temos, vivemos despreocupados. Quando não temos, desesperados.
- “Como é difícil pensar em Deus quando tudo está indo bem. “Temos tudo o que queremos” é uma frase terrível quando “tudo” não O inclui. Nós o consideramos uma interrupção”. C.S.Lewis em “O Problema do Sofrimento”, Ed Vida, pág 109.
- A questão é que o compromisso (promessa) de Deus é realizar o bem na vida, e não na vida os bens.
 
QUANDO COMPREENDEMOS QUE PERDER PODE SIGNIFICAR GANHAR
 
- Sim, será assim que poderemos adquirir a consciência de nós mesmos.
- O mal não é aquilo que me faz ter menos, comer menos, possuir menos, necessariamente.
- O mal é ser menos do que aquilo para o qual Ele nos criou; é ter menos consciência de nossa realidade e de Sua presença em nós; é desejar menos Deus, anestesiando o nosso ser (até mesmo pela religião).
- Muitas vezes será só depois das perdas que de fato encontraremos os verdadeiros tesouros. E mesmo assim, tem muita gente que se perde diante das suas perdas.
- É em meio às perdas que reencontramos e restabelecemos os valores reais, reeditamos prioridades, re-estilizamos objetivos e, muitas vezes, reescrevemos nossa própria história.
 
QUANDO SE GANHA A RIQUEZA DO DERRAMAR DO ESPÍRITO SOBRE A NOSSA VIDA
 
- Quando isso acontece, descobrimos o verdadeiro valor da vida, que não diz respeito ao que é material, ao que possuímos, ao que nos oferece estabilidade.
- Por isso, aparentes perdas podem transformar-se em grandes ganhos.
- Muitas vezes o caos pode preceder a vida – a construção de um outro mundo dentro de nós.
- Tive a oportunidade de conhecer o lugar e a visão que tem os pássaros que moram atrás das quedas d’água em Foz do Iguaçu. Descobri que há vida além da tormenta.
 
Concluindo,
- Que Deus nos dê um coração que não busque sua autoconfiança, mas uma total dependência dEle.
- Não desenvolva uma autoconfiança da pior forma possível – sem Deus.
- Que Deus nos ajude a compreender e descobrir os valores que estão além das perdas.
- A vida já é difícil; não a tornemos mais difícil ainda – ESCOLHA O MELHOR!
“Viva pela Graça”.



Que Deus o abençoe rica e abundantemente,
Rev. Hilder C Stutz
Em Cristo,

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tempos de juventude

Hj num papo com o Giba nos lembramos dos tempos de juventude. Eu me lembrei daquele tempo de uma adolescência cruel...cheia de dores na alma e com sentimentos de rejeição...Uma adolescência pobre, cheia de obstáculos....e crises terríveis.....Daí comeceu a me envolver mais com a igreja...E cresci de maneira saudável...porque pessoas me cercaram como Marcão e Giba....Comecei a ouvir Caio Fábio, Jimmy Swaggart. Depois fui para o Seminário e fui influenciado pelo Gondim e Agreste...tb o Carlos César...Olho para td e vejo como Deus preservou-me.....Tantas coisas na alma...Hj Deus me usa pra lidar com os traumas dos outros com graça olhando para a minha própria realidade no passado....O Paulo Vasconcelos tb foi jóia demais...ouvia os sermões dele e chorava...queria santidade...Glenio Paranaguá me influenciou demais..E Adhemar Campos no louvor sério ao Eterno...Uma pessoa que tb foi marcante: Joaquim Gonazaga...ele foi o instrumento para eu ter paixão por Deus.....pela oração...e o que dizer de Da. Laura? Ela foi preciosa demais...Q mulher amorosa...Ela me levava pra sala dela e orava por minha vida....Palavras doces....Falava das Escrituras....Ela foi anjo na vida..Deus bendito obrigado por tanta gente especial....!!!!

Lançamento de Poesia e oração

Série Intimidade com a Palavra - Livro de Salmos - Volumes 1,2,3,4 e 5
Data: 04.12.2011.
Noite: IP de Ermelino Matarazzo - Horário: 19:00
Os Salmos nos ajudam a equalizar o que cremos sobre a vida (nossa confissão de fé) com o que de fato encontramos na vida (o dia-a-dia). É um mosaico que registra diários pessoais e comunitários de pessoas que tentaram construir uma caminhada de fé íntegra. Nas janelas desse mosaico encontramos um contraste de alegria e tristeza, convicção e dúvida, esperança e crise, dor e conforto, decepção e realização, amizade e traição, acolhimento e indiferença. Podemos notar que talvez a razão pela qual os Salmos encantem o nosso coração é que essas orações expressam o que muitas vezes sentimos, sem dizermos uma única palavra. Ao lermos os Salmos construímos uma gramática para a vida. Em meio aos caminhos e percalços da vida, o salmista identifica rotas, sinais, valores e referenciais. A constatação é que a vida só faz sentido se ela é construída a partir de Deus. Soren Kierkegaard disse que “a maior felicidade de um ser humano é a de ser ajudado por Deus”. Nos Salmos fica claro que Deus nos ouve e deseja ser ouvido por nós. Geralmente oração é definida como falar com Deus. Os Salmos mostram uma realidade diferente; oração é um ato interativo: “falar converge com ouvir”. Contém 1032 páginas.

Deus nos ajuda sempre

Então veio o espírito sobre Amasai, chefe dos trinta, que disse: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz contigo, e paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda. E Davi os recebeu, e os fez chefes de tropas (I Cron. 12.18).
 
Quando percorremos as páginas das Sagradas Escrituras percebemos que as orações de Davi estão imersas na imagem e na convicção do governo soberano de Deus. A soberania de Deus é o componente que mais se sobressai no sistema de crenças que liga as muitas e variadas orações reunidas e dispostas, através dos Séculos nos Salmos atribuídos a Davi. Realmente Davi é um homem que marca a vida de um servo de Deus que impactou. Nele vemos que Deus nunca abandona os seus. Nele vemos que Deus ajuda os seus servos na caminhada da vida.
Ao ler o texto de I Crônicas 12.18 fiquei impressionado ao ver o testemunho de Amasai, chefe dos trinta quando disse: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Paz, paz contigo, e paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda.
Este moço que anda com Davi o avalia e faz uma afirmação que todo pastor do Século XXI gostaria de ouvir das suas igrejas: Nós somos teus, ó Davi, e contigo estamos, ó filho de Jessé! Mas, a afirmação que chama demais a atenção é: Paz, paz contigo, e paz com quem te ajuda! Pois que teu Deus te ajuda.
Amasai sabe que seu comandante é especialista em recorrer ao Senhor. Quando Davi está em perigo, ele recorre ao Senhor. Quando ele precisa tomar uma decisão, ele pede ao Senhor a direção para a caminhada. O fato é que este soldado e valente de Davi sabe que a paz está na vida de Davi porque alguém o ajuda, e ele faz questão de declarar de onde vem esta ajuda: Deus.
Com a vida de Davi, aprendemos que pedir a ajuda de Deus em momentos de necessidade é a forma básica e mais sincera de estarmos diante dele. Não existe uma área sequer da nossa vida em que sejamos auto-suficientes. Precisamos da ajuda de Deus sempre. Nunca nos desenvolvemos ou alcançamos uma situação tal que não precisamos mais de Deus.
Certa vez Isaac Bashevis Singer, mestre em contar histórias disse: “Eu só oro quando estou com problemas; mas como estou sempre com problemas, então oro sempre” (PETERSON, Eugene. Transpondo muralhas - Espiritualidade para o dia-a-dia dos cristãos. Rio de Janeiro: Danprewan Editora, 2004, p. 169).
Precisamos pedir ao Senhor a direção para a caminhada como Davi o fez e, por isso, ele foi modelo de alguém que tinha a ajuda de Deus na vida. Não nos esqueçamos que Deus nos ajuda e traz a sua paz sobre a nossa vida!
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Pr. Alcindo Almeida

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Humildade é essencial

"Humildade não significa que você pensa menos de si mesmo. Significa que você pensa menos sobre si mesmo" (Ken Blanchard).

Praticando liderança


"Liderança não é apenas uma questão de ter um cargo de poder. Toda vez que alguém usa sua influência para causar mudança nas ideias e ações de outras pessoas, esse alguém está praticando liderança. Desse modo, você pode ser líder como pai ou mãe, marido ou mulher, como amigo ou como cidadão".
(BLANCHARD, Ken. A alma do líder. São Paulo: Editora Garimpo, 2009, p.3).

Liderança


"Liderança não é algo que se faz para as pessoas. É algo que se faz com as pessoas".
(BLANCHARD, Ken. A alma do líder. São Paulo: Editora Garimpo, 2009, p.3).

A dignidade humana

Como diz Ariovaldo Ramos: “Temos que apostar na dignidade humana, em fazer o bem aos que fizeram mal, porque só o bem pode converter o homem contaminado pelo mal”
(RAMOS, Ariovaldo. Romanos – uma carta para hoje. São Paulo: Sara Kalley, 2007, p. 62).

O que o homem está fazendo com a criação?

Eu vi uma reportagem que me deixou triste demais...Meninas com 12 anos de idade são obrigadas a se casar por causa de dinheiro. Elas nem têm noção da vida. Algumas se tornam mães precocemente. O que o homem está fazendo com a criação? A minha alma hoje chora por causa dessas meninas e oro ao Eterno para ter compaixão da sua criação e nos usar como instrumentos para combater esse crime!

domingo, 20 de novembro de 2011

A República Popular do Corinthians virou Império neste domingo.

Graças a um gol salvador de Adriano, aos 43 minutos do segundo tempo, o Timão venceu o Atlético-MG por 2 a 1, de virada, e ficou ainda mais perto do título do Campeonato Brasileiro. Foi o primeiro gol do Imperador com a camisa alvinegra.
O jogo estava perdido até os 32 minutos da etapa final, quando Liedson, enfim, fez valer a pressão que o Corinthians exerceu durante a partida inteira sobre um retraído Atlético-MG, que abriu o marcador em jogada ensaiada. No fim, valeu a raça, a determinação e a estrela de um jogador que carrega nuvem de desconfiança sobre ele.

Adriano decide, Corinthians vence Galo e volta à liderança

Imperador virou o jogo aos 43 minutos do segundo tempo e garantiu os dois pontos de vantagem do Corinthians ao Vasco.

Adriano acordou! Com aquele enredo favorito da Fiel. Sofrido, doído e decidido aos 43 minutos do segundo tempo. Foi este o minuto do primeiro gol do Imperador pelo Corinthians, na dramática, mas prazerosa vitória de virada por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, neste domingo, no Pacaembu. Triunfo que recoloca o Alvinegro paulista na ponta do Brasileirão, perdida na véspera para o Vasco. Triunfo que deixa o time mais perto do pentacampeonato.
Após um primeiro tempo morno, o Galo abriu o placar aos 10 do segundo. Liedson empatou aos 33 e Adriano fez o seu aos 43. A primeira grande façanha do Imperador fez a diferença: com o resultado, o Corinthians foi aos 67 pontos e voltou à liderança, dois à frente do vice-líder Vasco. O Atlético-MG se manteve na 14ª colocação.
A dois jogos do final da competição, o Corinthians pode até empatar uma das duas partidas - Figueirense, fora, e Palmeiras, no Pacaembu - que ainda ficará com o título. Resta acompanhar de perto o término da competição que vem tirando o fôlego dos corintianos.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Reflexões sobre a oração

A finalidade da oração é nos tornar livres de todas as paixões da terra. Porque quando falamos com o Eterno descansamos nele, aprendemos dele, dependemos tão somente dele e de mais nada.

A oração me obriga a penetrar na verdade. Mas a verdade me tornará alguém livre e me colocará em ordem, me endireitará quando meus pensamentos e os meus desejos não estiverem corretos diante de Deus. O meu encontro com ele resulta nesta transformação.

No encontro com Deus percebemos que ele é misericordioso e que nos acolhe com o seu amor, mas é também Senhor diante do qual não nos resta mais nada a não ser nos prostrar humildemente diante dele.

O encontro com a oração nos dá uma vida além de si mesma. Neste caminho da oração encontramos o verdadeiro significado da vida espiritual: morar na casa de Deus e experimentar a sua bondade.

Como é bom viver na confiança da oração. Pois, ela é o encontro que faz parte da vida cristã como um fenômeno de transformação, este encontro nos torna diferentes do que éramos antes. Este encontro nos coloca diante daquele que nos faz vislumbrar o ser de nossa identidade e o quanto precisamos dele. Davi entende isso e afirma que todo homem procurará a Deus em oração. Porque na oração conhecemos a Deus. Na oração acontece o encontro entre o criador e a criatura.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Vitória sobre o Ceará garante o Corinthians na Copa Libertadores de 2012

Com 64 pontos, Timão assegura vaga por conta de confrontos diretos entre os concorrentes até o fim da competição. Com a vitória por 1 a 0 sobre o Ceará, nesta quarta-feira, o Corinthians assegurou a vaga na Copa Santander Libertadores de 2012. O Timão chegou aos 64 pontos na tabela e só pode ser ultrapassado por três concorrentes - além do Vasco, já garantido - até o fim da competição.
Com o Vasco (garantido na Libertadores após vencer a Copa do Brasil) entre os líderes, neste ano classificam-se para a Libertadores do próximo ano os cinco primeiros colocados. O que garante a vaga antecipada ao Corinthians são os confrontos diretos. Nas próximas rodadas, ainda se enfrentam: Flamengo x Figueirense, Figueirense x Fluminense e Botafogo x Fluminense.
O Corinthians é o primeiro clube a garantir a vaga na competição sul-americana pelo Campeonato Brasileiro. Santos (campeão da Libertadores) e Vasco (campeão da Copa do Brasil) são os outros garantidos.
Neste ano, o clube alvinegro disputou a primeira fase da Libertadores e foi eliminado para o Tolima (COL), após empate por 0 a 0 no Pacaembu e derrota por 2 a 0 em Ibagué (COL), no duelo de volta.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

SOZINHO NÃO DÁ?

“ É melhor serem dois do que um, porque tem melhor ganho do seu trabalho ” (Ec 4:9).
 
A solidão é uma coisa esquisita. Alguns a consideram uma epidemia em nossos dias.
Há um interesse crescente de os indivíduos morarem sozinhos (uma casa só para uma pessoa), além do desconforto em acreditar no outro, coberto de nossos medos e receios.
Há uma expressão que ouvia as pessoas comentarem em minha pequena cidade do interior de Minas Gerais, testemunhando sua experiência de mudança para um grande centro urbano, característica aliás predominante na segunda metade do século passado e que parece uma constante até nossos dias:
Essa expressão é:
 
SÓ NA MULTIDÃO

Embora a maioria de nossa sociedade moderna tenha feito a opção por viver em áreas densamente povoadas, isso não evitou que as pessoas se sintam solitárias. Depois de alguns dias morando num grande centro urbano, entendi o que as pessoas estavam querendo dizer com “só na multidão”.
Você já se sentiu sozinho mesmo no meio de um monte de gente, tanto em um ambiente aberto como nas ruas de nossas cidades, como em um ambiente fechado dentro de um salão ou um ambiente de trabalho?
Você se vê esbarrando diariamente em muitas pessoas por todos os lados, porém se sente ilhado dentro de si mesmo. Tantas pessoas por perto, mas tão distantes de seu coração. Cercados, mas estamos sós. Nestes momentos nos sentimos como que fracassados em termos de relacionamentos.
John T.Cacioppo, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva e Social da Universidade de Chicago (EUA) autor do livro “Solidão – A Natureza Humana e a Necessidade de Vínculo Social” diz que a solidão “é como a dor ou a fome. É sinal de que algo não vai bem e que precisamos reforçar os vínculos sociais”.
“O homem moderno é prolixo para comentar o mundo em que está, mas emudece diante do mundo que é. Por isso, vive o paradoxo da solidão. Trabalha e convive em multidões, mas, ao mesmo tempo, está isolado dentro de si mesmo”. Augusto Cury Idem, em “O Mestre dos Mestres” - Ed Academia de Inteligência, pág 71.
 

É MELHOR SEREM DOIS

A perspectiva que se apresenta é de um homem moderno que, sentindo-se solitário, isolado dentro de si mesmo e da sociedade ao seu redor, reconhecendo que tem suas fragilidades, inseguranças, temores, apreensões, hesitações, reforça-os não falando sobre eles, não assumindo-os ou reconhecendo-os.
Vemos cada vez mais os indivíduos se fechando, sem alguém com que possam conversar abertamente sobre suas crises e dificuldades, embora reconheçamos que essa seja uma tarefa difícil.
O texto de Salomão em Ec 4:9 nos exorta dizendo que “é melhor serem dois do que um, porque tem melhor ganho do seu trabalho”.
Podemos imaginar que está cada vez mais difícil ficar sozinho, pois, basta um clique, e centenas de “amigos” invadem nossos computadores nas redes sociais. Ficamos até mesmos lisonjeados quando identificamos muitos “seguidores” virtuais.
O que vemos hoje é a tentativa de compensar-se solidão física com centenas de “amigos” virtuais.
Concordo com a observação da psicóloga Sherry Turkle, professora do Massachussetts Institute of Technology (EUA) de que “a interação ali é eletrônica, a pessoa não é parte da vivencia do amigo... Estar conectado dá a ilusão de termos companhia sem as demandas de uma amizade”.
Temos a impressão de que o ser humano está perdendo o apreço por relações significativas e relevantes, esquecendo-se de que a lacuna deixada pela falta dessas relações não podem ser preenchidas por poder, cultura, dinheiro, sucesso ou qualquer outra coisa.
 
CRIADOS PARA ESTARMOS JUNTOS

A verdade é que fomos criados para estarmos juntos. Quando Deus criou o universo e tudo o que nele há, declarou que “tudo era bom”.  Gênesis 2:18 declara que, após criar o homem, observou: “não é bom que o homem esteja só”. E assim, ele cria outro ser humano (a mulher), de maneira que dependessem um do outro.
Essa sensibilidade do Criador mostra-nos o quanto Ele se preocupa com a solidão, e o quanto Ele valoriza os relacionamentos.
É certo de que, em muitos momentos, podemos nos ver indagando:

Por que ninguém me compreende?
Será que alguém se importa mesmo comigo?
Será que se eu morresse, faria isso alguma diferença para alguém?
Será que, se as pessoas me conhecessem de verdade continuariam a gostar de mim?
Eugene Peterson em “A Mensagem” parafraseia o texto de Eclesiastes 4:9-12 dizendo: “É melhor ter uma companhia que caminhar sozinho, para compartilhar o trabalho e dividir a riqueza. E, se um dos dois cair, o outro ajudará, mas, sem ninguém para ajudar, fica complicado! Sozinho, você está desprotegido. Mas, com um amigo, pode enfrentar o pior”.
Gostaria de convidá-lo a se esforçar por estabelecer relacionamentos significativos, amizades sinceras. Certamente, em tempos e épocas difíceis, haverá possibilidade de ajuda.
Pratique a verdade. Não aceite “representar” diante das pessoas.
Reconheça: precisamos mutuamente uns dos outros.
Esteja disposto a assumir o risco de encontrar significado real em relacionamentos satisfatórios em sua vida.
Acima de tudo, estabeleça um relacionamento íntimo, diário, constante e desejado com Deus.
Se há alguém que nunca, jamais o deixará sozinho é Deus. Foi Ele, através de Cristo Jesus quem nos disse: “Eu estarei com vocês sempre, até o fim de todos os tempos” (Mt 28:20).
Que Deus o abençoe rica e abundantemente,
Em Cristo,

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Rev. Hilder C Stutz

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O CANTO EM LUGAR DO LAMENTO

A minha história na terra começou com um choro estridente, pois eu já cheguei ao mundo berrando. Mas, parece que esta é uma narrativa muito comum a todos nós. Se não estou equivocado, o bebê que não chora, quando nasce, morre. Além do que, diz um velho adágio popular: "quem não chora não mama".
Por outro lado, a cultura deste mundo velho privilegia o lamento, o queixume, a choradeira. A criança chorona e birrenta sempre é atendida e o nosso padrão de conduta é nos condoer de quem se lastima, fazendo da lamúria uma moeda valiosa nos negócios que pretendemos levar vantagens.
O gemido agrega mais adeptos ao partido dos coitadinhos do que o riso. O sofrimento desperta a compaixão de outros sofridos ao formatar o sindicato dos plangentes. Por isso, a ladainha é o estilo mais propalado na reza diária daqueles que querem chamar a atenção, e a dor de cotovelo é a cantiga número um dos chifrados.
Aí de mim é o discurso preferido das vítimas. Mas, o hinário dos filhos de Abba começa com Aleluia de Handel. Os alforriados, mesmo sofrendo, têm sempre um canto em tom maior a entoar. Ninguém neste mundo está isento da dor e do sofrimento, embora a sua permanência tenha um tempo de validade limitado.
O salmista canta com esperança: Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. Salmo 30:5. Segundo entendo, ele está dizendo que a correção é apenas por um instante, enquanto a graça é para sempre. Para os filhos repreendidos, as lágrimas secam rápido na face, ao passo que a festa da madrugada continua pelo dia eterno.
A minha tendência humana é lamentar. É chorar as pitangas. E sempre acho adeptos pela via da lamúria como companheiros neste coral dos sapos coaxando na lama, tão prontos a destoar da cantata dos redimidos.
Mas o culto dos alcançados pela graça cultiva o louvor em meio às chamas ardentes e dá concerto na cadeia escura, com os pés no tronco e os lombos lanhados. A turma da vida que nasce da morte costuma cantar no ardor do temporal, enquanto os descendentes do velho Adão só conseguem lamentar.
Pelo canto se descobre se a ave é do dia ou da noite. As canoras cantam à luz do Sol em espetáculo melódico de alegria. As noturnas são assombrações das trevas, além de serem agoureiras, quando grasnam, gritam e gemem os seus lamentos sombrios.
Assim, também, pela linguagem, se pode descobrir quem é filho de Deus ou quem é filho do Diabo. Lamento dizer, lamentavelmente, que a nossa fala lamentável, que se expressa sempre por lamentação ou lamúrias, não nos coloca na condição de membros efetivos do coral dos filhos de Abba.
Cantem filhinhos amados, cantem com alegria. Falem a linguagem da edificação. Louvem em plena tormenta, pois o nosso Pai é santo e reina entronizado entre os louvores dos seus filhos libertos e jubilosos. Aleluia.
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Glenio Paranaguá

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A esquizofrenia social

Vivemos uma espécie de esquizofrenia social, a dificuldade de lidar com a realidade, força as pessoas a criarem um mundo paralelo que acaba por impedir o amadurecimento que vem apenas com a capacidade de lidar com as experiências da vida e isso inclui perdas, decepções e até mesmo a incapacidade de ver o que se conquista com a singeleza necessária de quem deseja simplesmente apreciar o que a vida nos oferece de bom, como dádiva da parte de Deus.

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Bispo Albert Rodrigues Carvalho

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fotos da atualização do Timóteo








Que Deus não nos livre de um país evangélico

“Uma primeira constatação é que estamos ainda distantes de ser um “país evangélico”: quarenta milhões da população é formada por miseráveis; uma insegurança pública generalizada; uma educação pública de faz-de-conta; uma saúde pública caindo aos pedaços, assim como as nossas estradas, a corrupção endêmica no aparelho do Estado, o consumo da droga ascendente, prostituição, discriminação contra os negros e os indígenas, infanticídio no ventre, paradas de orgulho do pecado, uma das maiores desigualdades sociais do mundo. Uma grande distância do exemplo de vida e dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, cujas narrativas e palavras somente conhecemos por um livro chamado de Bíblia, que o mesmo citava com frequência, e que foi organizado por uma entidade fundada pelo próprio: uma tal de Igreja. Uma grande distância da ética e da “vida abundante” apregoada pelas Boas Novas, o Evangelho.
Percebemos sinais do sagrado cristão em nossa História e em nossa Cultura, mas, no geral, ficando na superfície. Se os símbolos importassem tanto, o Rio de Janeiro, com aquela imensa estátua do Cristo Redentor, deveria ser uma antecâmara do Paraíso.
Como cidadão responsável, e como cristão, como eu gostaria que o meu País fosse marcado pela justiça, pela segurança, pela paz, fruto do impacto das Boas Novas, do Evangelho. Sinceramente, gostaria muito que tivéssemos um Brasil mais evangélico.
Fico feliz que Deus não tenha nos livrado da imigração dos protestantes alemães, suíços, japoneses, coreanos, e tantos outros. Fico feliz pelo seu trabalho e por sua fé.
Fico feliz por Deus não nos ter livrado do escocês Robert R. Kalley, médico, filantropo e pastor escocês, fugindo do cacete na Ilha da Madeira (Portugal), pioneiro da pregação do Evangelho entre nós, nos deixando as igrejas congregacionais. Ele nem era norte-americano, nem fundamentalista, pois esse movimento somente surgiria meio século depois. Eram norte-americanos, e também não-fundamentalistas os pioneiros das igrejas presbiteriana, batista, metodista e episcopal anglicana que vieram ao Brasil na segunda metade do século XIX.
Fico feliz por Deus não nos ter livrado desses teimosos colportores que varavam os nossos sertões sendo apedrejados, vendendo aquelas Bíblias “falsas”, cuja leitura, ao longo do tempo, foi tirando gente da cachaça e dos prostíbulos, reduzindo os seus riscos de câncer de pulmão, cuidando melhor de sua família, como trabalhadores e cidadãos exemplares.
Fico feliz por Deus não ter nos livrado desses colégios mistos, desses colégios técnicos (agrícolas, comerciais e industriais), trazidos por esses missionários estrangeiros, em cujo espaço confessei a Jesus Cristo como meu único Senhor e Salvador. E, é claro, tem muita gente agradecendo a Deus por não nos ter livrado do voleibol e do basquetebol introduzido pioneiramente nesses colégios… nem pelo fato do apoio à Abolição da Escravatura, à República ou ao Estado Laico.
Por essas e outras razões, é que vou comemorar (com uma avaliação crítica) com gratidão, dentro de seis anos, os 500 anos da Reforma Protestante do Século XVI, corrente da Cristandade da qual sou militante de carteirinha desde os meus dezenove anos.
Essa gratidão ao Deus que não nos livrou dos protestantes de imigração e dos protestantes de missão, inclui, sinceramente, os protestantes pentecostais, herdeiros daquela igreja original, dirigida por um negro caolho (afro-descendente portador de deficiência visual parcial, na linguagem do puritanismo de esquerda, conhecido por “politicamente correto”)…, mas que abalaria os alicerces religiosos do mundo. Eu mesmo sou um velho mestiço brasileiro e nordestino, e não me vejo como um ítalo-luso-afro-ameríndio de terceira idade…
Olhando para o termo “evangélico”, usado sistematicamente na Inglaterra, a partir de meados do século XIX, como uma confluência da Reforma e de alguns dos seus desdobramentos, como o Confessionalismo, o Puritanismo, o Pietismo, o Avivalismo e o Movimento Missionário, com paixão missionária pelo Evangelho que transforma, dou graças a Deus que Ele não nos tenha livrado da presença dos seus seguidores e propagadores. Até porque, por muito tempo, não tivemos presença fundamentalista (no sentido posterior) e nem do liberalismo, pois esses últimos são bons de congressos e revoluções de bar, mas não muito chegados a andar de mulas por sertões nunca antes trafegados…
Minha avó é quem dizia que “toda família grande vira mundiça”, se referindo ao fato de que quando qualquer instituição, grupo ou movimento social cresce, é inevitável que ao lado do crescimento do trigo haja um aumento significativo do joio. Nesse sentido, o protestantismo e o evangelicalismo brasileiro são normais (com desvios e esquisitices), mas, garanto que temos muitíssimo mais trigo (às vezes armazenados nos celeiros, quando deveriam estar sendo usados nas padarias). No meu tempo só tinha crente militante e desviado; depois apareceram os descendentes, os nominais, os de IBGE, os bissextos e os ocasionais.
No sentido histórico dou graças a Deus pelo localizado movimento fundamentalista nos Estados Unidos, em reação ao racionalismo liberal, pois também afirmo a autoridade das Sagradas Escrituras, o nascimento virginal, a cruz expiatória, o túmulo vazio e a volta do Senhor. Depois o termo foi distorcido por um movimento sectário, antiintelectual, racista, e hoje é aplicado até ao Talibã, em injustiça à proposta original
Quanto ao Tio Sam, nem todo republicano é evangélico, nem todo evangélico é republicano, embora, de época para época, haja deslocamentos religiosos-políticos naquele país. Eu mesmo não tenho muita simpatia (inclusive aqui) pelo Partido do Chá (Tea Party), pois tenho longa militância no Partido do Café e no Partido do Caldo de Cana com Pão Doce.
A Queda do Muro de Berlim assinalou o ocaso da modernidade e o início de uma ainda confusa pós-modernidade, com a mundialização da cultura anglo-saxã, no que tem de bom e no que tem de mau, mas, como nos ensina Phillip Jenkins, a Cristandade está se deslocando do hemisfério Norte para o hemisfério Sul, e, inevitavelmente, revelamos nossas imaturidades, que devem e podem ser superadas.
Agora, todo teólogo, historiador ou sociólogo da religião sérios, perceberá a inadequação do termo “protestante” ou “evangélico” (por absoluta falta de identificação caracterizadora) com o impropriamente chamado “neo-pentecostalismo”, na verdade seitas para-protestantes pseudo-pentecostais (universais, internacionais, mundiais, galáxicas ou cósmicas), e que é algo perverso e desonesto interpretar e generalizar o protestantismo, e, mais ainda, o evangelicalismo brasileiro, a partir das mesmas.
O avanço do Islã e a repressão aos cristãos onde eles dominam é um “óbvio ululante”, a defesa da vida em relação ao aborto, à eutanásia, aos casais que não querem ter filhos, ao homossexualismo, o atentado ao meio ambiente (“cultura da morte”) é coerente com o princípio da Missão Integral da Igreja na “defesa da vida e da integridade da criação”.
A identidade evangélica se faz por um rico conteúdo e não por antagonismo ou relação reativa a conjunturas.
Sabemos que o mundo jaz do maligno, que o evangelho será pregado a todo ele, mas não que todos venham a se converter, e que descendentes de cristãos nem sempre continuam nessa fé. Assim, o Brasil nunca será um País totalmente cristão, protestante ou evangélico, mas creio que será bem melhor com uma Igreja madura que, sem fugas alienantes, adesismos antiéticos ou tentações teocráticas, possa “salgar” e “iluminar” com os valores do Reino.
Para isso necessitamos (na lícita diversidade protestante quanto a aspectos secundários e periféricos) de líderes sólidos e firmes, vestindo a camisa do nosso time com entusiasmo e garra para o jogo, sem se perderem em elucubrações estéreis, de quem já perdeu a fé na Palavra, não acredita mais na Queda, nem na Redenção, nem na singularidade de Cristo, deixando uma geração órfã de heróis.
Assim, espero que Deus não nos livre dessa presença cultural transformadora; que Deus não nos livre de ser, cada vez mais, um País evangélico.
A Ele, Onipotente, Onisciente e Onipresente, Senhor do Universo e da História, com os anjos e arcanjos, coma Igreja Triunfante e a Igreja Militante, intercedendo por todos que atravessam crises espirituais, seja toda a honra e toda a glória!”

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Bispo Robinson Cavalcanti