quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Há esperança para nós diante do Pai

Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor, pois, teus filhos voltarão para os seus termos (Jeremias 31.17).

É certo que há muito que fazer para que a sociedade brasileira, em sua maioria, experimente o significado das palavras paz e segurança. Ainda há uma grande distância entre pobres e ricos. Há Inúmeras comunidades, onde a miséria se faz presente; e isto traz conseqüências diretas a todos nós.
Há milhares e milhares de pessoas que não conhecem a Cristo como Senhor e Salvador. Homens e mulheres que perderam a esperança, a alegria e o encantamento com a vida. Gente adormecida, morna e esquecida. Há famílias inteiras que esperam palavras de conforto, ação e direção, pois buscam saídas para cuidarem de si e de seus filhos.
Não podemos deixar de pensar na juventude. Esta gente que frutifica num espaço rápido. Alguns repletos de esperanças. Outros, nem tanto. Na correria tão própria desta geração, marcada pelo consumo, pela qualidade a todo custo e pelo prazer do único dia, que parecem ter, eles e elas sonham, buscam, erram e caem nas armadilhas e artimanhas deste mundo.
Neste cenário repleto de desafios, sonhos, desesperanças e tristezas, alegrias e tribulações Deus traz uma palavra ao nosso coração: Há esperança quanto ao teu futuro, diz o Senhor.
Na vida quando a gente perde, a gente perde e pronto. Por isso, é necessário aprender que uma derrota não significa a morte e que uma falha não nos torna em perdedores, mas nos dá a chance de ser campeões na vida. Numa entrevista, o ex-piloto de Fórmula I Airton Senna afirmou: “Vencedores aparecem todos os dias, mas tais vencedores, nem sempre são campeões, pois, quando perdem se abatem de tal forma que jamais se levantam”.
Outro ícone dos esportes, Michel Jordan disse: “Já errei mais de 9.000 cestas, errei em 28 jogos que dependiam de mim para ganhar. Digam que envelheci e que não sou mais o mesmo, mas foram esses erros que me tornaram um campeão”.
Quando olho para essa afirmação de Michel Jordan chego à conclusão de que os sonhos nos inspiram a criar, nos animam a superar e nos encorajam a conquistar. Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminuídos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil.
No seu livro Nunca desista dos seus sonhos Augusto Cury diz que a vida sem sonhos é como o céu sem estrelas (CURY, Augusto. Nunca desista dos seus sonhos. Rio de Janeiro: Sextante, 2004, p.31). Os sonhos por serem verdadeiros projetos de vida, resgatam nosso prazer de viver e nosso sentido de vida, que representam a felicidade essencial que todos procuramos. Somente os sonhos nos fazem suportar uma perda irreparável. Eles lubrificam os olhos do coração.
Jeremias nos motiva a começar o ano de 2011 com esta palavra no coração: Há esperança quanto ao nosso futuro, diz o Senhor. Então comece o novo ano com esta chama viva de que Deus está no controle da nossa vida, assim esperança para hoje e para amanhã em nome de Jesus!
___________
Alcindo Almeida

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O deserto é o lugar da providência divina


- Texto de reflexão: Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água. (Salmo 63.1)

Muitos cristãos têm vivido sem compreenderem o grande privilégio que é viver em função da graça de Deus, por isso, uma boa parte tem comido migalhas na vida espiritual .
Davi nos ensina que não há necessidade de viver com distância da graça de Deus. A graça nos ajudará a entender a profundidade de estar em contemplação da comunhão com a Trindade.
A graça conduzirá a nossa vida à oração, a graça conduzirá a nossa vida para uma maior dependência de Deus. A graça conduzirá a nossa compreensão de que ela é a razão de estarmos vivos, pois, ela é melhor do que a própria vida.
Neste Salmo 63 vemos as orações profundas de um servo de Deus chamado Davi. Em meio aos perigos, ansiedades, tribulações e dificuldades de extrema gravidade ele faz suas súplicas diante do Pai . Mas, ele não faz somente súplicas, faz também votos de que terá ao Senhor sempre no seu coração com um cântico de louvor. Porque a graça do Pai é melhor do que a sua própria vida.
Interessante notarmos que Davi sempre se dirigia para o deserto no momento da dor e da angústia da sua alma. Lá no deserto, Davi se refugiava dos seus inimigos e das lutas da vida.
É lá no momento do deserto que vem ao coração de Davi que o Deus de Israel, o Deus de Isaque, o Deus de Abraão é o seu Deus também. É lá na hora da dor do coração de Davi que vem ao seu coração a alegria de que Deus é o Deus da vida dele. Por isso, com muita sinceridade no coração, Davi quer buscar a face do Senhor de maneira profunda, ansiosamente de manhã, logo ao raiar do sol.
Ele quer buscar o refúgio para o seu coração que só pode vir do Pai Celestial. Lá no deserto, onde não há água para refrescar o rosto, lá onde a terra é seca, limitada e cansada. É lá neste deserto que Davi olha para dentro do seu coração humano e percebe que Deus é o seu anelo, o seu amigo, o seu verdadeiro companheiro nos momentos de luta e tribulação.
Temos ouvido em muitas comunidades que nós não podemos sofrer, o cristão não nasceu para os problemas e nem para as dificuldades na vida. E o discurso é que devemos ter uma vida de sucesso e felicidade total. Só que a realidade no Salmo 63 não é esta. Davi passa pelo deserto e experimenta a providência divina em seu coração. Lá no deserto ele percebe que o deserto faz parte da pedagogia de Deus, o deserto na vida de Davi é uma escola que o aprova para que prove da graça e cuidado divinos .
O tempo de solidão e sofrimento no deserto do coração de Davi é tempo de aprendizado para ele ir rumo ao trono do Pai. E acredito que o Pai permitiu as aflições do deserto para que o seu plano para a edificação do coração de Davi fosse completo e profundo. Para que lá na frente Davi poder dizer que a graça de Deus era melhor do que a sua própria vida.
O Pr. Glênio Fonseca diz algo muito profundo sobre o deserto na nossa vida:

“Não há cristianismo sem deserto, nem deserto sem tribulações. Deserto nos machuca, mas, ele nos enrijece. Ele queima a nossa pele, mas tempera o caráter. No deserto não há supermercado e nem despensa, mas, há a dispensação da graça de Deus suprindo as necessidades de cada dia” .

Isto aconteceu na vida deste servo do eterno Deus. Ele aprendeu a descansar na providência divina lá no deserto, ele aprendeu que o deserto era um lugar de privações, mas também um lugar da providência divina. Por isso, ele desejava ardentemente a presença do Pai sempre.
Saibamos que nenhum deserto é inútil na vida de um filho de Deus. Cada crise pode representar a hora que Deus dá início a novas dimensões na nossa vida. Quando enfrentarmos o deserto na vida perceberemos a providência divina evidenciada no nosso coração.

_____________
Alcindo Almeida

Uma canção profunda

Essa música valeu a pena para o meu coração. Uma canção profunda e que nos leva a adoração ao Rei de toda terra, aquele que domina sobre todos e nos convida a render glórias pelo que ele é e faz na vida da gente. Confesso que passei o dia no trabalho ouvindo e meditando em cada frase da música..Como é bom louvar ao Santo, Santo, Santo que olha para pecadores como nós. Parabéns ao Josias, Ane, Moisés, Kika e demais membros da Banda.
http://www.youtube.com/watch?v=tWOy0mosRGg

TEMA DO ANO NA IP LAPA

“A suficiência da graça"
(A minha graça te basta - II Cor. 12.9).

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vem aí em 2011 o meu novo livro pela Danprewan

A amizade da alma: Fidelidade na mentoria da vida.

Neste livro, Alcindo busca mostrar os vários aspectos que constroem uma amizade genuína. Você poderá ver nas entrelinhas deste livro a natureza, os desafios, os custos e a relevância da amizade e a necessidade de cultivarmos sua prática em ...nossos dias. Alcindo apresenta a Fidelidade e a Mentoria como pilares fundamentais na dinâmica dos relacionamentos e mostra como a prática destes princípios pode trazer saúde emocional e equilíbrio nas relações humanas. Meu desejo é que ao ler este livro você avalie a qualidade de seus relacionamentos e se dedique a ser um agente de amizade no vários contextos que envolvem sua vida. Que o Deus da paz cujo amor derrubou todos os muros de inimizade abençoe sua reflexão. Uma boa leitura!
Gilberto Pires de Moraes - (Pastor na Igreja Presbiteriana de Ermelino Matarazzo).


segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fotos da nossa preciosa pequena....no Natal 2010



Vejam o filme: O Fim da escuridão.


Sinopse: Thomas (Mel Gibson) é um detetive policial que testemunha o assassinato da filha ativista na porta de sua casa. Perturbado pela perda e convencido de que ele era o alvo, Thomas parte para uma investigação obcecado por justiça. As evidências o levarão a descobrir um complexo esquema de corrupção envolvendo políticos e a indústria de armas nucleares norte americanas.

Tempo de colheita em 2011

Deus os abençoe no novo ano com a graça e bondade do Redentor..
Desejamos um bom tempo de colheita na vida e na família...
Um abraço
Pr. Alcindo, Erika e Isabella

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal do Redentor..


Deus os abençoe neste Natal através do Redentor..
Desejamos um bom tempo com toda a família...
Um abraço
Pr. Alcindo, Erika e Isabella




O SIGNIFICADO DOS DOIS NATAIS

Há dois nascimentos divinais na história humana.
Jesus nasceu aqui na terra, para que eu e você morrêssemos juntamente com ele. Cristo morreu na cruz, para que nós renascêssemos, em novidade de vida, por meio de sua ressurreição.
Ele nasceu na família de Adão, a fim de levar os homens a renascerem, pela graça, na família de Deus. Ele se tornou participante da nossa natureza humana, para que nós fossemos co-participantes da sua natureza divina.
O Criador ficou dependente da criatura, para retornar a criatura como dependente do Criador. Ele se esvaziou de sua gloriosa posição divina, para nos esvaziar da nossa glamorosa pretensão humana.
Na categoria humilde de Deus-Homem, na cruz, a humanidade o rejeitou. Na categoria de Homem-Deus, na ressurreição, a humanidade foi aceita incondicionalmente por seu amor furioso.
O natal de Deus na manjedoura precede o Natal do homem na sepultura. O Deus esvaziado é a sustentação do homem, pleno da graça divina. Bem-aventurados sejam todos os que crêem na suficiência de Cristo Jesus, que nasceu em Belém para nos fazer cidadãos da Nova Jerusalém.
O nascimento sobrenatural de Deus na estrebaria nos estriba até a realidade do nascimento espiritual, como filhos de Abba, ligados ao trono divino. Glória a Deus nas alturas e paz aos homens que ele ama de paixão.
Ditosos Natais aos afortunados filhos de Abba.
2011 com o Pão integral da graça. O Pão nosso, de cada dia, bem quentinho.
Do mendigo-padrão e aprendiz de lava-pés.
____________
Glenio Paranaguá

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os Brados da Cruz - Erwin Lutzer

Desta vez, o renomado escritor Erwin Lutzer conduz os leitores à maior e mais empolgante das viagens: ao interior do coração de Jesus. Essa jornada percorre sete momentos singulares na vida de Cristo: suas últimas palavras na cruz.
Cada brado não foi proferido em vão. Repletos de significado para todas as gerações, eles ainda guardam a mesma força de quando foram emitidos no Calvário. São brados que exprimem perdão, compaixão, resignação e vitória. Acima de tudo, revelam a plena humanidade de Cristo e seu exemplo de vida em cumprir a vontade do Pai até o último instante de vida.
Os brados vindos da cruz ainda são ouvidos em nossos dias. Clamam ao coração do homem e querem conquistá-lo. Permita que as últimas palavras de Jesus toquem, surpreendam e transformem sua vida. Quando melhor compreendermos o que ela deve significar para cada um de nós.
Quem tem ouvidos ouça!

LIDERANÇA COM PROPÓSITOS

Muitas barreiras que impedem o crescimento da igreja, em todo o seu potencial. Neste livro, o Dr. Dale Galloway apresenta novas perspectivas para o ministério da Igreja local, segundo o modelo de liderança de Cristo. Jesus fez de discípulos apóstolos e de ouvintes, discípulos. O autor desafia o leitor a um nível mais profundo de ministério, encorajando e capacitando os líderes leigos, dentro de uma visão.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sabedoria do alto

"Um homem sábio discerne as coisas diante de Deus. A sabedoria divina nos dá equilíbrio para lidar com qualquer situação que vem sobre nós".

Assistam o filme: A Loja Mágica de Brinquedos com seus filhos...

É bem jóia...A Loja Mágica do Sr. Magorium é um paraíso de brinquedos onde tudo ganha vidainclusive a própria loja. Um dia o sr. Edward Magorium (Dustin Hoffman)que tem 243 anosdecide ceder o controle de seu estabelecimento à insegura e jovem gerente Molly Mahoney (...Natalie Portman). Quando um cético contador chamado Henry Weston (Jason Bateman) surge para fazer uma auditoria em todos os brinquedos a loja passa por uma misteriosa mudança. Os brinquedosantes alegres e coloridosse tornam silenciosos e acinzentados. Para recuperar o local Molly e Henry precisarão encontrar a magia existente dentro deles próprioscontando com a ajuda de Eric Applebaum (Zach Mills)um garoto de 9 anos que tem dificuldades em fazer amigos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

C. S. Lewis disse:

Temos que sair de nós mesmos e adentrar em Cristo. A nossa vontade e os nossos pensamentos devem se tornar como os dele. Temos que ter a mente de Cristo (LEWIS, C.S. Um ano com C. S. Lewis. Leituras diárias de suas obras clássicas. Minas Gerais: Ultimato, 2005. p.156).

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Frase preciosa de Lewis....

O orgulho é um câncer espiritual. Ele corrói a própria possibilidade de amor, de contentamento ou, até mesmo, de bom senso
(LEWIS, C.S. Um ano com C. S. Lewis. Leituras diárias de suas obras clássicas. Minas Gerais: Ultimato, 2005. p.100).

Última aula da ED na UMP....











Isabella aprendendo a lição de casa....


Cantata das crianças - Natal Brasileiro....





O Natal de uma mulher piedosa


-Texto para reflexão: Estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade; E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém (Lucas 2.36-38).

Alguém é marcante demais na vida humana. Este alguém era conhecido em sua época como Jesus de Nazaré. Trabalhou como carpinteiro a maior parte de sua vida adulta. Mas, ele foi tão extraordinário pela forma como viveu e pela influência que exerceu sobre a humanidade que a palavra “extraordinário” não consegue caracterizá-lo.
Quando olhamos para este texto percebemos uma mulher simples, piedosa e já vivida porque ela já tem uma idade avançada. Ana, a profetisa que é abençoada pelo Senhor para ser um exemplo de fé e reverência para com o menino Jesus.
Aprendemos neste texto o que significa valorizar Jesus como o maior presente que a humanidade poderia receber. Ela e Simeão nos ensinam qual o valor de Jesus como Senhor, Salvador e Redentor não do mundo, mas do seu povo. Eles nos ensinam a receber o Emanuel de maneira prostrada e cheia de temor. Interessante que a festa de Natal tem o seu ápice nas festas e no exagero das compras. Na hora da “Ceia Natalina”, Jesus não é nem citado, mas perto da meia noite, o “Papai Noel” é esperado com ansiedade.
Só que quando olhamos para esta senhora chamada Ana, percebemos que, mesmo vivendo numa época de caos espiritual, como profetisa, ainda que, avançada na idade e viúva. Ela não deixava o templo, ela adorava noite e dia em jejuns e oração. Ana, cujo significado do nome é graça, vivia exclusivamente na comunhão com Deus.
Percebam um detalhe importante na vida e coração desta mulher. O texto no começo fala que ela Filha de Fanuel – Tradução Grega do nome hebraico Peniel – Face de Deus (Gen. 32.30: Vi a Deus face a face e a minha vida foi salva). Da tribo de Aser – Segundo filho de Zilpa (Gen. 30. 12,13). Oitavo filho de Jacó.
Aser significa felicidade! Aser era uma das 10 tribos do norte que se perdeu quando da invasão pelos Assírios em 722 a.C. Quando Lucas afirma ser ela da tribo de Aser, isto significa que Deus havia preservado pessoas da linhagem pura! E ela vivia em função das promessas de Deus. Ela vinha de longa data ouvindo acerca do Messias. Geração vinha e passavam-se os anos e Ana continuava confiando em Deus e nas suas promessas. Somos pessoas persistentes na fé como Ana?
Percebam que ela contempla o Senhor e Redentor, só que ele é um bebê. Assim mesmo ela demonstra a sua fé em Deus e o louva como o servo sofredor que Isaías profetizou. Como o sol da justiça profetizado por Miquéias.
Que fé é esta? Porque hoje vemos as pessoas abandonando a fé por nada. Coisas banais fazem as pessoas deixarem o Reino. Esta mulher cultivou o verdadeiro Natal ao contemplar com fé e gratidão o Senhor e Salvador Jesus Cristo de Nazaré.
Que Deus nos dê graça para termos uma fé semelhante ao de Ana que celebrou o verdadeiro Natal: Jesus Cristo de Nazaré.

_____________
Alcindo Almeida

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Reforma, Uma Necessidade Constante


A Reforma não foi um desvio do cristianismo primitivo, mas uma volta a ele. A igreja havia se desviado das veredas da verdade e a Reforma foi um movimento para colocar a igreja de volta nesses trilhos.
Um dos lemas da Reforma era: "Igreja Reformada, sempre reformando". O que isso significa? Não significa certamente que a igreja precisa ir se amoldando à cultura prevalecente de cada época e sim que a igreja precisa voltar-se continuamente às Escrituras para não se conformar com a cultura prevalecente de cada época.
Não é a cultura que julga as Escrituras, mas as Escrituras que julgam a cultura. O primeiro pilar da Reforma foi "Só as Escrituras". Muitas igrejas herdeiras da Reforma, afastaram-se daquelas verdades essenciais da fé cristã e capitularam-se às novidades heterodoxas. Queremos, aqui, apontar alguns desses desvios:

1. A doutrina sem vida. A Reforma trouxe não apenas uma volta à Palavra, mas, também, uma volta à piedade. Uma das exigências dos puritanos era: doutrina pura e vida pura. Não podemos separar a doutrina da vida, a teologia da prática, a ortodoxia da piedade. A vida piedosa é consequência da sã doutrina. Uma igreja trôpega na Palavra jamais estará na vanguarda da luta pelo restabelecimento dos valores morais absolutos.

 
2. A vida sem doutrina. Se a doutrina sem vida deságua em racionalismo estéril, a vida sem doutrina desemboca em misticismo histérico. Esse foi o equívoco do Pietismo alemão do século dezoito, que cansado da doutrina sem vida, foi para o outro extremo da vida sem doutrina e acabou caindo num experiencialismo heterodoxo.
Há muitos indivíduos que, em nome da fé evangélica, deixam de lado as Escrituras e buscam uma espiritualidade edificada sobre o frágil fundamento das emoções. Buscam experiência e não a verdade. Buscam uma luz interior e não a luz que emana da verdade de Deus.

3. O liberalismo teológico. O liberalismo teológico nasceu do ventre do racionalismo iluminista. O homem, cheio de empáfia, decidiu que só poderia aceitar como verdade o que a razão humana pudesse explicar. O resultado imediato foi a negação das grandes doutrinas do cristianismo como a criação, a redenção e a ressurreição.
A Bíblia foi retalhada, mutilada e torcida. Há milhares de igrejas mortas pelo mundo afora, vitimadas pelo liberalismo teológico. Precisamos entender que a verdade de Deus é inegociável. A igreja que abandona a sã doutrina morre.
 
4. O sincretismo religioso. O Brasil é um canteiro fértil onde floresce o sincretismo religioso. Mais e mais igrejas aderem a essa prática para atrair pessoas. Templos lotados e multidões sem conta se acotovelam em grandes concentrações públicas para buscar um milagre, uma cura ou uma experiência que lhes mitigue a angústia, que só o evangelho de Cristo pode oferecer.
Precisamos de uma nova Reforma que traga de volta a igreja para a Palavra. Precisamos de seminários que não se dobrem à sedução dos liberais nem se entreguem ao pragmatismo ávido por resultados.
Precisamos de pastores que amem a Cristo e sejam fiéis às Santas Escrituras para alimentar o rebanho de Deus com o trigo da verdade em vez de empanturrá-lo com a palha do sincretismo religioso. Precisamos de uma igreja bíblica, viva, santa, cheia do Espírito, alegre, vibrante e operosa. Uma igreja herdeira da Reforma e continuadora da Reforma.

_______________________
Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A cidade de Deus de Agostinho

“A Cidade de Deus” representa o maior monumento da antigüidade cristã e, certamente, a obra prima de Agostinho, na qual é discutida a questão da metafísica original do cristianismo, numa visão orgânica e inteligível da história humana, e resolve este problema ainda com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência, que simboliza o governo divino do mundo e que é, por sua vez, necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade.
O conceito de providência era impossível no pensamento clássico devido ao basilar dualismo metafísico. Para entender plenamente o plano da história, é de grande importância a Redenção, através da qual é explicado o enigma da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornou-se o centro sobrenatural da história, sendo o seu reino a cidade de Deus, representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena, mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos fins dos tempos.
Agostinho distingue em três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história de duas cidades após o pecado original, que ficaram confundidas em um único caos humano, e chega até a Abraão, época na qual começou a separação. Na segunda, Agostinho descreve a história da cidade de Deus, recolhida e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado, a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, ou seja, desde Abraão para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que culmina no império romano.
Esta história, onde parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa uma unidade e um progresso para Cristo, sempre mais claramente, conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel, e pelos povos pagãos a seu modo que, consciente ou inconscientemente, lhe preparavam diretamente o caminho.
Depois de Cristo, cessa a divisão política entre as duas cidades, que se confundem como nos primeiros tempos da humanidade, com a diferença de que já não é mais união caótica, mas configurada na unidade da Igreja, que não é limitada por nenhuma divisão política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos homens e na unidade dos homens com Deus.
A Igreja, portanto, é acessível, invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente dela não podem participar, e transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além do qual está a pátria verdadeira.
Entretanto, visto que todos se encontram empiricamente confundidos na Igreja, ainda que só na unidade dialética das duas cidades, para o triunfo da Cidade de Deus, a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no inferno. É uma grande visão unitária da história, não filosófica, mas sim teológica.

Vinícius de Moraes

Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações (Vinícius de Moraes)