sexta-feira, 31 de outubro de 2008

É tempo de reformas no meio do povo de Deus.

-Texto para reflexão: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra (Atos 6.4).

Hoje comemoramos 491 anos da Reforma Protestante. Ela se originou na Alemanha em 1517 quando Lutero publicou suas 95 Teses que, recomendando que a religião se mantivesse fiel à fé individual baseada nas normas das Escrituras Sagradas e não da visão humana.

Lutero desafiou a teoria e a prática das indulgências papais. Excomungado pelo papa, ele queimou, em público, o decreto papal de excomunhão. O imperador Carlos V, os príncipes alemães e os eclesiásticos se reuniram em 1521, na Dieta de Worms e convidaram Lutero a se retratar. Lutero se negou e foi declarado fora da lei. Correu até risco de morte.
O movimento da reforma se espalhou entre o povo e Lutero foi recebido como líder revolucionário já que a Alemanha também estava dividida por motivos econômicos. Em 1555, a guerra civil que Carlos V começara terminou com a Paz de Augsburgo onde se estabeleceu que cada um dos estados germânicos poderia escolher entre o catolicismo e o luteranismo (LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo: Obras selecionadas de momentos decisivos da Reforma. Porto Alegre: Concórdia & São Leopoldo: Sinodal, 1984, pp. 171-177).
O movimento da reforma na Suíça foi comandado pelo pastor suíço Ulrico Zwinglio, que, como Lutero, considerava a Bíblia a única fonte de autoridade moral. Dois breves conflitos eclodiram entre protestantes e católicos. Após o segundo conflito, a paz se estabeleceu e eles receberam autonomia para escolher a própria religião.
Calvino, aquele que era o teólogo protestante e profundo nas Escrituras aparece no cenário. Ele que era de Lyon na França fugiu para Genebra e, lá liderou a instauração de uma variação do protestantismo que em sua homenagem recebeu o nome de Calvinismo.
Quando João Calvino começou a escrever a primeira edição das Institutas da Religião Cristã, em 1535, com a idade de 27 anos, sua intenção era de servir grandemente aos interesses protestantes, mas sua influência deve ter excedido em muito a sua expectativa. Provou ser o trabalho mais influente da Reforma Protestante. Os protestantes de outros países viram em Calvino e em sua obra, um pilar de grande força para a obra iniciada, pois, ele era um teólogo do mais alto grau, enquanto que os romanistas temeram sua caneta como um dos inimigos mais fortes.
Na Escócia, o reformado religioso John Knox implantou o calvinismo como religião nacional. Posteriormente, o Parlamento criou a Igreja Presbiteriana Escocesa.
Diante deste relato profundo sobre estes homens de Deus, o que podemos aprender hoje no Século XXI para que sejamos marcantes na história? Para que aconteça em nós uma reforma?

1. Precisamos voltar o coração para a oração:

O texto diz: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra (Atos 6.4). Quando olhamos a vida inteira de Agostinho no contexto de seu ensino de oração e a sua vida de oração aprendemos que ele não só falava sobre a oração, ele orava.
Sabemos que os reformadores santos que Deus usou na história, eram homens de oração permanente na caminhada espiritual com Deus. Mas, dos Séculos passados para cá, esses retratos foram desmantelados. Enquanto Lutero orava pelo menos 3 horas por dia, hoje não temos espaço para se quer meia hora.
Os primeiros pais e até o Século XII eram pessoas que oravam. Como Bernard de Claraval dizia:
“Você não pode ser um teólogo sem ser um santo. E você não pode separar a santidade da erudição ou da figura do estudioso na vida cristã de oração. Você não pode ser um influenciador sem oração, sem a penetração da Palavra de Deus em você“.
Acredito piamente que a nossa formação teológica está completamente maluca. Há estudantes hoje que admitimos para o Seminário simplesmente baseados nas notas que apresentam. Eles passaram no vestibular e podem estudar para serem teólogos. É triste notarmos a realidade que o Seminário é o lugar exato onde eles deixam de orar. E a sua vida simples de devoção acaba, porque se tornam estudiosos ao invés de santos e homens piedosos na presença do eterno.
Hoje nas igrejas evangélicas temos bons teólogos, mas péssimos homens naquilo que chamamos de intimidade de oração e devoção na presença do Pai.
Os apóstolos se preocupam com alguns problemas que surgiram na igreja, mas eles chamam a nossa atenção para a preocupação mais profunda do ministério diante de Deus: oração e palavra.
Pedro e os demais não poderiam viver sem a prática destes itens. E quando olhamos para a realidade hoje é de pastores que têm uma agenda lotada de compromissos, mas a vida de oração e meditação na Escritura Sagrada tem passado despercebido.
Quando olhamos para a nossa Teologia brasileira, vemos que ela é marcada pela produção de comentários que falam de doutrina, mas poucos são os livros que falam sobre oração no sentido dos apóstolos.
Os apóstolos no capitulo 6 de Atos estão preocupados com a assistência das viúvas, mas a preocupação primordial deles era a oração e o ministério da Palavra. E é exatamente por isso, que precisamos de uma nova reforma na igreja. Precisamos parar com o nosso discurso moderno de “Evangelicalismo” e precisamos voltar o coração para a oração. Precisamos do exemplo de Agostinho na oração, alguém que tinha a vida pautada pela oração. O exemplo de Lutero que orava noites inteiras lutando pela verdade de Deus. João Knox orava tanto que a rainha da Escócia tinha mais medo das suas orações do que do exército da Inglaterra.
O que nós realmente precisamos neste Século XXI é uma revolução pessoal. Uma reforma pessoal da igreja, onde a nossa meta principal seja a oração. Enquanto o mundo está aí inventando a sua própria identidade, com mais contraste ainda do que antes, nós precisamos da oração que nos permite ouvir outra voz. Uma voz que nos faz sensíveis a maiores possibilidades, e nos faz encontrar um caminho para fora de nossa necessidade de ordem e de controle (NOUWEN, Henri. Transforma meu pranto em dança. São Paulo: Textus, 2002, p. 33).

O que a oração provoca em nós?
· Orar abre o nosso coração para receber;
· Orar nos refresca a memória para perceber como Deus nos dá o presente da vida (NOUWEN, 2002, p. 34);
· Orar admite a nossa dependência total do Pai e o quanto precisamos ser reformados e lapidados pela graça eterna do Pai;
· Orar nos faz perceber a aprender que somos projetados pelo eterno Deus para sermos místicos. E todo o verdadeiro cristão é um místico no sentido da comunicação, da interação e do engajamento com Deus de maneira direta (STEVENS, Paul. Espiritualidade na prática. Minas Gerais: Ultimato, 2007, p.139).
Paul Stevens diz no seu livro A espiritualidade na prática algo bem profundo para nossa reflexão:

“A vida diária é a disciplina espiritual na qual Deus contínua e graciosamente nos encontra. O lugar-comum na verdade tem grande significado espiritual. Quando menos esperamos, Deus nos surpreende dando novo encanto à nossa vida diária e fazendo de cada momento uma oportunidade de experimentar a sua bênção” (STEVENS, Paul. A espiritualidade na prática. Minas Gerais: Ultimato, 2007, p.15).

No tranqüilo da oração, aprendemos a distinguir uma voz que diz: Eu amo você, seja você amado ou não pelos outros. Você é meu. Edifique seu lar em mim, como eu tenho edificado o meu lar em você. Oração é comunhão com o Pai na privacidade de nossa própria intimidade. É também comunhão com o povo de Deus ao redor do mundo e através dos Séculos.

A oração com atenção nos ajuda a concentrar o nosso olhar inteiramente em Deus. Este caminho nos leva para as profundezas das misericórdias curativas do nosso amado Pai (NOUWEN, 2002, p. 41). Ás vezes nos esquecemos de ver o eterno em meio ao temporário. E a oração nos ajuda a caminhar para o eterno.
A oração nos ajuda a ter uma espiritualidade na prática. E uma espiritualidade na prática não nos torna religiosos, mas plenamente humanos (STEVENS, Paul. A espiritualidade na prática. Minas Gerais: Ultimato, 2007, p. 230).

2. Precisamos voltar o coração para a Palavra de Deus:

O texto diz: Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra (Atos 6.4).
O ministério tratado pelos apóstolos neste texto é o do trabalho pastoral. É o serviço servir e ensinar as verdades da Palavra de Deus com a vida, com o serviço seja no campo social ou no espiritual. Só que para o exercício deste trabalho é preciso envolvimento total com a Palavra de Deus. Quero dizer algo relevante para nós hoje: A nossa fé é imatura hoje porque falta uma piedade e um contato profundo e radical com a Palavra de Deus.
Quando olhamos para a vida de Agostinho de Hipona sabemos que ele como instrumento de Deus moveu a história passada. Ele era um homem que visava a Palavra de Deus e a oração e isto fez dele um teólogo ainda mais profundo e significativo na história.
A proposta bíblica é a da oração, da relação íntima. E esta relação de oração vem por meio do contato da Palavra de Deus. Assim, construiremos uma geração de cristãos pela graça de Deus com um coração voltado para a oração e para reflexão nas Escrituras com a vida.
Paul Stevens diz algo bem profundo para nossa reflexão: “A Bíblia não é um manual de instruções que contém princípios de espiritualidade — como levar a si mesmo e Deus a sério, como tornar seu trabalho diário um ministério santo. Ela não é um guia de auto-ajuda para os que estão perplexos e famintos espiritualmente. Ela é uma história — uma história sobre Deus em busca da humanidade e sobre o estabelecimento progressivo do reino de Deus na terra. E essa história envolvente é contada por meio de histórias. A Bíblia nos fala de Deus e da fé ao usar a expressão “Era uma vez...”. A narrativa é o estilo dominante na Bíblia. Henry R. Luce, fundador da revista Time, comentou em tom sarcástico: “Não foi a Time que começou a contar histórias sobre as pessoas; foi a Bíblia”. E essas histórias nos atraem, não só porque têm o estilo do “era uma vez”, mas porque falam a nós em nosso tempo. Possuem um significado primeiro relacionado diretamente aos personagens envolvidos, suas lutas e alegrias, e um significado secundário que tem um sentimento e um valor universais que nos ligam a elas.” (STEVENS, Paul. Espiritualidade na prática. Minas Gerais: Ultimato, 2007, pp.14 e 15)

Estas histórias que a Escritura apresenta precisam ser lidas e contempladas por nós. Só fazemos isto quando damos atenção e temos reverencia diante delas. Lendo a Palavra mergulhamos no intrincado emaranhado da vida á medida que ela é perpassada, confrontada, salva, curadas e abençoada pelo Deus vivo. (STEVENS, Paul. Espiritualidade bíblica. Brasília: Palavra, 2008, p. 08)
Lendo a Palavra mergulhamos no conhecimento do Deus eterno e da sua graça. Que digamos como o salmista: Ensina-me os teus decretos (Salmo 119.135). Não me esqueço dos teus preceitos (Salmo 119.141).

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LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo: Obras selecionadas de momentos decisivos da Reforma. Porto Alegre: Concórdia & São Leopoldo: Sinodal, 1984.
NOUWEN, Henri. Transforma meu pranto em dança. São Paulo: Textus, 2002.
STEVENS, Paul. Espiritualidade na prática. Minas Gerais: Ultimato, 2007.

_____________. Espiritualidade bíblica. Brasília: Palavra, 2008.

Leituras no mês de outubro de 2008

LUCADO, Max. Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado. Rio de Janeiro. Thomas Nelson, 2008. Editado pela Thomas Nelson Brasil, o novo livro de traz pequenos textos inspiradores para o dia-a-dia. As mensagens de alegria, fé, esperança e amor estão divididas em onze categorias. O livro tem 192 páginas que serão lidas por você em alguns momentos preciosos de um café! Livro excelente!

PARKINSON, Greg L. Hawkins & Cally. Descubra onde você está. São Paulo: Vida, 2008. Descubra: onde você está? Há anos, os líderes de igrejas vêm confiando em números para obter a resposta a essas perguntas. Em outras palavras, fazemos a pergunta: “Quantos?”. Quantos... ... freqüentam nossos cultos toda semana? ... participam dos grupos pequenos? .... trabalham ativamente? .... dão o dízimo? Os números podem ser úteis, mas não mostram a história toda, pois não podem ver o que há dentro do coração humano. Quando se trata de crescimento espiritual, pisamos medir algo mais que números. É preciso analisar atitudes, pensamentos e emoções. É necessário um instrumento que revele o coração de cada cristão. Num esforço para entender melhor o coração de seus membros, a Igreja Comunidade Willow Creek empreendeu um processo de três anos de estudo e pesquisa para encontrar uma forma de medir o crescimento espiritual e verificar se a igreja cumpria a missão de facilitar esse crescimento. A pesquisa estendeu-se a seis outras igrejas nos Estados Unidos. Os resultados foram surpreendentes. Conceitos antigos viraram fumaça, e a Willow Creek teve de encarar o fato de que as coisas precisavam mudar. Convidamos você a aprender com o que outros descobriram. Você conhecerá aqui os quatro segmentos que caracterizam a jornada de crescimento espiritual e aprenderá mais sobre o que impulsiona e o que impede esse crescimento. Compreenderá de que forma a igreja precisa mudar para ajudar os membros a se tornarem mais parecidos com Cristo. As descobertas reveladas neste livro constituem um desafio para você ou confirmam as suspeitas que você sempre teve. De qualquer forma, estas descobertas irão, sem dúvida, mudar sua maneira de pensar a respeito da igreja e sobre o que realmente ela precisa para fazer diferença. O livro tem 120 páginas.

PIPER, John. Provai e vede. São Paulo: Fiel, 2008. A alma saboreia a verdade como o paladar saboreia os alimentos. A fome espiritual anela por nutrição rica e consistente. É notável quanta nutrição vigorosa há nestas meditações! Apresentadas com bastante habilidade pelo pastor John Piper, estas meditações contemporâneas sobre realidades bíblicas aguçarão o seu apetite por mais de Deus mesmo e o revigorarão em comunhão diária com Cristo. O livro tem 255 páginas.

MAXWELL, John C. Os 4 segredos do sucesso. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2008.Em "Os 4 segredos do sucesso", John C. Maxwell, o maior treinador de líderes da atualidade, reúne as chaves do sucesso que você precisa conhecer. O livro contém os princípios essenciais resultantes das observações de experiências de sucesso do autor durante mais de trinta anos. Maxwell vai ensiná-lo a desenvolver sua capacidade de liderança, mostrando que liderar é muito mais do que dar ordens. Vai mostrar também que, quando um líder se dedica ao processo de capacitação, o nível de desempenho dentro de toda a organização aumenta radicalmente, ou seja, o sucesso pode ser definido como a utilização máxima das habilidades dos que o rodeiam. Um ponto importante: se você é um líder, não pode ignorar a atitude dos liderados na jornada rumo ao sucesso. Sua atitude é que determina o seu caminho. E o sucesso não é alcançado sozinho. Estabelecer relacionamentos positivos pode ser um desafio, e pensando nisso, Maxwell ensina como conectar pessoas em diferentes níveis de liderança. O livro tem 260 páginas.


STEVENS, Paul. Espiritualidade bíblica. Brasília: Palavra, 2008. Este é um livro prático e instrutivo. Explora o sentido de uma espiritualidade que tem suas raízes nas Escrituras, na grandiosa história de Deus. É baseada em princípios simples e tem por objetivo estimular uma vida de retidão - em casa, no trabalho, onde quer que estejamos. Os autores fazem uma viagem fascinante pelo Antigo e pelo Novo Testamento e, com habilidade e didatismo, descortinam as descobertas e lutas do povo de fé desde Adão e Eva até a descrição daqueles que se juntaram ao redor do Cordeiro, na Nova Jerusalém. O livro tem 280 páginas.

SWINDOLL, Charles. Intimidade com o Todo-poderoso. São Paulo: Textus - Mundo Cristão, 2002. O autor mostra todo seu desejo de ter momentos íntimos com Deus. Este livro é fruto de um ano de momentos de reflexão e oração em busca do Todo-Poderoso. Ele é escrito para quem deseja se tornar íntimo de Deus. E é para quem deseja mudar a situação de uma vida superficial para uma vida com profundidade no conhecimento da Bíblia e no convívio com o Todo-Poderoso.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Tenha uma metanóia espiritual



- Texto para reflexão: "Não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20).

Brennan Manning disse algo precioso: “Cada vez que desfechamos um golpe mortal no ego, a páscoa de Jesus é traçada em nossa carne. Cada vez que escolhemos caminhar aquela milha adicional, por oferecer a outra face, abraçar em vez de rejeitar, somos compassivos em vez de competitivos, beijamos em vez de morder, perdoamos e nos abstemos de massagear a contusão mais recente de nosso ego ferido, estamos passando da morte para a vida” (MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 43).
A palavra bíblica para conversão é metanoia, que significa "transformação radical do eu interior". Descobrimos que um relacionamento pessoal com Jesus Cristo não pode mais ser contido num código de permissões e proibições. Ele se toma como escreveu Jeremias, uma aliança escrita nas tábuas de carne do coração e gravada no mais profundo de nosso ser.
A grande verdade é que a conversão nos abre para uma nova agenda, novas prioridades, uma diferente hierarquia de valores. Ela nos faz ver o nosso ego cada vez mais embaixo e o senhorio de Cristo mais presente. É a ideia de Paulo neste texto de Gálatas 2.20. Ele afirma na primeira parte as seguintes palavras: Eu já estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim. A fé vivida na verdade por Paulo é aquela consumidora do Evangelho. E como diz Brennan Manning: “Ela destila nossa imaginação, eletrifica nosso cérebro com o relâmpago da Palavra, enche-nos até a boca com a dinamite de sua glória, unge-nos da cabeça aos pés com o querosene da salvação e ateia fogo em nós. (MANNING, Brennan. A assinatura de Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 44).
Podemos entender perfeitamente que quando não temos a metanóia espiritual, temos então a paranóia. O que é uma paranóia espiritual?
É caracterizada por medo, suspeita e fuga da realidade. A paranóia resulta comumente em elaboradas alucinações e auto-ilusão. No contexto bíblico, a paranóia implica mais do que desequilíbrio emocional ou mental. Ela se refere a uma atitude de ser, uma postura do coração. A paranóia espiritual é uma fuga de Deus e de nosso verdadeiro eu. É uma tentativa de escapar da responsabilidade pessoal. É a tendência de evitar a todo custo a verdadeira espiritualidade centrada na cruz de Jesus Cristo de Nazaré.
A paranóia espiritual é uma tentativa de negar a realidade de Jesus como centro de tudo na vida e viver em função do orgulho que nos distancia cada vez mais da cruz.
Quais são as dicas para não sermos jamais cristãos paranóicos:

o Tenhamos uma espiritualidade cristocêntrica:

Uma vez o sobrinho de Henri Nouwen perguntou o que significava seguir a Cristo. Seu tio lhe respondeu: Ter Cristo no centro de toda a vida. Precisamos ter Cristo no centro da nossa vida sempre. Nós fomos chamados para refletir a glória de Cristo tendo-o como o centro de tudo. A vida de Paulo foi assim, ele diz em Gl. 4.19 que sofria dores de parto, até Cristo ser formado na vida dos Gálatas. Jamais Paulo buscou glória para si, jamais Paulo buscou benefício para si. Ele visava Cristo no centro de tudo e não ele.

o Reconheçamos que a obra do Espírito Santo é nos tornar semelhantes a Cristo.

Tudo deve contribuir para que sejamos reflexos da glória de Cristo. Por isso, Paulo diz em Rom. 8.36 que somos entregues à morte por amor de Cristo o dia todo. Para Paulo, o importante é ser transformado por Cristo. O seu propósito é ser pleno em Cristo. O seu alvo é alcançar a perfeição em Cristo não nele. Paulo não se preocupa com nada, a não ser a imagem viva de Cristo. Precisamos pensar sobre o grande perigo que corremos de sermos reflexos da nossa própria glória e não a glória de Cristo. E se não refletimos a glória dele, ele jamais pode estar no centro da nossa existência. Daí, se não somos imitadores da glória dele, somos idólatras em potencial. E com certeza nos tornamos em cristãos paranóicos.
Que Cristo seja o verdadeiro centro do nosso coração. Para que o Pai, o Filho e o Espírito Santo sejam glorificados!
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Alcindo Almeida.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

O que vem aí.....



James Houston


Um guia para reorientar nossa trajetória, a fim de que outras pessoas possam beber da nossa fonte, inspirar-se em nosso próprio legado....

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Você foi tecido pelo arquiteto divino



- Texto para reflexão: Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe (Salmo 139.13).

Ontem à noite tive o privilégio de batizar algumas crianças de uma vez na nossa comunidade em Pirituba. Foram eles: Pedro Henrique, Pedro Santos, Larissa Cavalcante, Letícia Cabral (batizada pelo Pr. Jônatas Oliveira - tio dela), Natan Oliveira e Levi Greb. Percebemos que aquele momento foi profundo demais para toda a igreja. Havia um sorriso nos lábios e todos foram tomados de emoção quando apareceram as fotos dos bebês quando suas mães deram à luz.
Um Salmo foi lido e quebrantou o nosso coração! O Salmo 139, que diz: Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe.
Nós percebemos claramente que fomos tecidos. Percebemos que nós não somos um acidente, ou fruto de uma explosão como alguns loucos da ciência afirmam.
Nós não fomos produzidos em massa, não somos um produto de uma linha de montagem. Mas, todos nós como reflexos do criador, fomos deliberadamente planejados, especialmente dotados. Nós fomos colocados com amor neste mundo por aquele que denominamos artesão mestre, pelo arquiteto divino.
Numa sociedade que não suporta perda de tempo, esta é uma boa notícia. Numa cultura em que a porta da oportunidade se abre apenas uma vez e depois se fecha com violência, isto é uma notícia maravilhosa.
Deus vê a nossa vida como uma arte. Como diz Max Lucado: “Deus não apenas leu sua história, ele a escreveu”.
Ontem quando eu contemplava cada bebê imagina o que cada um será no futuro. Imaginava o crescimento de cada um na presença daquele que os criou.
Imaginava o momento que cada um foi formado no ventre da mãe. Os dias de cada um eram contados quando não havia ainda nem a existência. Eles foram projetados no céu. A engenharia celestial e depois de um trabalho de artesão do céu. Eles chegaram para abrilhantar o lar dos seus pais. Para que seus pais vissem o poder e a majestade do divino neles.
Esta é uma verdade que nos deixa felizes, porque não estamos entregues ao acaso. Nunca! Estamos nos braços do criador sempre que nos formou desde o ventre e conta dos os nossos dias porque ele nos criou no íntimo do nosso ser, porque ele nos teceu no ventre de nossa mãe.
Louvado seja o arquiteto celestial!

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Alcindo Almeida

Nas palavras de Henri Nouwen:


Apenas quando reivindicamos o amor do Cristo crucificado com convicção sentida, esse amor que transcende todos os julgamentos, somos capazes de superar todo medo de julgamento. Quando nos tornarmos completamente libertos da necessidade de julgar os outros, estaremos também completamente libertos do medo de ser julgados[...] A experiência de não ter de julgar não pode coexistir com o temor de ser julgado, e a experiência do amor não-julgador do Salvador crucificado não pode coexistir com a necessidade de julgar os outros[1].

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[1] NOUWEN, Henri, Amar e viver, p. 62.

Ernst Kasemann disse:

Um homem pode ser considerado amante da cruz apenas na medida em que Isso o capacita a ajustar as contas consigo, com os outros e com os poderes e as seduções do mundo. Sob a cruz, o homem alcança a hombridade[...] não há como compartilhar da glória do Senhor ressurreto se não no discipulado da cruz[1].
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[1] Jesus Means Freedom, p. 176.

VIVA SEM PROBLEMAS!


- Texto para a reflexão: Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo (João 16.33).

Como seria bom se vivêssemos sem problemas! Como seria se acordássemos pela manhã e nada houvesse que pudesse representar qualquer tipo de dificuldade, problema ou preocupação. Cuidado! Você pode estar morto e não sabe!
O mundo em que vivemos tem-se caracterizado por ser um produtor de paranóias, medos, fobias e frustrações.

Parece-nos uma terra adoecida, habitada por gente que vai adoecendo ante as dificuldades de lidar consigo mesmo, com as realidades ao seu redor, com as pressões do meio, com a influência das ideologias ou a falta delas, que tentam se estabelecer como verdades, mas não oferecem respostas às imensas demandas e ao vazio da nossa vida.
Mesmo vivendo, em sua grande maioria, em centros urbanos e rodeado de pessoas por todos os lados, a vida tem sido para muitos uma experiência solitária, confusa, e um bem difícil de administrar.
Daí passamos a preferir, sonhar e buscar coisas (o beneficio do ter – mesmo que seja uma pessoa) em detrimento da própria vida (a vulgarização do outro).
Como escreveu o colunista do jornal “Folha de São Paulo” (edição de 21/10 pág A-2): “Nós brasileiros nos acostumamos à barbárie cotidiana. Só nos agitamos quando a barbárie sai da rotina diária, como nos casos do conflito entre as polícias de São Paulo e o assassinato da menina em Santo André pelo seu seqüestrador”.


Viver tem-se tornado um desafio cada vez mais complexo. Mas, o que fazer ante essas realidades?

Como enfrentá-las?

I – SEMPRE ENFRENTAREMOS PROBLEMAS.
Sempre estaremos diante de desafios a cada dia.
O que fará absoluta diferença em sua vida, será a forma como você os enfrenta.
O que distingue um vencedor de alguém que passa a vida reclamando é a disposição de identificar, enfrentar e superar um desafio.
Haja com clareza; busque soluções criativas; haja com tenacidade.
Se for possível, previna-os.
Conta a história que o Dr. David Livingstone (um missionário enviado à África) recebeu uma carta de uma agência missionária que queria enviar-lhe alguns auxiliares para ajudá-lo no trabalho ali. O diretor da organização escreveu-lhe: “O Sr descobriu alguma boa estrada que leve até onde o Sr está? Se houver, queremos enviar outros homens para auxiliá-lo”. Dr Livingstone então respondeu:

“Se você tiver homens que virão apenas se souberem que há uma boa estrada, não os quero aqui. Quero homens que venham para cá mesmo que não haja nenhuma estrada”.
Por isso, desenvolva uma atitude positiva, viva os desafios com determinação, esteja ciente das dificuldades, avalie os riscos na medida do possível.


II– BUSQUE IDENTIFICAR SUAS CAUSAS.
Basicamente, podemos identificar três razões para os inevitáveis problemas da vida:
Primeira: vivemos em um mundo de diversidade e complexidade cada vez mais crescente. Assim sendo, busque uma visão ampla do problema. Tente controlar suas emoções e não perca de vista o que é importante.
Segunda: vivemos necessariamente interagindo com pessoas. Cada uma tem uma forma de reagir aos problemas. Uma recusam-se a aceitá-los. Outras vão aceitá-los mas não reagem a eles. Outros, no entanto, identificam o problema, aceitam a verdade dos fatos e tentam melhorar as coisas. Creia: “Os fatos são nossos amigos” (Bill Hybels). Ignorar os problemas não os farão desaparecer.
Terceira: não podemos controlar todas as situações que enfrentamos.

III – NUNCA DESISTA POR CAUSA DELES.
Não permita que os problemas sejam um problema para você. Enfrente-os.
O escritor George Matthew Adam escreveu: “O que você pensa significa mais do que o lugar onde vive, mais do que sua posição social e mais do que qualquer outra pessoa possa pensar sobre você”.
Todo problema nos apresenta a nós mesmos. Ele nos mostra como pensamos e de que somos feitos. Expõe-nos nossa fragilidade, vulnerabilidade.
Mas eles se converterão em oportunidades pela maneira como os enfrentamos.
“O problema não é o problema – O problema é a atitude em relação ao problema” Kelly Young.
“O rio atinge seus objetivos porque aprendeu a contornar obstáculos”Anônimo.

“Às vezes me preocupo com aquilo que posso mudar... nesse caso, é minha responsabilidade fazer alguma coisa a respeito... meu fardo mais pesado é descobrir como parar de me preocupar com coisas que não posso mudar”. Craig Groeschel em “Confissões de um pastor”, Ed Mundo Cristão, pág 96.
Jesus quando se despedia de seus discípulos antes de ser preso disse-lhes: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”. (Jo 16:33).
“Fico pensando como Deus se sente quando não acreditamos no que Ele nos diz; quando deixamos de confiar em seu poder e em suas promessas; quando nos preocupamos, em vez de crer nele”. Craig Groeschel em “Confissões de um pastor”, Ed Mundo Cristão, pág 104.
“A preocupação mantém você distante do que o Senhor tem de melhor para sua vida. Por isso, mantenha sua mente longe do “e se” que o medo alimenta. Craig Groeschel em “Confissões de um pastor”, Ed Mundo Cristão, pág 102.
Meu convite para você neste dia é que você viva consciente de que neste mundo teremos sempre problemas. Procure identificar suas causas e enfrente-os. Não desista por causa deles.
Deus estará sempre perto de você e o ajudará a vencê-los.

Essa é minha convicção de fé. Em Cristo,
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Pr. Hilder C Stutz

sábado, 25 de outubro de 2008

Vamos falar sobre você.......


Deus se importa com você. Seus pais podem tê-lo
esquecido, seus professores podem tê-lo negligenciado,
seus filhos podem ter vergonha de você, mas no alcance
de suas orações está aquele que criou os oceanos: Deus!
Deus se importa com você.
Não “deve se importar”, não “se importou um dia”, não “se
importaria”, mas “Deus se importa”! Hoje.
Neste momento. Neste minuto. Não é preciso esperar na fila
ou voltar amanhã. Ele está com você. Não poderia estar
mais próximo do que neste segundo.
A lealdade dele não vai aumentar se você for melhor nem diminuir se
você for pior. Ele se importa com você.
Seu propósito pode ser tomado de você ou o seu valor pode ser diminuído? Não.
Ninguém pode abatê-lo. Deus se importa com você.
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O S M A I S B R I L H A N T E S P E N S A M E N T O S, p. 1 1.

Precisa de uma palavra de encorajamento?




Procurando por uma história engraçada? Curioso sobre
o que está acontecendo na vida das pessoas? No local
de trabalho, todo mundo sabe o que fazer nessas horas:
tomar café na cozinha dos funcionários.
No decorrer do dia, secretárias, pastores,
estagiários, funcionários de manutenção, todos estarão
ali para conversar e relaxar. É quando nos reunimos
não apenas para uma simples xícara de cafeína... mas
estamos sedentos por uma xícara de companheirismo.
Oro para que este pequeno livro conduza você a
alguns momentos de satisfação com o Pai.
Puxe uma cadeira. Desligue-se de tudo que possa
perturbar sua atenção.
Tome um bom gole, sem se preocupar com o
tempo. Beba uma xícara por mim!
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Extraido do livro de Max Lucado:


O S M A I S B R I L H A N T E S P E N S A M E N T O S, p. 10.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado.......


Editado pela Thomas Nelson Brasil, o novo livro de Max Lucado traz pequenos textos inspiradores para o dia-a-dia. As mensagens de alegria, fé, esperança e amor estão divididas em onze catergorias.
Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado. Ttome um cafezinho com o maior autor de livros de inspiração do mundo -Max Lucado. Nº de Páginas: 192
Preço: R$ 29,90

Que tal uma pausa para um café com um dos mais influentes autores de livros de inspiração do mundo? Essa é uma das propostas do livro “Os mais brilhantes pensamentos de Max Lucado – Tome um cafezinho com o maior autor de livros de inspiração do mundo”, lançamento da Thomas Nelson Brasil. Max Lucado morou no Rio de Janeiro e já publicou mais de 70 títulos com a impressionante marca de mais de 50 milhões de livros vendidos mundialmente, também é autor de “Você – a idéia mais fantástica de Deus”, editado pela Thomas Nelson Brasil.

As mensagens de fé, amor, paciência e amor estão divididas em onze categorias temáticas: “você”, “alegria e música”, “o que o amor tem a ver com isso?”, “paciência e tolerância”, “ansiedade e estresse”, “esperança”, “vida”, “dor e lágrimas”, “pessoas”, “o plano eterno de deus” e “fé”. O volume foi pensado para que fosse um gift book. Uma boa oportunidade para dividir os ensinamentos com quem se gosta e, acima de tudo, homenagear aquela pessoa especial. A edição traz, logo no início, um espaço para dedicatória com o “de e para” das etiquetas de presentes.

No capítulo intitulado “Vamos falar sobre você por um minuto”, Lucado traz mensagens inspiradoras para uma reflexão sobre o papel do leitor no mundo: “Numa sociedade que não suporta perda de tempo e na qual a porta da oportunidade se abre apenas uma vez e depois se fecha com violência, saber que somos únicos, que não fomos um acidente, que não fomos produzidos em massa, nem um produto de uma linha de montagem é uma boa notícia, devemos nos alegrar por isso”, defende o autor.

No livro, Lucado revela relatos pessoais: “No ensino médio, eu e meu irmão andávamos em um Rambler 1965. O motor da lata velha tinha menos potência do que o nosso cortador de grama. Fizemos o melhor que podemos pelo carro.
Limpamos os carpetes, borrifamos aromatizante nos bancos, retiramos as calotas e pintamos os aros de preto.
O carro adquiriu uma aparência melhor, mas continuava correndo na mesma velocidade. Continuávamos com uma lata velha, mas uma lata velha limpa. Não pense por um milésimo de segundo que Deus faz isso com você. Lavar o exterior não é suficiente para ele. Ele fortalece nosso íntimo, ou melhor, se coloca no nosso íntimo”, reflete.
Max Lucado já atingiu milhões de pessoas com seu estilo de escrever e contar histórias. Considerado o líder no segmento de livros de inspiração nos EUA, já publicou mais de 70 títulos, e vários já estiveram nas listas de best-sellers do The New York Times, USA Today e Publishers Weekly. Seus livros já venderam mais de 50 milhões de exemplares no mundo.
O pastor texano que já foi missionário no Brasil iniciou sua carreira como escritor em 1985. Além de “Você – A idéia mais fantástica de Deus”, Max Lucado publicou, pela Thomas Nelson Brasil, “Todo Dia é Um Dia Especial”, “Derrubando Golias”, “Dias Melhores Virão” e “3:16 – A Mensagem de Deus para a vida eterna”.
Todo ano, os livros de Lucado estão entre os que mais freqüentam as listas de best-sellers das revistas especializadas. Lucado é o primeiro e único escritor a conquistar o título de “Livro cristão do ano” da Evangelical Christian Publishers Association (ECPA, a associação das editoras evangélicas norte-americanas) por três vezes (em 1995, por “Quando Deus sussurra seu nome”; em 1997, por “Nas garras da graça”; e em 1999, por “Simplesmente como Jesus”).
Seu nome se tornou presença constante nas listas de sucessos de venda dos Estados Unidos. Nos últimos doze anos, há sempre um título de sua autoria na relação de livros em capa dura mais vendidos da Christian Booksellers Association (CBA, a associação de livreiros cristãos dos Estados Unidos). Suas obras também aparecem com regularidade nas listas de best-sellers da Publishers Weekly, na categoria “Religião”.

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Mais Informações à Imprensa:
Escritório de Comunicação Lu Fernandes, com Leonardo Neto (leonardo@lufernandes.com.br)
Ivani Cardoso (ivanicardoso@lufernandes.com.br) pelo telefone 11-3814-4600.

O meu coração é teu Senhor!


- Texto para Reflexão: Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome (Salmo 86.11).

No meu tempo de devoção pela manhã ouvi uma composição extremamente preciosa de Asaph Borba: Meu coração é teu. A letra diz:

“Quanto ao Senhor, seus olhos, passam por toda a terra. Para mostrar-se forte. Para mostrar-se forte. Para com aqueles cujo coração é totalmente dele, é totalmente dele. Meu coração é teu, meu coração é teu, meu Senhor!”.

Para Davi Deus é absolutamente soberano e incomparável. Não há Deus semelhante ao de Davi, não há Deus que realize obras como o de Davi. Por isso, todos se prostrarão diante dele e glorificarão o seu nome.
No versículo 10 Davi diz que Deus é grande e opera maravilhas, só Deus é Deus e acabou. Só Deus que opera a salvação do seu povo, a libertação do seu povo (KIDNER, Vol. 14b, p. 337).
Exatamente por isso, Davi faz uma oração profunda no versículo 11. Ele pede para que o Senhor ensine a ele. Ele diz: Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.
Davi reconhecendo a grandeza e majestade de Deus, reconhecendo o quanto Deus é bom e pronto a perdoar, ele quer que Deus seja o seu guia, o seu instrutor sempre.
Davi faz algumas afirmações que são próprias dele:

1. Ensina-me, Senhor, o teu caminho:

A aflição de Davi como poeta dos Salmos era a realidade das falsas testemunhas que se levantavam contra ele. Elas respiravam falsidade e crueldade. Elas desejam a condenação de Davi como servo de Deus. Exatamente dentro deste contexto Davi pede a orientação divina. Ele pede para Deus mostrar como pensar, o que dizer e como fazer para escapar dos planos e dos atos de homens cruéis que queriam ver a sua ruína. Davi sabe que Deus é grande e opera em seu favor. Davi sabe que Deus é misericordioso e amoroso. Então ele ora dizendo: Ensina-me, Senhor, o teu caminho.


2. Dispõe o meu coração para temer o teu nome.

Esta expressão dispõe o meu coração é idiomática no hebraico e literalmente significa: dar singeleza mental. Em outras palavras, Davi está pedindo para que Deus coloque um coração sem divisão na presença dele. Ele pede um coração sintonizado com o divino. Ele pede para que o seu coração seja inteiramente de Deus para ele temê-lo todos os dias.
Quando o nosso coração está dividido não há espaço para o temor a Deus e passamos de longe no caminho dele. Quando o nosso coração está dividido não há espaço para a singeleza na presença de Deus. Ocupamos o coração com a vida da terra e não pensamos na vida eterna, na vida da comunhão, na vida do Reino de Deus.
Acredito que um dos maiores problemas da geração cristã hoje é a divisão no coração. Por isso, temos tanto desânimo, tanta tristeza na igreja evangélica brasileira. Tanta discórdia e abandono da fé cristã. Porque o coração está dividido entre Deus e o que o mundo nos oferece.
Davi não tem este problema tanto que a sua oração é: Dispõe o meu coração para temer o teu nome.
Que Deus na sua graça mova o nosso coração para ser totalmente dele!

Pr. Alcindo Almeida

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O Deus da graça olha para pecadores sempre

- Texto para reflexão: Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas; de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança. E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos (Salmo 78.70-72).

A nossa grande alegria e vitória é saber que Deus será sempre compassivo e nos perdoará a iniqüidade e não nos destruirá nunca. E como diz o versículo 38 deste Salmo antes, muitas vezes, desvia de nós a sua cólera e não acende todo o seu furor. Porque ele se lembra de que somos carne, um vento que passa e não volta.
A verdade é que se Deus nos tratasse como muitas vezes o tratamos, podemos ter a certeza de que a terra teria poucas pessoas habitando nela. Teríamos sido consumidos há muito tempo. Porque somos iguais a esse povo rebelde e indiferente para com Deus.
O Salmo termina com uma afirmação extraordinária: Também escolheu a Davi, seu servo e o tirou dos apriscos das ovelhas; de após as ovelhas e suas crias o trouxe para apascentar a Jacó seu povo e a Israel sua herança. E ele os apascentou segundo a integridade do seu coração e os guiou com a perícia de suas mãos.
Graças a Deus porque não permanece com a sua ira sempre e, por isso, ele levantou Davi para cuidar do seu povo e apascentar esse povo por graça mesmo sendo rebelde e insensível. E ao longo dos Séculos ele tem levantado homens e mulheres para cuidarem do seu povo para que se volte para a sua graça e temor.
Mas, quem foi Davi?
É aquele mesmo que pecou e matou o seu fiel soldado Urias. Vejam como de fato, Deus é sempre compassivo e nos perdoa as iniqüidades que cometemos contra ele. Porque Davi erra feio diante de Deus e este texto evidencia para nós que a lógica de Deus é completamente diferente da nossa.
Vejam comigo o que este Deus infinitamente bondoso faz com o pecador Davi:

· Ele escolheu a Davi;
· Ele o chama de seu servo;
· Ele o tira dos apriscos das ovelhas;
· Ele o faz apascentar a Jacó seu povo e a Israel sua herança;
· Ele lhe dá integridade de coração;
· Ele faz Davi guiar a Israel com a perícia de suas mãos.

Vejam que Deus usa pecadores como Davi para apascentar o seu povo. E Deus continua olhando para pecadores como eu e vocês.
Ele nos escolhe para sermos o povo de Deus. Deus nos chama de amigos na presença dele e nos tira de alguns lugares escondidos e nos leva para o cumprimento do seu propósito. Ele nos leva para lugares que nunca imaginaríamos na vida.
Não pensemos que esta integridade que vem para nós, a fim de lidarmos com as demandas da vida, vem de nós mesmos, não! Ela vem de cima do Pai das luzes!
Precisamos pedir para que ele não nos deixe e não se esquecer dele nunca e que ele com sua graça cuide do nosso coração todos os dias mesmo nós sendo pecadores!

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Alcindo Almeida

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Entremos no santuário de Deus...


- Texto para reflexão: Todavia estou sempre contigo; tu me seguras à mão direita. Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória. A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre. Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras (Salmo 73.23-28).

Uma pergunta que surge no coração é: Quem nunca reclamou com Deus quanto à prosperidade do ímpio e da sua forma de tratar Deus?
Quem nunca se indignou tanto com o mal e a injustiça no mundo que simplesmente quis gritar para Deus: Por quê?
O salmista Asafe reconhece que Deus é bom para com Israel e para com os limpos de coração. Mas, ele afirma que os seus pés quase resvalaram. Ele diz que pouco faltou para que os seus passos escorregassem. Porque ele foi sincero em dizer que tinha inveja dos soberbos quando olhou a prosperidade dos ímpios.
A sua segurança e confiança estavam quase destruídas (KAISER, 2001, p.45). A sua fé estava prestes a deslizar da beirada de uma encosta escorregadia que o conduzia friamente para uma descrença do que Deus realizava.
Ele chega a dizer: Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem. Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
Estes são os sentimentos do salmista enquanto ele está olhando na perspectiva humana. E por isso, ele chega a dizer que na verdade em vão estava purificando o seu coração e lavando as suas mãos na inocência. Porque ele era afligido e castigado cada manhã. Ele chega a dizer que pensava em agir da mesma maneira que os ímpios.
Quando ele se esforçou para compreender tudo isto, entendeu que era tarefa difícil demais. Assim acontece algo maravilhoso com este homem. Ele entra no santuário de Deus então percebe o fim real dos ímpios.
E é exatamente o que precisa acontecer conosco hoje. Porque vemos a mesma história se repetindo com homens que na nossa nação que brincam com Deus, zombam dele e se esquecem dele.
Homens que fazem atrapalhadas e cometem desonestidades terríveis contra pessoas sinceras. Homens que roubam e matam como se ninguém estivesse vendo.
Diante de tudo isso, precisamos entrar no santuário de Deus e perceber que ele ainda está no comando de tudo. Quando entramos no santuário de Deus temos a noção verdadeira do fim dos ímpios que não cultivam o temor e a reverência diante de Deus.
Quando entramos no santuário de Deus percebemos que certamente Deus coloca os ímpios em lugares escorregadios. Ele os lança para a ruína. Deus provoca como o soberano Deus a desolação deles num só momento! Asafe começa a entender que Deus anulará suas fantasias.
Agostinho afirma que quando o salmista entra no santuário de Deus ele entende que Deus pesará tudo na sua balança celestial. E que ele há um fim preparado para o ímpio. O mesmo se tornará uma palha que é levada pelo vento e nunca mais existirá conforme nos ensina o Salmo 1.6 (SANTO, Agostinho, 1997, p. 575).
O salmista reconhece que no meio da sua amargurava ele sentia picadas no coração. Ele estava embrutecido e não sabia de nada. Ele chega a dizer que era como animal diante de Deus. Porque ele não tinha entendimento dos propósitos de Deus na direção do mundo. Mas, ele compreende que está com Deus e que ele o segura à mão direita.
Ele entende de maneira profunda quando entra no santuário de Deus que ele o guia com o seu conselho e o receberá na glória. Então vem a pergunta de alguém que começa a entender Deus: A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti.
Ele afirma de maneira profunda: A minha carne e o meu coração desfalecem, do meu coração, porém, Deus é a fortaleza e a minha herança para sempre. Pois, os que estão longe de ti perecerão, tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti.
E termina o Salmo dizendo que para ele bom é se aproximar de Deus. Ele diz que tem colocado sua confiança diante do Senhor e afirma que anunciará todas as suas obras.
Tudo isso acontece porque ele entrou no santuário de Deus. Ele entrou em perfeita comunhão com Deus. Quando ele penetrou no trono aprendeu que Deus não está surdo, não está alheio a tudo o que ímpio tem feito de mal.
Ele está vendo tudo e tem um fim preparado para o homem mal. Como tem um fim especial para aquele que lhe teme: que é ter comunhão eterna com ele.
Encerro citando uma canção Marca da Promessa Ministério Trazendo a Arca muito preciosa:

Se tentam destruir-me
Zombando da minha fé e até
Tramam contra mim.
Querem entulhar meus poços,
Querem frustrar meus sonhos e me fazer desistir.
Mas quem vai apagar o selo que há em mim
A marca da promessa que ele me fez.
E quem vai me impedir
Se decidido estou,
Pois quem me prometeu
É fiel pra cumprir.
O meu Deus nunca falhará
Eu sei que chegará minha vez.
Minha sorte Ele mudará
Diante dos meus olhos.
Prepara-me uma mesa,
Na presença dos meus inimigos,
Unge minha cabeça
E o meu cálice faz transbordar.
Entremos no santuário de Deus!

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Alcindo Almeida







segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Deus se volta para nós no meio das angústias


- Texto para reflexão: Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão. Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado. Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários (Salmo 69.16-19).

A experiência de Davi é de estar num terrível lamaçal que está para consumi-lo por completo. Então ele clama mais uma vez pelo Senhor. Ele apela para que o Senhor o ouça porque grande é a sua benignidade. Ele faz alguns pedidos importantes para Deus:

· Volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão:
Davi pede para Deus se voltar para ele segundo a grande compaixão que tem para com seu servo. Compaixão é o único recurso de segurança que Davi se apropria. Ele sabe que Deus é rico e é grande em misericórdia, por isso, apela de maneira profunda por ela. Ele está muito aflito e precisa urgentemente de uma ação de Deus na sua vida.
Como nós hoje precisamos orar assim e pedir para que Deus se volte para nós mediante a sua muita misericórdia.

A Bíblia diz no livro de II Cron. 6.42: Senhor Deus, não faças virar o rosto do teu ungido; lembra-te das tuas misericórdias para com teu servo Davi!

Em Neemias 1. 5 diz: Ó Senhor, Deus do céu, Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos.

No Salmo 4.1 Davi afirma: Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia tu me deste largueza. Tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.

· Não escondas o teu rosto do teu servo:
Davi pede para que Deus olhe para ele. Ele pede para que Deus não esconda a sua face dele. Davi não consegue se olhar sem a graça de Deus perto dele. Ele não é capaz de viver sem a amizade de Deus na sua caminhada.

O Deus sagrado na sua vida é a característica mais marcante do seu coração. A presença de Deus ao seu lado é o registro para continuar as lutas e crises da sua vida.
Sem a presença santa de Deus conosco não podemos fazer nada. Não resistimos nada, não temos coragem para nada. A face de Deus nos anima para as lutas da vida sempre.

· Ouve-me depressa, pois, estou angustiado:
Davi pede que Deus ouça a sua oração, pois a angústia o aflige demais. Só na oração podemos ter o conforto diante das nossas aflições.

Davi diz no Salmo 31.9: Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado e consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.

· Aproxima-te da minha alma e redime-a:
Em outras palavras Davi está dizendo assim: Senhor chega bem perto de minha alma e a redime. Como precisamos fazer essa oração na vida, pois, só Deus pode nos redimir e alimentar a nossa alma diante de tantas crises e problemas da vida.
O Salmo 103.4 afirma: Quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia.
Em Isaías 63.9 é dito: Em toda a angústia deles foi ele angustiado e o anjo da sua presença os salvou; no seu amor, e na sua compaixão ele os remiu; e os tomou, e os carregou todos os dias da antigüidade.

· Resgata-me por causa dos meus inimigos:
Claro que esse resgate só pode vir da mão de Deus. Davi está diante da fúria dos seus inimigos e, por isso, pede para que Deus o resgate, para que Deus o livre das perseguições dos seus opositores.

Não podemos agir sozinhos diante das perseguições. É Deus quem nos livra e nos resgata as ações dos inimigos do Reino. É o soberano juiz do mundo que nos livra das ciladas e artimanhas dos inimigos.

A Bíblia diz em Ex. 14.13: Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; porque aos egípcios que hoje vistes, nunca mais tornareis a ver.
O livro de II Samuel 22. 51 afirma:
Ele dá grande livramento a seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e a sua descendência para sempre.
No livro II Crônicas 20.17 está dito:
Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados e vede o livramento que o Senhor vos concederá, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã lhes saí ao encontro, porque o Senhor está convosco.
O Salmo 69 termina assim:
Porque o Senhor ouve os necessitados e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros. Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move. Porque Deus salvará a Sião e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão. E herdá-la-á a descendência de seus servos e os que amam o seu nome habitarão nela.
Louvado seja o majestoso Senhor da nossa vida!


Alcindo Almeida.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Precisamos ter a direção do Pai sempre na vida


- Texto para reflexão: Disse, pois, Jônatas ao seu escudeiro: Vem, passemos à guarnição destes incircuncisos; porventura operará o Senhor por nós, porque para o Senhor nenhum impedimento há de livrar com muitos ou com poucos. Ao que o seu escudeiro lhe respondeu: Faze tudo o que te aprouver; segue, eis-me aqui, a tua disposição será a minha. Disse Jônatas: Eis que passaremos àqueles homens, e nos descobriremos a eles. Se nos disserem: Parai até que cheguemos a vós; então ficaremos no nosso lugar, e não subiremos a eles. Se, porém, disserem: Subi a nós; então subiremos, pois o Senhor os entregou em nossas mãos; isso nos será por sinal (I Samuel 14.6-10).

Jônatas era o filho mais velho de Saul. Depois que seu pai subiu ao trono de Judá, ele comandou uma coluna de 1.000 homens. Jônatas mostra claramente neste texto que não seguiu o exemplo de falta de temor que havia na vida espiritual de seu pai.
Ele evidencia que é alguém cujo coração tem a direção do Pai. Cujo coração está inclinado para fazer a vontade de Deus Pai.
Olhem para as atitudes deste jovem:

· Ele afirma que o Senhor operaria por eles;
· Ele mostra a confiança no Senhor para livrar com muitos ou com poucos.
· O seu relacionamento com Deus empolga o seu escudeiro, tanto que o mesmo diz: Faze tudo o que te aprouver; segue, eis-me aqui, a tua disposição será a minha.
· Ele tem a consciência plena de que o Senhor faria tudo por ele e por seus homens.

A vida deste moço é preciosa, pois, ele evidencia a direção do Senhor no seu coração. Ele convoca os seus homens e mostra quais são os passos a serem tomados. Mas, em nenhum momento ele vacila em declarar que o seu coração tem uma direção e a mesma é dado pelo Pai. Ele diz: O Senhor operará por nós.
Para Jônatas o mais importante não era a batalha em si, contra os filisteus, mas o urgente, o mais importante era a direção de Deus Pai no seu coração. Tanto que a palavra dele era: O senhor nos ajudará nisto.
Não deixe de ter a mesma urgência no seu coração, a de ter a direção do Pai sempre. Não vacile na caminhada, tenha Deus no centro da vida. Esteja ligado na vontade e direção de Deus para a sua vida. Não ande por você mesmo, porque o resultado pode ser complicado.
Vejam o que aconteceu na vida deste moço, ele em nome do Senhor, venceu a guarnição dos filisteus que estava em Gibeá. O texto diz no versículo 14 em diante: Esta primeira derrota, em que Jônatas e o seu escudeiro mataram uns vinte homens, deu-se dentro de meia jeira de terra. Pelo que houve tremor no arraial, no campo e em todo o povo; também a própria guarnição e os saqueadores tremeram; e até a terra estremeceu; de modo que houve grande pânico. Olharam, pois, as sentinelas de Saul e Gibeá de Benjamim, e eis que a multidão se derretia, fugindo para cá e para lá.
O texto continua e diz no versículo 23: Assim o Senhor livrou a Israel naquele dia, e a batalha passou além de Bete-Aven.
Olhem o sucesso maravilhoso deste empreendimento de ousadia, de alguém que tinha o coração na presença do Pai. Os filisteus, em vez de fazer Jônatas cair, eles inexplicavelmente, é que caíram. Eles eram muitos, mas a mão de Deus que deu esta vitória e Jônatas com o seu escudeiro derrubaram 20 homens.
Porque o coração de Jônatas estava na presença e direção do Pai.

Alcindo Almeida

OPORTUNIDADE – NÃO A DEIXE ESCAPAR!


- Texto para Reflexão: Aproveitem ao máximo todas as oportunidades (Carta de Paulo aos Colossenses 4.5).

Para vivermos cada dia em nossa sociedade é preciso estar disposto a estabelecer relacionamentos, viver em conexão com outras pessoas. Por mais difícil e desafiador que seja, é preciso estar disposto a isto.
E para que isso aconteça com a qualidade, intensidade e densidade (conteúdo) necessários, precisamos demonstrar iniciativa. Quando desenvolvemos um estilo de vida voltado apenas para nós mesmos, alienando-nos do meio e do ambiente em que vivemos, corremos o risco de gerar deformações nos comportamentos relacionais, cujas manifestações poderão ser fobias, timidez, inibições e até mesmo complexos.
Devemos ser pessoas que buscam, desenvolvem e alimentam-se de iniciativa. Como escreveu John C. Maxwell: “Iniciativa – não saia de casa sem ela”. Isso porque a iniciativa será sempre um fator gerador de oportunidades e que nos desafiarão a tomada de decisões e ações. Em outra palavra: escolha!
“Você faz suas escolhas. Suas escolhas fazem você” William Shakespeare.
“Há obrigatoriamente uma escolha em tudo o que se faz. Por isso, tenha em mente que, no final, a escolha que você faz é o que faz você” John Wooden.
Algumas escolhas serão mais fáceis, outras mais complexas e difíceis. Não importa; viva-as como “oportunidades”.
“Nós somos continuamente afligidos por brilhantes oportunidades disfarçadas de problemas insolúveis” Lee Yacocca.
Quando o apóstolo Paulo escreveu suas cartas a seus irmãos que moravam em Colossos e Corinto, ele os exortou a estarem sempre atentos no viver diário, a fim de que “aproveitassem ao máximo todas as oportunidades”.
Para que isso se torne verdade e realidade em sua vida, gostaria de sugerir algumas observações:

I – SAIBA O QUE VOCE QUER.
O que o motiva na vida? O que efetivamente faz parte dos seus sonhos?
Procure identificar isso e mantenha-se focado em seu objetivo.
Busque com persistência e determinação os seus objetivos. Nada pode tirar o lugar da persistência. Talento não é tudo. O mundo está repleto de pessoas talentosas, porém não bem sucedidas. Genialidade também não irá substituir a persistência. Gênios sem recompensa é quase que um provérbio.
Nem mesmo a instrução poderá substituir a persistência. O mundo está cheio de gente instruída, mas sem uma proposta que vale a pena seguir.
Persistência e determinação é que fazem a radical diferença.
Kemmons Wilson sempre teve iniciativa. Começou a trabalhar com sete anos e nunca mais parou. Começou vendendo jornais, revistas e pipoca na cidade. Aos 17 anos teve seu primeiro trabalho assalariado. Conseguiu economizar até comprar um terreno e construir uma casa para sua mãe. Diante de um momento pós-guerra em seu país, viu a oportunidade que o ramo da construção civil oferecia e começou a trabalhar nisso. Tornou-se próspero. Certa vez, em passeio de férias com a família defrontou-se com a situação dos hotéis nos Estados Unidos (alguns familiares e outros nem tanto). “Alguns lugares eram sórdidos demais para serem descritos. E todos ainda cobravam pelas crianças. Isso fazia meu sangue escocês ferver”, dizia ele. A maioria das pessoas teria reclamado e esquecido. Ele disse à sua esposa: “vamos para casa e iniciar um projeto de uma rede de hotéis familiares, em cujo nome se possa confiar”. Inaugurou seu primeiro hotel “Holiday Inn”. Em oito anos eram 100. Em 14 anos eram 500. Em 20 anos mais de 1000.
Fique atento! As oportunidades surgirão. Busque-as com determinação! Elas acontecerão.

II– NÃO ESPERE QUE OS OUTROS O MOTIVEM.
Esteja disposto a lutas, sacrifícios, obstáculos. O mundo está cheio de matadores de sonhos.
Você pode ver-se diante de situações onde muitos ao seu redor se tornarão obstáculos, se você o permitir. Não desista!
Se você não tem iniciativa, reconheça isso e tente identificar os motivos que o impedem ou o fazem relutantes para agir.
Certamente a vida vai exigir de você um esforço que vá além do limite confortável, quando se está em busca de um sonho.
Minha oração é que: “O tamanho do seu Deus venha determinar o tamanho dos seus sonhos”. William Carey

III – ESTEJA DISPOSTO A CORRER RISCOS.
Quando você está diante de uma oportunidade, saiba: ela também representa um risco. Aliás, viver a vida é correr riscos.
Não se iluda: não há desafios ou sonhos que não ofereçam riscos. Muitos vivem suas vidas tentando eliminar riscos. Não convidam uma garota para o cinema enquanto não tiver certeza de que ela diria “sim”. Não vai a uma entrevista de emprego, a não ser que tenha grandes chances de ser contratado. Outros até se contentam com uma carreira profissional sem expressão. Sonham, mas não agem. E, às vezes, tudo isso é agravado por um histórico de perdas ou erros.
É preciso compreender que ter iniciativa, aproveitar oportunidades, sonhar, incluirá o risco de cometer erros. Não desanime, prossiga!
“Já ancorado na Antártica, ouvi ruídos que pareciam de fritura. Pensei: Será que até aqui existem chineses fritando pastéis? Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contato com a água salgada. O efeito visual era belíssimo. Pensei em fotografar, mas falei para mim mesmo: Calma, você terá muito tempo para isso... Nos 367 dias que se seguiram, o fenômeno não mais se repetiu. As oportunidades são únicas”. (Almir Klink, o navegador solitário).

Concluindo,
A própria vida é uma oportunidade. De conhecer-se melhor; conhecer aqueles que o amaram e que você ama; e acima de tudo, conhecer aquele que o criou cheio de potencialidades em Suas mãos – Deus.
Ele o ajudará a compreender o verdadeiro propósito para sua vida. Encherá seu coração de sonhos maiores dos que você poderia sonhar. Tornará os riscos do viver uma aventura de fé inesquecível a cada dia.
Essa é a melhor e a maior oportunidade – CREIA NELE!
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Esse é o meu desejo para você. Em Cristo,
Rev. Hilder C Stutz

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Trecho do Livro: Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago


Livro: Ensaio Sobre a Cegueira.

O disco amarelo iluminou-se. Dois dos automóveis da frente aceleraram antes que o sinal vermelho aparecesse. Na passadeira de peões surgiu o desenho do homem verde. A gente que esperava começou a atravessar a rua pisando as faixas brancas pintadas na capa negra do asfalto, não há nada que menos se pareça com uma zebra, porém assim lhe chamam. Os automobilistas, impacientes, com o pé no pedal da embraiagem, mantinham em tensão os carros, avançando, recuando, como cavalos nervosos que sentissem vir no ar a chibata.
Os peões já acabaram de passar, mas o sinal de caminho livre para os carros vai tardar ainda alguns segundos, há quem sustente que esta demora, aparentemente tão insignificante, se a multiplicarmos pelos milhares de semáforos existentes na cidade e pelas mudanças sucessivas das três cores de cada um, é uma das causas mais consideráveis dos engorgitamentos da circulação automóvel, ou engarrafamentos, se quisermos usar o termo corrente.
O sinal verde acendeu-se enfim, bruscamente os carros arrancaram, mas logo se notou que não tinham arrancado todos por igual. O primeiro da fila do meio está parado, deve haver ali um problema mecânico qualquer, o acelerador solto, a alavanca da caixa de velocidades que se encravou, ou uma avaria do sistema hidráulico, blocagem dos travões, falha do circuito eléctrico, se é que não se lhe acabou simplesmente a gasolina, não seria a primeira vez que se dava o caso.
O novo ajuntamento de peões que está a formar-se nos passeios vê o condutor do automóvel imobilizado a esbracejar por trás do pára-brisas, enquanto os carros atrás dele buzinam frenéticos. Alguns condutores já saltaram para a rua, dispostos a empurrar o automóvel empanado para onde não fique a estorvar o trânsito, batem furiosamente nos vidros fechados, o homem que está lá dentro vira a cabeça para eles, a um lado, a outro, vê-se que grita qualquer coisa, pelos movimentos da boca percebe-se que repete uma palavra, uma não, duas, assim é realmente, consoante se vai ficar a saber quando alguém, enfim, conseguir abrir uma porta, Estou cego.
Ninguém o diria. Apreciados como neste momento é possível, apenas de relance, os olhos do homem parecem sãos, a íris apresenta-se nítida, luminosa, a esclerótica branca, compacta como porcelana. As pálpebras arregaladas, a pele crispada da cara, as sobrancelhas de repente revoltas, tudo isso, qualquer o pode verificar, é que se descompôs pela angústia. Num movimento rápido, o que estava à vista desapareceu atrás dos punhos fechados do homem, como se ele ainda quisesse reter no interior do cérebro a última imagem recolhida, uma luz vermelha, redonda, num semáforo.
Estou cego, estou cego, repetia com desespero enquanto o ajudavam a sair do carro, e as lágrimas, rompendo, tomaram mais brilhantes os olhos que ele dizia estarem mortos. Isso passa, vai ver que isso passa, às vezes são nervos, disse uma mulher. O semáforo já tinha mudado de cor, alguns transeuntes curiosos aproximavam-se do grupo, e os condutores lá de trás, que não sabiam o que estava a acontecer, protestavam contra o que julgavam ser um acidente de trânsito vulgar, farol partido, guarda-lamas amolgado, nada que justificasse a confusão, Chamem a polícia, gritavam, tirem daí essa lata.
O cego implorava, Por favor, alguém que me leve a casa. A mulher que falara de nervos foi de opinião que se devia chamar uma ambulância, transportar o pobrezinho ao hospital, mas o cego disse que isso não, não queria tanto, só pedia que o encaminhassem até à porta do prédio onde morava, Fica aqui muito perto, seria um grande favor que me faziam. E o carro, perguntou uma voz. Outra voz respondeu, A chave está no sítio, põe-se em cima do passeio. Não é preciso, interveio uma terceira voz, eu tomo conta do carro e acompanho este senhor a casa. Ouviram-se murmúrios de aprovação. O cego sentiu que o tomavam pelo braço, Venha, venha comigo, dizia-lhe a mesma voz. Ajudaram-no a sentar-se no lugar ao lado do condutor, puseram-lhe o cinto de segurança,
Não vejo, não vejo, murmurava entre o choro, Diga-me onde mora, pediu o outro. Pelas janelas do carro espreitavam caras vorazes, gulosas da novidade. O cego ergueu as mãos diante dos olhos, moveu-as, Nada, é como se estivesse no meio de um nevoeiro, é como se tivesse caído num mar de leite, Mas a cegueira não é assim, disse o outro, a cegueira dizem que é negra, Pois eu vejo tudo branco, Se calhar a mulherzinha tinha razão, pode ser coisa de nervos, os nervos são o diabo, Eu bem sei o que é, uma desgraça, sim, uma desgraça, Diga-me onde mora, por favor, ao mesmo tempo ouviu-se o arranque do motor. Balbuciando, como se a falta de visão lhe tivesse enfraquecido a memória, o cego deu uma direcção, depois disse, Não sei como lhe hei-de agradecer, e o outro respondeu,
Ora, não tem importância, hoje por si, amanhã por mim, não sabemos para o que estamos guardados, Tem razão, quem me diria, quando saí de casa esta manhã, que estava para me acontecer uma fatalidade como esta. Estranhou que continuassem parados, Por que é que não andamos, perguntou, O sinal está no vermelho, respondeu o outro, Ah, fez o cego, e pôs-se a chorar outra vez.
A partir de agora deixara de poder saber quando o sinal estava vermelho.Tal como o cego havia dito, a casa ficava perto. Mas os passeios estavam todos ocupados por automóveis, não encontraram espaço para arrumar o carro, por isso foram obrigados a ir procurar sítio numa das ruas transversais. Ali, como por causa da estreiteza do passeio a porta do assento ao lado do condutor ia ficar a pouco mais de um palmo da parede, o cego, para não passar pela angústia de arrastar-se de um assento ao outro, com a alavanca da caixa de velocidades e o volante a atrapalhá-lo, teve de sair primeiro.
Desamparado, no meio da rua, sentindo que o chão lhe fugia debaixo dos pés, tentou conter a aflição que lhe subia pela garganta. Agitava as mãos à frente da cara, nervosamente, como se nadasse naquilo a que chamara um mar de leite, mas a boca já se lhe abria para lançar um grito de socorro, foi no último momento que a mão do outro lhe tocou de leve no braço, Acalme-se, eu levo-o.
Foram andando muito devagar, com o medo de cair o cego arrastava os pés, mas isso fazia-o tropeçar nas irregularidades da calçada, Tenha paciência, já estamos quase a chegar, murmurava o outro, e um pouco mais adiante perguntou, Está alguém em sua casa que possa tomar conta de si, e o cego respondeu, Não sei, a minha mulher ainda não deve ter vindo do trabalho, eu hoje é que calhei sair mais cedo, e logo me sucede isto, Verá que não vai ser nada, nunca ouvi dizer que alguém tivesse ficado cego assim de repente, Que eu até me gabava de não usar óculos, nunca precisei, Então, já vê.
Tinham chegado à porta do prédio, duas mulheres da vizinhança olharam curiosas a cena, vai ali aquele vizinho levado pelo braço, mas nenhuma delas teve a ideia de perguntar, Entrou-lhe alguma coisa para os olhos, não lhes ocorreu, e tão-pouco ele lhes poderia responder, Sim, entrou-me um mar de leite. Já dentro do prédio, o cego disse, Muito obrigado, desculpe o transtorno que lhe causei, agora eu cá me arranjo, Ora essa, eu subo consigo, não ficaria descansado se o deixasse aqui. Entraram dificilmente no elevador apertado, Em que andar mora, No terceiro, não imagina quanto lhe estou agradecido, Não me agradeça, hoje por si, Sim, tem razão, amanhã por si.
O elevador parou, saíram para o patamar, Quer que o ajude a abrir a porta, Obrigado, isso eu acho que posso fazer. Tirou do bolso um pequeno molho de chaves, tacteou-as, uma por uma, ao longo do denteado, disse, Esta deve de ser, e, apalpando a fechadura com as pontas dos dedos da mão esquerda, tentou abrir a porta, Não é esta, Deixe-me cá ver, eu ajudo-o. A porta abriu-se à terceira tentativa. Então o cego perguntou para dentro, Estás aí. Ninguém respondeu, e ele, Era o que eu dizia, ainda não veio. Levando as mãos adiante, às apalpadelas, passou para o corredor, depois voltou-se cautelosamente, orientando a cara na direcção em que calculava encontrar-se o outro, Como poderei agradecer-lhe, disse, Não fiz mais que o meu dever, justificou o bom samaritano, não me agradeça, e acrescentou, Quer que o ajude a instalar-se, que lhe faça companhia enquanto a sua mulher não chega.
O zelo pareceu de repente suspeito ao cego, evidentemente não iria deixar entrar em casa uma pessoa desconhecida que, no fim de contas, bem poderia estar a tramar, naquele preciso momento, como haveria de reduzir, atar e amordaçar o infeliz cego sem defesa, para depois deitar a mão ao que encontrasse de valor. Não é preciso, não se incomode, disse, eu fico bem, e repetiu enquanto ia fechando a porta lentamente, Não é preciso, não é preciso.Suspirou de alívio ao ouvir o ruído do elevador descendo. Num gesto maquinal, sem se lembrar do estado em que se encontrava, afastou a tampa do ralo da porta e espreitou para fora. Era como se houvesse um muro branco do outro lado. Sentia o contacto do aro metálico na arcada supraciliar, roçava com as pestanas a minúscula lente, mas não os podia ver, a insondável brancura cobria tudo.
Sabia que estava na sua casa, reconhecia-a pelo odor, pela atmosfera, pelo silêncio, distinguia os móveis e os objectos só de tocar-lhes, passar-lhes os dedos por cima, ao de leve, mas era também como se tudo isto estivesse já a diluir-se numa espécie de estranha dimensão, sem direcções nem referências, sem norte nem sul, sem baixo nem alto.
Como toda a gente provavelmente o fez, jogara algumas vezes consigo mesmo, na adolescência, ao jogo do E se eu fosse cego, e chegara à conclusão, ao cabo de cinco minutos com os olhos fechados, de que a cegueira, sem dúvida alguma uma terrível desgraça, poderia, ainda assim, ser relativamente suportável se a vítima de tal infelicidade tivesse conservado uma lembrança suficiente, não só das cores, mas também das formas e dos planos, das superfícies e dos contornos, supondo, claro está, que a dita cegueira não fosse de nascença.
Chegara mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que o que chamamos cegueira era algo que se limitava a cobrir a aparência dos seres e das coisas, deixando-os intactos por trás do seu véu negro.
Agora, pelo contrário, ei-lo que se encontrava mergulhado numa brancura tão luminosa, tão total, que devorava, mais do que absorvia, não só as cores, mas as próprias coisas e seres, tomando-os, por essa maneira, duplamente invisíveis.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Quem pratica a Palavra cuida dos necessitados e vive de maneira pura, santa e reta diante de Deus


- Texto para reflexão: A religião pura e imaculada, para com o nosso Deus e Pai, é esta, visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo (Tiago 1.27).

Tiago evidencia que a religião pura, imaculada, ou seja, a que agrada a Deus, aquela que é uma oferta perfeita, aceitável diante de Deus Pai. É a que tem como prática verdadeira, o cuidado com os pequenos, com os carentes, aqueles que foram abandonados pelas suas famílias. E o cuidado também com as viúvas que na época eram muito desprezadas e que passavam por muitas tribulações (hoje não é nenhum pouco diferente).
E por fim a religião verdadeira que agrada a Deus, é o fugir da impureza, da podridão do mundo.
Ser cristão não é coisa fácil, ser cristão é cuidar dos que não têm pais. É ser pai de que não tem pai, é atender os pequenos nas suas necessidades. É ir atrás das viúvas e lhes dar uma palavra de paz e de conforto.
Ser cristão que agrada a Deus de fato, é jamais se curvar para a impureza deste Século. É o garoto dizer não para a liberdade sexual. E a garota dizer não para o ensino de que não pode ser virgem. É continuarmos a usar as nossas forças para investir na ação social como igreja.
Na nossa comunidade temos uma Associação Beneficente chamada Betsaida. Nós buscamos recursos que sejam destinados para crianças que são abandonadas pelos seus pais. Assim, o nosso alvo e desejo é que elas encontrem pais espirituais em nosso meio. O nosso alvo e desejo é que viúvas e viúvos tenham espaço e dignidade na vida. Porque sabemos que ser cristão com religião pura, imaculada que agrada a Deus, é cuidar dos necessitados também.
Ser cristão com religião pura, imaculada que agrada a Deus, é dizer não para a corrupção. Isto no nosso serviço, quando não roubamos, na escola quando não colamos, no bairro quando damos testemunho verdadeiro e honesto. Testemunho que reflete o caráter e a vida de Cristo Jesus.
Lembro-me a vida e experiência de uma moça chamada Catherine Rohr. A moça que saiu de Wall Street para a Prisão. Catherine Rohr já estava a ganhar quase 200.000 dólares por ano em Wall Street quando tinha 25 anos de idade. Ela e o seu marido Steve Viviam num apartamento de luxo e tinham uma boa quantidade de dinheiro nas suas economias. Mas ela acabaria por se demitir do seu emprego, esvaziar-se de todo o seu dinheiro e se mudar para o Texas, fazendo-se rodear de líderes de gangs, ex-assassinos, e negociantes de droga. O que mudou Rohr foi a chocante experiência que teve ao visitar uma prisão no Texas.
Ela disse: “Quando cheguei à prisão, eu vi seres humanos. Eu fiquei tão inspirada com o seu potencial”.
Depois de ver o que lá se passava, Rohr começou a viajar para trás e para diante entre Nova Iorque e o Texas para dar aulas de negócios na prisão, mas percebeu que não era o suficiente. Ela sentiu que tinha de fazer mais, tinha de construir uma solução que os deixasse sem desculpa para falhar depois de saírem da prisão.
De acordo com as estatísticas, 1 em cada 15 Americanos vão para a prisão pelo menos uma vez na sua vida, e mais de 50 % dos prisioneiros libertados regressam à prisão no espaço de três anos. Rohr admitiu que, primeiro, pensou que talvez o problema fosse dos próprios criminosos.
Ela disse:

“Depois comecei a perceber que talvez a sociedade tivesse de contribuir para este problema. Estes homens são libertados das suas prisões com 100 dólares e tudo o que conhecem são os seus velhos colegas de gang. E eles tentam arranjar um emprego e logo no início da ficha de candidatura está uma questão para verificação de crimes graves”.

Rohr argumentou que a atitude da sociedade em relação a eles contribui para o problema. E ela compreendeu que dar aulas mensalmente iria apenas aumentar a esperança dos prisioneiros mas não podia providenciar uma ajuda prática depois de eles serem libertados da prisão.
Isso levou Rohr a estabelecer o Prisoner Entrepreneurship Program (PEP), um programa sem igual que transforma criminosos graves em legítimos homens de negócios. E até agora, os resultados do seu programa têm sido espantosos. Os graduados do PEP têm uma taxa de empregabilidade de 98% e uma taxa de regresso à prisão inferior a 5%. Pessoas que foram condenadas por crimes mortais estão agora no mundo dos negócios, servindo a sociedade. Mas uma das estatísticas das quais mais orgulha Rohr é que estes rapazes têm agarrado bem a oportunidade, Ela diz que agora, 70 % dos graduados são doadores do PEP.
Rohr disse algo que nos faz refletir sobre a prática da verdadeira religião que agrada a Deus:

“Uma das lições mais valiosas que aprendi é que Deus não precisa realmente de mim. Ele apenas necessita que eu siga as instruções. Quando eu deixo de estorvá-lo, ele pode trabalhar e pode abrir portas. Deus tem melhores planos para mim do que eu tenho para mim mesma. Por isso descontraio-me e peço para ele estar no comando”.

É simplesmente extraordinário olharmos para a vida desta moça e perceber que ao longo dos últimos quatro anos, o PEP graduou 380 pessoas. Alguns dos graduados – um dos quais libertado apenas quatro horas antes da entrevista – estiveram presentes em alguns dos locais onde a Cimeira sobre Liderança foi transmitida ao vivo para partilharem os seus breves testemunhos sobre como Deus tinha mudado as suas vidas e como estão a viver as suas novas vidas que Deus lhes deu.
Se Rohr não tivesse seguido a vontade de Deus, provavelmente estaria agora em Nova Iorque fazendo algum negócio de 100 milhões de dólares. E quão inútil seria isso comparado com o que faz agora afirmou ela (Summit de 2008 em Chicago Willow Creek. De Wall Street para a Prisão-Park. Entrevista concedida ao Jim Mellado Presidente da Associação Willow Creek ).
Que o Senhor nos dê a graça de termos esta verdadeira religião em nosso coração!
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Alcindo Almeida