quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Precisamos nos negar a nós mesmos


- Texto para reflexão: Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me (Luc. 9.23).

Os dias de hoje são marcados pela individualidade. As pessoas querem aparecer e mostrar que são algo, que possuem status. Elas querem o sucesso de qualquer maneira. O ser humano presa por ter um momento de ser estrela.
O ensinamento de Jesus neste texto é que a afirmação só vem com a negação de nós mesmos. O paradigma da sociedade secular é ser livre e buscar nela mesma o significado de tudo. Para Jesus, o significado da vida é a cruz.
A vida de Cristo era a de se doar, de ser eucarístico, de se entregar para os outros. Por isso, ele diz aos seus discípulos que o projeto de segui-lo só tem um rumo, a cruz, a negação de nós mesmos em favor dele, do Reino de Deus. Quanto mais eu me dou, quanto mais eu amo, quanto mais eu nego a mim mesmo, mais tenho a identidade da cruz de Jesus.
Jesus derrama o sangue em favor de nós para um propósito, para andarmos na negação de nós mesmos todos os dias. E isto envolve cruz, renúncia, abnegação, entrega, morte do ego e o domínio total de Deus sobre a nossa vida. Quanto mais nos abandonamos nas mãos do Pai, mais sabemos que somos dele e mais entendemos o que significa negar-nos a nós mesmos e tomarmos a nossa cruz de cada dia.
O nosso projeto diário é pela liberdade de nos doar e nos negar por amor a Cristo, aquele que morreu para que tivéssemos vida e vida de amor. A cruz é o exemplo da liberdade para amar e para se entregar no projeto de crus todos os dias.
Tudo na vida de Jesus convergiu para a cruz. Ele serviu e amou olhando para a cruz. Ele morreu numa cruz, ele nos perdoou na cruz, ele nos trouxe alegria na cruz, ele nos trouxe paz na cruz. Por isso, ele insiste na necessidade de renúncia, de negação. Neste processo abandonamos aquilo que é temporário, para ganhar aquilo que é eterno.
Não nos esqueçamos que o significado da vida cristã está na negação de nós mesmos por amor ao Reino de Deus em Cristo Jesus.


Pr. Alcindo Almeida

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Amando com coração puro, consciência tranqüila e fé sem hipocrisia


- Texto para reflexão: Mas o fim desta admoestação é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé não fingida (I Tim. 1.5).

Estamos carentes de uma geração que ama, que acolha com afeto e sinceridade o próximo. Estamos carentes de pessoas que reconheçam a sua pequenez, a sua miséria de serem pecadoras e dependentes da graça de Deus. Estamos carentes de pessoas que reconheçam a graça abundante de Deus em sua vida pelo fato de terem sido escolhidas para a obra dele.
Estamos carentes de pessoas que abracem a causa de Cristo e combatam o bom combate dele. Estamos carentes de líderes assim e servos de Deus com este caráter, com esta fé. Por isso, Paulo escreve conselhos a Timóteo, para que reflita e assim, seja um praticante destas verdades na presença do Pai.
Paulo dá algumas ordens do Pai, do eterno da vida de Timóteo, para que o jovem pastor ser bem sucedido na vida cristã.
A primeira observação de Paulo é quanto ao amor, este deve ser praticado com um coração puro. Para o judeu, o coração indicava o homem interior, a fonte da vida. Então, o ensinamento é que o amor proceda do interior do homem. Timóteo deveria andar com uma ordem no coração, amor sincero.
A segunda observação de Paulo é que a amor seja praticado com uma consciência absolutamente tranqüila. Ora, isto era muito fácil para quem praticava o amor com um coração puro. Pois, quem tinha a pureza no seu interior poderia exercitar o amor sem nenhum peso na consciência.
[1] As obras assim, são boas para com o próximo porque o que prevalece na consciência é o desejo do bem para com ele. Uma boa consciência tem em mente só a retidão e a bondade para com o próximo, questão decorrente de um coração que é puro e sincero diante de Deus.
A terceira observação de Paulo é que o amor seja praticado com uma fé sem hipocrisia. Ora, para quem tem um coração sincero, uma boa consciência, o resultado será uma fé sem teatralização, sem falsidade. A fé verdadeira dada pelo Espírito Santo opera pelo amor (Gal. 5.6).
Temos que tomar cuidado para que o amor entre nós não seja apenas um conceito, porque se não, deixaremos de lado o ensino e a exortação de que devemos amar com um coração puro, com uma boa consciência e uma fé sem hipocrisia. Não nos esqueçamos de que muitos têm sido destruídos na vida por causa da nossa falsidade, por causa da fé fingida, por causa da má consciência.
A falta de coração puro tem levado igrejas a uma grande destruição e causas terríveis. Portanto, peçamos ao Senhor para que nos ajude a ter um senso de arrependimento e quebrantamento para que não tenhamos corações impuros, consciências sujas e fé com hipocrisia.
O cristianismo tem como essência uma vida de amor sincero, uma consciência diferente desta que sonega, que se envolve com a corrupção. Tem como essência uma fé genuína e verdadeira. Uma fé que carrega no seu interior verdade e caráter. Uma fé sem fingimento, sem falsidade. Esta exortação é para todos nós que nos identificamos como cristãos de Jesus de Nazaré. Então, que ele nos dê graça para andarmos com amor sincero, com uma consciência limpa e uma fé sem falsidade.

[1] R. N. Champlin - Comentário sobre I Timóteo. São Paulo: CANDEIA, Vol. 5, 1995, p. 281.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A reverência diante de Deus nos faz fugir do pecado e da rebeldia


- Texto para reflexão: Então disse Jacó à sua família, e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos e mudai as vossas vestes (Gn. 35.2).

A reverência diante do Senhor nos leva a tomar atitudes que mudam a dinâmica da vida espiritual. Jacó é convidado para uma mudança de padrão de vida espiritual. O povo provavelmente havia se esquecido de algumas prescrições da aliança. Então Jacó convida a sua família e a todos os que com ele estavam para mudarem as atitudes espirituais. Ele faz 3 declarações que evidenciam a mudança: Lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós; purificai-vos; mudai as vossas vestes.
Terá pai de Abraão chegou a ser um homem idólatra em Ur dos Caldeus. Raquel chegou a lidar com os deuses de seu pai Labão. Jacó tem o encontro com o Deus de Betel e se torna num homem cuja fé é exclusiva do Senhor. A consciência da reverência dele é tão grande que ele desafia o seu povo e família a terem Deus como único e exclusivo, sem manchas, sem faltas, com santidade e coração puro.
A rebeldia era ter outro deus além do Senhor da aliança. Então, Jacó convida a sua família para uma renovação espiritual diante de Deus. Aprendemos com isto que não adianta reverenciarmos Deus nos prostrando diante de nós mesmos. Não adianta reverenciarmos Deus nos dobrando diante dos ritos e costumes da sociedade. Isto não é reverência, é mundanismo. Não adianta reverenciarmos Deus no meio da impureza, da podridão do pecado. Por isso, a exortação em Isaías 1 é muito séria:

De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias, não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã (Is.1.11-19).

Quem anda com o Deus de Betel necessita mudar as vestes no sentido espiritual e cultivar reverência diante do Senhor com pureza e mente de Cristo. Do contrário, não tem altar e nem adoração em Betel.

Pr. Alcindo Almeida

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A humildade e fraqueza de Davi como servo de Deus


- Textos da reflexão: E quanto a mim, hoje estou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são duros demais para mim. Retribua o Senhor ao malfeitor conforme a sua maldade (II Sam.3.39).

O texto de II Samuel no capítulo 3 retrata a história de Davi e Abner quando se encontraram para fazerem aliança de paz. Joabe sabendo disto ficou irado e questionou a atitude do rei deixando Abner ir embora livremente. Joabe não se conformava e retirando-se de Davi, enviou mensageiros atrás de Abner, que o fizeram voltar do poço de Sira, sem que Davi o soubesse.
E o texto diz que quando Abner voltou a Hebrom Joabe o tomou à parte, à entrada da porta para lhe falar em segredo e ali, por causa do sangue de Asael, seu irmão, o feriu no ventre, de modo que ele morreu.
Davi quando o soube este caso rasgou as vestes, cingiu-se de sacos e pranteou diante de Abner. Davi chorou junto da sepultura de Abner. Davi fala do príncipe que caiu e demonstra a sua humildade e simplicidade como rei de Israel. Ele demonstra a sua fraqueza como homem mesmo sendo o mais poderoso da nação de Israel.
Davi não é soberbo, ele não é orgulhoso como rei, ele se humilha, ele reconhece que se Deus não o dirigir na vida, ele cometerá loucuras como esta feita por Joabe.
Davi diz que é fraco mesmo sendo o grande guerreiro de Israel. Mesmo sendo o grande vitorioso ele reconhece que sua sabedoria, sua preparação como guerreiro de Deus não são suficientes para lidar com a fragilidade humana. Ele entende que o homem comete deslizes terríveis e demonstra assim, a sua fraqueza, a sua limitação. Ele percebe que foi traição o que Joabe fez. Matou alguém por vingança. Joabe encheu o coração de ódio e se vingou com as próprias mãos. Nisso Davi vê a fragilidade humana e se comporta com humildade diante de Deus e de todos os homens dizendo: hoje estou fraco, embora ungido rei.
Davi é rei da nação, mas se considera fraco por causa da compreensão da natureza humana corrompida. Ele sabe do que o homem é capaz de fazer. Por isso, ele entrega a causa para Deus, ele entrega esta questão terrível para o seu Senhor.
Como precisamos compreender a nossa fragilidade humana, o quanto somos vulneráveis, o quanto falhamos diante de Deus. Mesmo que tenhamos força humana, sabedoria humana e todos os recursos que podemos ver na terra, somos fracos e limitados. Somos inclinados a fazer coisas que entristecem ao nosso Deus.
Davi tem consciência disto e demonstra a sua humildade diante de Deus quando afirma que é fraco, frágil e limitado.
Deus exalta os que se colocam nesta posição de fraqueza, mas a Bíblia diz que ele humilha os que não são humildes.
Cuidado com a nossa vida, não achemos que somos fortes e independentes de Deus. Sem Deus agindo na nossa vida, somos os mais vulneráveis e os mais limitados neste vida. Só com a ação de Deus é que nossa humildade vem e reconhecemos que somos fracos e dependentes dele para tudo!

Alcindo Almeida

sábado, 15 de setembro de 2007

As ações do Cordeiro de Deus


- Texto para reflexão: Pois o Cordeiro de Deus que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima (Ap. 7.17).

Eugene Peterson diz que são as visões verdadeiras, não as ilusões, que fazem as coisas acontecerem (PETERSON, 2005, p. 70). Não é uma ilusão que o Cordeiro de Deus se encontra no trono. Não é uma ilusão que o Cordeiro de Deus apascenta e nos guia as fontes de água vivas. Não é uma ilusão que o Cordeiro de Deus que se encontra no trono enxugará toda lágrima dos olhos.
Deus nos amou em Cristo Jesus, ele deu o seu Filho para tomar o nosso lugar na cruz do Calvário. Com o seu sangue precioso ele nos comprou para a vida. A Palavra é clara em afirmar que ele nos tirou do império das trevas e nos transportou para o Reino de seu Filho. O Cordeiro de Deus fez tudo isto por amor e graça. Agora, o Cordeiro de Deus se encontra assentado no trono e faz as seguintes ações em favor daqueles que ele mesmo comprou:

1. Ele nos apascenta sempre: ele nos acorda todas as manhãs, desperta os ouvidos para escutar os seus ensinamentos profundos como pastor da nossa alma. Como Davi expressa no Salmo 23.1, o Senhor é a sua primordial providência na vida e, portanto, nada lhe faltará seja o que for. Davi diz nos vers. 2 e 3: Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas. Refrigera a minha alma.... Davi expressa o descanso total que há para a sua vida em Deus, quando ele diz que o Senhor o faz repousar em pastos verdejantes, ou seja, apriscos que eram preparados em pastagens de terrenos férteis, nos quais pudesse se proteger do calor do sol. Uma ovelha numa pastagem desta não sofreria nenhum cansaço. E quanto a guiar à águas tranqüilas Davi quer expressar que não é um lugar onde há correntezas fortes que impedem as ovelhas de beberem água, e descansarem de maneira tranqüila. Então, ele como ovelha do Senhor tem um lugar de tranqüilidade na presença de Deus e ali pode descansar e acompanhar o fluir suave das águas (CALVINO, 1998, pp. 512-513). Daí Davi não tem falta alguma na sua vida, pois, toda a providência de cuidado da parte de Deus está na sua vida. Por isso, ele diz que o Senhor restaura a sua alma. O Cordeiro nos apascenta em todo o nosso caminhar.

2. Ele nos guia para as fontes da água da vida: a mesma idéia do Salmo 23 é enfatizada aqui. O Cordeiro nos guia para um tempo de refrigério, um tempo de descanso em sua presença. Quando Jesus se encontra com a mulher samaritana ele pede água para beber. Ela então questiona e diz que Jesus sendo judeu pede de beber uma mulher samaritana. E Jesus diz a ela que se tivesse conhecido o dom de Deus e quem era o que pedia água, ela teria pedido e ele daria água viva. E na conversa com ela, Jesus diz em Jo. 4.14: Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna. A resposta imediata daquela mulher foi: Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede, nem venha aqui tirá-la. O Cordeiro nos guia para as fontes porque ele é a própria fonte. É dele que vem a água que sacia a nossa sede espiritual, é dele que vem a fonte para nos alimentarmos de maneira perfeita e absoluta. Ele nos comprou para alimentar o nosso ser com a água que traz vida eterna para sempre.

3. Ele enxugará toda lágrima dos nossos olhos: com a visão do Cordeiro em nosso coração percebemos que a vida humana depende totalmente de Deus. Não podemos dar um passo sem a direção dele. Por isso, só ele pode enxugar as lágrimas dos olhos. Só ele pode entender a dor de uma mãe que perde o seu filho ainda jovem. Só ele pode entender a dor de um filho que perde o seu pai antes de vê-lo com a vida formada. Só o Cordeiro de Deus pode enxugar as lágrimas daquela moça que sofre com um tumor no seu corpo e ninguém mostra cura. Só o Cordeiro de Deus pode enxugar as lágrimas daquela senhora que vê o seu netinho enfermo num leito de hospital. Só o Cordeiro de Deus pode enxugar as lágrimas de todos nós. Sabem por quê? Porque ele nos comprou na cruz do Calvário com o seu sangue precioso.
Pr. Alcindo Almeida

Para compartilhar precisamos aprender a amar Deus sobre tudo


- Texto para reflexão: Dt. 30.6.

Sabemos que se Deus não intervir no nosso coração ele anda de maneira absoluta corrupta e totalmente distante do Senhor. A Palavra de Deus diz que o coração tem inclinações terríveis para o mal. Ele é miseravelmente corrupto. Sem Deus é totalmente pedra, sem Deus ele é seco, sem Deus ele opta sempre por aquilo que é ruim e que não combina com as coisas retas.
Moisés diz que o Senhor circuncidará o nosso coração. Mas, o que significa isto? Significa a remoção de toda a corrupção que traz condenação para nós. Moisés diz: “Também o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, a fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas” (Dt. 30.6).
É a remoção daqueles pecados que nos separam de Deus e da sua graça e a semeadura de qualidades cristãs, retas que são feitas pela ação soberana do nosso deste coração
[1][1]. É a mudança de um coração que era de pedra e agora passa a ser de carne. Um coração que era duro e passa a ser mais sensível. Um coração que era totalmente alheio a qualquer princípio de justiça e verdade e agora passa a observar isto. Um coração que não enxergava Deus e agora pela sua graça enxerga.
Quando Deus muda o nosso coração de pedra para um de carne, o nosso amor por ele se torna real e eficaz. Passamos a andar em comunhão de amor com ele. Pensamos no seu Reino, vivemos por amor à sua causa. Reconhecemos que somos amados dele e por isso, passamos a amar e ser amados. Vivemos com um coração mais disposto a servir com amor, com sinceridade. Acontece em nós uma circuncisão espiritual no coração. O amor é enxertado em nosso coração para amarmos ao Senhor e andarmos na presença dele todos os dias.
Começamos a aprender que não somos feitos para amar coisas terrenas. Só o que é insubstituível, único e imortal pode tocar nossa mais profunda sensibilidade humana e ser uma fonte de esperança e consolação
[2][2]. Só podemos amar ao Senhor quando nos guardamos das corrupções terríveis deste mundo. Só podemos amar ao Senhor quando a nossa alma está limpa e pura diante do criador. Só podemos amar a Deus quando crescemos com um coração voltado para ele e quando crescemos experimentamos gradativamente a presença dele em nosso coração.
Só podemos amar ao Senhor quando os nossos olhos estão voltados para as grandezas dele. Só podemos amar ao Senhor quando o nosso coração jamais se esquece de quem Deus é e do que ele faz todos os dias na vida. Só podemos amar ao Senhor quando ensinamos às gerações todas as obras e ações que Deus faz na vida. Só podemos amar ao Senhor quando os nossos ouvidos ouvem toda a Palavra de Deus.
Só podemos amar a Deus quando o nosso coração é totalmente dele e não do mundo de pecado e rebeldia. Porque muitos têm dado brechas para que o coração seja envolvido e laçado pelo mundo. Não podemos ser de Deus e do mundo ao mesmo tempo. Coração dúbio é para os doidos espiritualmente falando. Ou o nosso coração é exclusivamente de Deus, ou não tem negócio no Reino de Deus. Moisés diz: A fim de que ames ao Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, para que vivas.
Quando amamos de todo o coração e alma o pecado não é mais habitual em nós. Quem mentia constantemente não mente mais. Porque a verdade de Deus penetra este coração para não ficar mentindo, roubando, caluniando e fazendo o que é mal diante do Deus santo e reto. O pecado é tirar Deus do lugar central do nosso coração e colocar o nosso eu no centro de tudo. Pecado é recusar dar lugar a Deus no centro do nosso ser que é o coração (KIVTZ, 2004, P. 100).
Quando amamos de todo o coração e alma nos tornamos pessoas inteiras, completas, saudáveis e equilibradas na presença do eterno Deus. E daí podemos oferecer toda a nossa vida com o que somos e fazemos de todo o coração para o Deus de amor e bondade na vida.


Pr. Alcindo Almeida

[1] CHAMPLIN, R. Norman. Comentário de Deuteronômio. São Paulo: Hagnos, 2004, Vol. II, p. 871.
[2] NOUWEN, Henri. Transforma meu pranto em dança. São Paulo: Textus, 2002, p.106.

Cristo é o Senhor e quer que tenhamos verdadeira lealdade


- Texto para reflexão: ”Mas, vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai de maneira leal, porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”(João 4.23).

Que alegria para o nosso coração, pois o texto de João 4.23 diz que a hora já chegou. A hora dos adoradores terem acesso ao Senhor dos Senhores em submissão já chegou, é uma realidade notória. Mas, quando andamos na observação do texto percebemos que a pergunta não é como adorar’, e sim onde deve-se adorar. Há uma expressão para a mesma palavra.
A resposta na língua portuguesa é: Espírito e verdade. Isso é uma metáfora trabalhada por Jesus Cristo. Há no texto duas palavras como uma expressão, que na verdade quer dizer verdadeira lealdade. A segunda palavra é um adjetivo da outra. Há uma primeira preposição, mas não uma segunda na língua original. Então a tradução é um espírito verdadeiro.
Quando andamos no texto de João 4 percebemos um drama. Há um progresso na história entre Jesus e a mulher. Ela estava na leitura literalista sobre adoração e Jesus estava usando metáforas. Ele diz que é maior que Jacó. Ele mostra no texto que é o Senhor, que é o verdadeiro sentido da adoração do ser humano. Ele mostra que não tem como andarmos com ele sem verdadeira lealdade e sinceridade. Por quê?
Porque ele conhece todas as coisas, tanto é que pede para ela trazer seu marido. E ela vê que ele é Senhor mesmo porque quando responde a ele que não tem marido, ele responde que não tem mesmo. E afirma que ela teve cinco maridos e o que estava com ela não era o seu. Imediatamente e ela vê que ele é profeta. E então vem a pergunta: onde? Aqui em Samaria ou em Jerusalém?
Jesus mostra a ela que nem lá e nem cá, mas no verdadeiro espírito. E Jesus diz que Deus está à procura desse estilo de adoradores. Ele fala da necessidade do ser humano reconhecer o seu senhorio em adoração sincera. Ele quer que nós sejamos sinceros no serviço e reconhecimento de quem ele é. Ele quer que nós dependamos dele de maneira sincera e leal. Isso é adoração ao Senhor dos Senhores.
O texto fala que a mulher esperava pelo profeta que viria e Jesus diz que é este que todos esperavam. A palavra toca o coração daquela mulher e então ela anuncia para todos o que ouviu acerca deste profeta Jesus.
Ela se prostra de maneira sincera diante do profeta de Deus. Que ele nos ensine esse estilo de rendição!

Pr. Alcindo Almeida.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O DIÁLOGO DA INTIMIDADE


TEXTO: Gênesis 2.24-25: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam”.


Diálogo é a comunicação que exercita a habilidade de falar, ouvir, e treinar o compartilhar de emoções, pensamentos, desejos, experiências e até frustrações.
Intimidade é o envolvimento entre duas pessoas, que abrem e revelam seu interior uma para a outra. Conectam-se ao mais profundo nível em cada área de suas vidas.
Não pode haver intimidade sem diálogo.
O amor relacional exige muito mais que discurso; necessita de sentimento e linguagem corporal de intimidade.
Onde nasceu a intimidade?
NA TRINDADE!
Na criação, DEUS expressou: “façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...” Gênesis 1.26.
Refletimos o relacionamento de intimidade do DEUS TRINO.
O desejo de aprofundar o relacionamento e de viver a intimidade plena leva-nos ao casamento.
A intimidade revela o grau de relacionamento do casal.
A comunicação aperfeiçoa o relacionamento íntimo. Conviver é aprender como se comunicar, é aprofundar a intimidade, é ampliar o relacionamento saudável.
Paulo soube o que significa intimidade quando citou Fp 2.1: “... se há entranhados afetos e misericórdias...”, quando ele se refere ao amor fraternal. Observemos também II Co 7.15: “E o seu entranhável afeto cresce mais e mais...”.
Como haver intimidade sem diálogo?
NÃO HÁ COMO!
ENTENDIMENTO DA INTIMIDADE
Antes de qualquer coisa, necessitamos entender que nos casamos com alguém que é a imagem de DEUS – Gn 1.26. DEUS falou que em nossa união somos uma só carne – Gn 2.24.
Não vivemos nos auto-agredindo em sã consciência.
O matrimônio é o modelo de DEUS para expressar o mais perfeito amor, tanto que a Bíblia compara o amor matrimonial com o amor da autodoação de Cristo pela sua Igreja – Efésios 5.22-33.
O clímax da intimidade matrimonial é o forte amor, amor veemente, arrebatador, intenso e fiel escrito em Cantares 8.6,7. Entendamos que o amor fora do jardim do Éden, o paraíso de DEUS para a felicidade do casal, não está isento de tristezas, sofrimentos e decepções.
AMOR MATRIMONIAL
Este amor exige sentimento com linguagem corporal, presente no relacionamento sexual.
O sexo é vital, porém precisa do casamento para proteger o amor. A honestidade ajuda a criar um clima para autêntica intimidade. Quando valorizamos a comunhão, e o diálogo em nosso relacionamento, desenvolvemos a intimidade em cinco áreas da vida:
RELACIONAMENTO INTELECTUAL – Falamos nossos Pensamentos.
RELACIONAMENTO SOCIAL – Participamos nossos eventos.
RELACIONAMENTO EMOCIONAL – Conversamos sobre sentimentos.
RELACIONAMENTO ESPIRITUAL – Abrimos a alma para o cônjuge.
RELACIONAMENTO SEXUAL – Compartilhamos nossos corpos.
DIFERENÇAS NA SEXUALIDADE
No exercício de nossa sexualidade, precisamos entender que: A ORIENTAÇÃO dos homens volta-se para a União Física, a variedade, e o sexo é alta prioridade. Já para as mulheres, é mais Relacional, a União mais Emocional, com maior segurança, e a prioridade pode ser outra diferente do sexo.
O ESTÍMULO masculino concentra-se no corpo, atraído pelos ferormônios e pelo visual. A mulher é estimulada pelo toque, por palavras enlouquecedoras, por atitudes gentis, e está concentrada na pessoa, como um todo.
As NECESSIDADES diferem quando observamos, para o homem: admiração, respeito e não ser menosprezado; sua necessidade é corporal. Para a mulher: ela precisa de compreensão, amor, tempo; sua necessidade é emocional.

A RESPOSTA SEXUAL é bem diferente:
Para o homem, é acíclica, a excitação é rápida, e se distrai dificilmente. Para a mulher, é cíclica, a excitação é lenta, e se distrai facilmente. Para a mulher, é mais longo, mais profundo, há a motivação voltada para a propagação da união. A orientação emocional é mais importante e a satisfação é possível sem orgasmo.
QUAL É A VISÃO BÍBLICA DO SEXO?
1. O SEXO FOI FEITO POR DEUS: Quando DEUS fez o homem viu que tudo era bom – Gn 1.31.
Quem criou a mente também criou o instinto sexual.
2. PLANO DE DEUS PARA O SEXO: DEUS traçou um plano que incluiu a participação do homem na obra da criação. Através da procriação, damos continuidade ao plano de DEUS, por intermédio dos órgãos e do instinto sexual.
Há alguns aspectos do plano divino em relação ao sexo:
1. O USO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS É PRIVATIVO DOS CASADOS
A ordem para crescer e multiplicar-se foi para casados – Gn 1.27,28.
DEUS não quis que o homem vivesse só – Gn 2.18,24; Sl 68.6; 113.9.
DEUS exorta o homem para desfrutar o sexo com a esposa e não com a namorada ou a noiva. A Bíblia exalta o amor conjugal e não entre solteiros – Cl 4.1-12; Ef 5.22-25.
A RELAÇÃO SEXUAL DO CRISTÃO:
Foi prevista por DEUS – Gn 1.27,28; 2.24.
Não é pecado dentro dos princípios de DEUS – Hb 13.4.
Tem por finalidade:

PROCRIAÇÃO – Gênesis 1.27,28;
Salmo 139.13-16.

AJUSTAMENTO do casal – I Co 7.1-7:
PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO: V 2
PRINCÍPIO DO DIREITO MÚTUO: V 3
PRINCÍPIO DA AUTORIDADE MÚTUA: V 4
PRINCÍPIO DO HÁBITO: V 5
SATISFAÇÃO OU PRAZER – Pv 5.18-23; Ec 9.9; Ct 4.1-12; 7.1-9.
DEUS VALORIZA A UNIÃO SEXUAL ENTRE MARIDO E MULHER – Dt 24.5.
Deve ser no plano de DEUS:
EXCLUSIVA – Gn 2.24; Pv 5.17.
ALEGRE – Pv 5.18.
NATURAL – Ct 2.6; 8.3.
SANTA – I Ts 4.4-8; I Pe 1.15.
POR QUE ALGUNS CASAIS CRISTÃOS NÃO SÃO FELIZES SEXUALMENTE?
· Desconhecimento do próprio corpo e da função sexual.
· Desconhecimento das necessidades reais do cônjuge.
· Dificuldade em dar ou receber carícias.
· Iniciação sexual inadequada.
· Falta de diálogo e orientação sexual na juventude.
· Excessiva preocupação com o desempenho sexual.
· Fatores psicológicos ou marcas de infância.
SEXO – A MÚSICA DO MATRIMÔNIO
A felicidade sexual do casamento requer a compreensão de alguns aspectos:
A sexualidade é o termômetro do relacionamento sexual;
A insatisfação sexual pode indicar casamento desalinhado;
O desajuste sexual vulnerabiliza o casamento;
O desconhecimento afetivo-sexual contribui para a crise conjugal;
O egoísmo desestimula o cônjuge;
O ato sexual deve ser espontâneo, nunca como uma obrigação;
Não esquecer que o leito deve ser sem mácula;
As relações pornográficas são pecaminosas – Rm 1.26,27.


Texto escrito pelo Dr. Jesimar Brito. Ele é médico ginicologista e presbítero da nossa comnuidade em Pirituba.

Façamos tudo na perspectiva de honrar a Deus sempre


Nunca desistamos de andar na perspectiva do Reino. Diante da realidade presente da morte, precisamos buscar uma espiritualidade que encontre nos evangelhos, na pessoa de Cristo e na presença do Reino de Deus sua forma e seu conteúdo.
Precisamos de um testemunho poderoso na vida e ministério integrados com a vida e o ministério de Cristo. Precisamos da sã doutrina para nos tornar sábios para a salvação e não para simplesmente ter o discurso correto. Nosso chamado é para sermos seguidores, imitadores de Cristo e não apenas ter convicções corretas sobre ele. O descrédito que o cristianismo vem sofrendo nos últimos anos tem a ver com a falta de integridade e honra de Deus no meio cristão. Necessitamos olhar para a realidade da morte como um elevador que nos ergue até o além (Stevens, 2007, p. 210). A morte que está diante de nós só nos convida para um desejo de honrar Deus e nos preparar para a nova terra.
É interessante analisarmos o filme Desafiando gigantes. Percebemos que os seus 6 anos como técnico de futebol americano de uma escola, Grant Taylor nunca conseguiu levar o seu time Shiloh Eagles a uma temporada vitoriosa. Mas, depois daquela visita inesperada de um pastor capelão que orava todos os dias nos armários dos alunos, ele passou a depender exclusivamente de Deus. Ele começa a entender que a honra a Deus aqui na terra é o preparo para a eternidade e para não viver em vão. Necessitamos de coragem para enfrentar novos desafios. Para essa tarefa, a proposta é que a graça volte a ser pedra principal da espiritualidade cristã e que o exercício teológico leve, até as últimas conseqüências, o amor gratuito de Deus.
Cito Paul Stevens:

“Na verdadeira espiritualidade encontramos Deus nas coisas simples e comuns da vida. Através da narrativa de Gênesis descobrimos como momentos corriqueiros do dia-a-dia se tornam extraordinários, transformados pela presença de Deus no meio do que é mundano e terreno. A verdadeira espiritualidade é o relacionamento com Deus e com o próximo, é amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Encontramos Deus também em casa e no trabalho, à mesa e quando estamos dormindo, quando estamos sozinhos e quando nos relacionamos com outras pessoas. A Espiritualidade nos ajuda a perceber que aquilo que parece lugar-comum na verdade tem grande significado espiritual. Quando menos esperamos, Deus nos surpreende dando novo encanto à nossa vida diária e fazendo de cada momento uma oportunidade de experimentar a sua bênção... A nossa vocação é muito mais do que trabalhar, é a escolha de Deus de que o escolhido pertença a Deus, viva da maneira que Deus quer e faça a obra dele no mundo” (Stevens, 2007, pp. 158 e 175).

Pr. Alcindo Almeida
STEVENS, R. Paul. A espiritualidade na prática. Encontrando Deus nas coisas simples e comuns da vida. Minas Gerais: Ultimato, 2007.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

A Palavra de Deus penetra tudo em nós


O texto de Hebreus 4 no versículo 12 afirma: E penetra até a divisão de alma e espírito e de juntas e medulas.
A Palavra de Deus é poderosa para verificar todas as afeições do nosso coração. Tanto as intelectuais como as emocionais. A idéia de divisão de alma e espírito, de juntas e medulas é que ela testa a alma toda de um ser humano. Ela explora todos os pensamentos e sonda toda a nossa vontade e desejos do nosso coração. Ela penetra as juntas expressando que não há nada oculto numa pessoa que ela não descubra.
A Palavra sonda o coração da pessoa mais fechada do mundo. Ninguém é tão secreto que a Palavra não descubra os segredos. Ela vai lá ao mais profundo do ser humano e desvenda os mistérios do coração. Nada é melhor para o desenvolvimento da mente que contemplar a divindade através da Palavra de Deus. Trata-se de um assunto tão vasto que todos os nossos pensamentos se perdem em sua imensidão. É tão profundo que nosso orgulho desaparece em sua infinitude. Podemos compreender e aprender muitos outros temas derivando deles certa satisfação pessoal e pensando enquanto seguimos nosso caminho a ponto dizermos para nós mesmos: "Somos sábios demais". Mas, quando chegamos a esta ciência superior e descobrimos que nosso fio de prumo não consegue sondar sua profundidade e nossos olhos de águia não podem ver sua altura, nos afastamos pensando que o homem vaidoso pode ser sábio, mas não passa de um selvagem, exclamando então solenemente: "Nasci ontem e nada sei".
Como diz Dr. Packer:

“O melhor estudo para expandir a alma é a ciência de Cristo, e este crucificado, e o conhecimento da divindade na gloriosa trindade. Nada alargará mais o intelecto, nada expandirá mais a alma do homem que a investigação dedicada, cuidadosa e contínua do grande tema da divindade. Ao mesmo tempo que humilha e expande, este assunto é eminentemente consolador. Na contemplação de Cristo existe um bálsamo para cada ferida; na meditação sobre o Pai, há consolo para todas as tristezas, e na influência do Espírito Santo, alívio para todas as mágoas. Você quer esquecer sua tristeza? Quer livrar-se de seus cuidados? Então, vá, atire-se no mais profundo mar da divindade; perca-se na sua imensidão e sairá dele completamente descansado, reanimado e revigorado. Não conheço coisa que conforte mais a alma, acalmar as ondas da tristeza e da mágoa, pacificar os ventos da provação que a meditação piedosa a respeito da divindade” (PACKER, 2005, p.10).
Que a graça do eterno seja sobre nós para que experimentos a Palavra em nós!
CALVINO, João. Comentário aos Hebreus. São Paulo: Paracletos, 1997.
CHAMPLIN. R. N. O Novo Testamento Interpretado. São Paulo: CANDEIA, Vol. V, 1995.
PACKER, J. I. O Conhecimento de Deus. São Paulo: Mundo Cristão 2005.
PETERSON, Eugene. Coma este livro. São Paulo: Mundo Cristão, 2004.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Fomos separados para ser santos diante de Deus


Paulo diz em Efésios 1.1: Aos santos que vivem em Éfeso.
O termo santo no A.T. (Kadosh) quer dizer “pessoa separada por Deus”. No N.T. significa “alguém separado para pertencer exclusivamente a Deus”. Paulo endereça esta carta com a pressuposição de que seus leitores são pessoas realmente convertidas e separadas para Deus. Quando acontece o ato da regeneração feita pelo Espírito Santo de Deus no nosso coração, somos tornados santos. Ou seja, Deus nos trata por meio de Cristo como pessoas santas, puras. Mas, olhe para dentro de você mesmo e veja se há possibilidade de ser chamado santo?
Somos santos de Deus, vocês são santos de Deus. Não dá para se conformar com esta afirmação quando olhamos para os nossos pecados, para o desejo de acabar com aquele besta que atrapalha a nossa vida, para aquele amigo da Faculdade que humilhou a gente e a vontade que surge é de dar um soco na boca dele. Não dá para se conformar com esta afirmação quando olhamos para o fato de que não conseguimos obedecer aos nossos pais. Não dá para conceber a idéia de que somos santos quando olhamos para os nossos casais de jovens que não conseguem ter pureza no namoro. Não dá para pensar na possibilidade de sermos santos quando a maioria das pessoas que se diz cristã cola na Faculdade e no colégio. Não dá para aceitar a idéia de que somos santos de Deus quando roubamos as horas no trabalho. Não dá para aceitar a idéia de que somos santos de Deus quando somos caloteiros no bairro.
Esta é a verdade, Deus chama pessoas ruins, pobres, ricas, soberbas, orgulhosas, mentirosas, assassinas, adúlteras para serem santas. Ele vem e transforma o coração destes para serem santos. Apesar de sermos miseráveis Deus nos dá uma bênção extraordinária. E em Jesus ele nos torna santificados, nos dá uma condição de sermos tratados como pessoas imaculadas.
Ele leva o seu próprio Filho para a cruz terrível para sofrer fisicamente com uma coroa de espinhos e os pregos em suas mãos e pés. E espiritualmente ele suportou a agonia de receber a nossa pena diante do criador sozinho e abandonado naquele madeiro
[1]. E sabem o que importou no Calvário? Foi a grandeza da santidade do nosso Senhor Jesus em contato com a nossa podridão e iniqüidade. Ele nos tornou santos porque se entregou em nosso lugar.
Então afirmo algo para você: Não importa qual seja o seu estado de pecado. Deus o trata como santo porque ele jamais nos olha diretamente. Ele nos olha em Jesus e, por isso, ele vê santidade em nós. Se você está em podridão de pecado, lembre-se de que você foi santificado em Cristo Jesus, ele o chamou para a santidade. Portanto, você não pode permanecer no estado de prática constante de pecado. Pecado não tem nada a ver com santidade. Carniça é para urubu. E você não é mais impuro no sentido judicial, você e eu somos santificados. Não podemos mais viver pecando, pecado é um acidente. Ele não pode dominar mais a nossa natureza santificada por Deus pela obra da cruz. Deus fala conosco: aos santos que vivem em Pirituba. Não somos mais presa de Satanás, somos santos de Deus. Embora pecadores miseráveis, somos pela graça chamados para a santidade. Por isso, Jesus disse aos seus discípulos: Portanto, sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai Celeste (Mt. 5.48).
A cruz de Cristo é a dobradiça sobre a qual gira a porta da história da santidade na nossa vida
[2]. Somos os santos de Deus por causa da cruz do Nazareno. Ele morreu para nos santificar. Quando você entra no ônibus, lá está um santo de Deus. No avião, lá está um santo de Deus. Quando você está no Shopping, lá está um santo de Deus.
A cruz de Cristo nos lembra que nossa condenação teve um fim, nos passado éramos condenados, hoje somos santificados em Cristo Jesus. Jesus disse: E por eles eu me santifico, para que também eles sejam santificados na verdade (João 17.19). Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados (Atos 20.32). À igreja de Deus que está em Corinto, aos [santificados] em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso (I Cor. 1. 2). E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus (I Cor. 6 11). É nessa vontade dele que temos sido [santificados] pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre (Hb. 10.10).
Louvado seja Deus por esta graça na vida!


[1] LUTZER, Erwin. Os brados da cruz. São Paulo: Vida, 2001, p 23.
[2] LUTZER, p. 28.


Pr. Alcindo Almeida

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Buscando o prêmio da soberana vocação em Cristo


- Texto para reflexão: “Prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus. Pelo que todos quantos somos perfeitos tenhamos este sentimento e se sentis alguma coisa de modo diverso, Deus também vo-lo revelará. Mas, andemos de acordo com o que já alcançamos” (Filip. 3.14-16).

Quando lemos este texto de maneira bem atenciosa percebemos que o apóstolo Paulo termina o versículo 16 dizendo: Mas, andemos de acordo com o que já alcançamos.
Nós alcançamos a bênção da salvação, da vida eterna que começa aqui na terra. Alcançamos a graça de sermos redimidos pelo sangue de Cristo Jesus. É exatamente este alvo do Reino de Deus que Paulo quer prosseguir e ganhar o prêmio como corredor celestial de Deus.
Pergunta-se: qual o alvo da nossa vida? As pessoas falam da seguinte maneira: Bem, eu preciso agradar a minha esposa com um carro novo. Eu quero comprar uma casa nova. Eu quero concluir a minha Faculdade. Eu quero entrar no MBA. Eu quero terminar meu curso de inglês. Eu quero finalmente comprar a casa de campo nova que minha esposa quer a dois anos.
Ah! Eu quero viajar para Paris e deste ano não passa. Daí vem o questionamento: o que sobrou como alvo no Reino de Deus? Nada!
Primeiro observamos e desejamos as coisas aqui da terra. Porque somos absolutamente materiais, terrenos e voltados para o terreno. Paulo não deseja as coisas da terra. Ele deseja Deus, deseja o Reino de Deus. A sua vocação é Cristo Jesus. O desejo de Paulo é desenvolver a sua salvação com temor e tremor (Filip. 2.12). Ele quer combater o bom combate com bom soldado de Jesus completando a sua carreira e guardando a fé (II Tm. 4.7). Ele quer receber a coroa da justiça. Ele quer o caráter de Cristo. Ele quer a salvação em Cristo Jesus. Ele quer o conhecimento de Deus. Ele quer viver no amor de Cristo. Ele quer a vocação celestial em Cristo Jesus. Não sua situação melhorada para o I Século. Não seus projetos humanos para o I Século da era cristã.
Paulo quer Cristo Jesus, a sua vocação é o Reino de Deus. Paulo tem um chamado: Jesus Cristo de Nazaré. Paulo quer o rumo, o alvo da vocação celestial que no grego significa: chamada para o alto. Ele quer ir morar na eternidade logo. E para isto ele não olha mais para trás. Ele olha para o que está diante dele. Só que o segredo é: em Cristo Jesus. Expressão que Paulo usa por 164 vezes em seus escritos (CHAMPLIN, 1995, Vol. 5, p. 53). Isto é tão forte em Paulo que no vers. 15 ele pede para os cristãos terem este sentimento, esta consagração na presença do Senhor.
Qual é o nosso alvo diante desta palavra de Paulo?
E o envolvimento total com o Reino de Deus? E a busca pelo eterno? E a oração? E o compromisso com a evangelização através da própria vida?
Os desafios são enormes e complicados, mas a graça de Deus nos sustentará para firmados e sustentados nele buscarmos o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus.


Alcindo Almeida




A esperança vence a desilusão - Ricardo Barbosa

Mesmo que as notícias piorem cada dia, eu ainda continuarei a ter a esperança de um dia ver este país ser governado por gente decente
Às vezes, me vem uma vontade enorme de chutar o balde! Penso em desistir, parar de lutar por um país melhor, sonhar com políticos altruístas, abnegados, que ajam como verdadeiros sacerdotes da nação. Minha vontade é de anular meus votos nas próximas eleições, pois ninguém os merece. Parece que o melhor, o mais sensato, é viver alienado, como muitos; não dar a mínima para a política, ignorar o país e cuidar da minha vida. Confesso que diante de situações como as que estamos vivendo, tudo isso me passa pela mente. Manter a esperança quando a gente se sente traído é como querer permanecer de pé com as pernas quebradas. Por mais que nos esforcemos, não dá – não há mais nada em que se apoiar. Então, sem a utopia que nos motiva, jogamos a toalha e nos entregamos ao cinismo, aquela descrença que toma conta da alma e nos rouba os sonhos mais nobres. Tais sentimentos passam por mim e chegam a me fazer considerar que este é, provavelmente, o melhor caminho. Mas, em algum momento, parece que enfrentam uma espécie de resistência interna. Eles não chegam a corromper totalmente meu coração e minha mente; lentamente, volto a me recompor e a reconsiderar a fonte dos meus sonhos e esperanças. Vejo então que elas não podem se sustentar num alicerce tão frágil e efêmero como o das ambições insanas pelo poder. O apóstolo Paulo, ao referir-se à fé de Abraão, disse que o patriarca “esperava contra a esperança”. Abraão cria numa promessa que, embora teoricamente impossível, lhe fora feita por Deus. As chances de acontecer aquilo que o Senhor lhe havia prometido eram mínimas – para dizer a verdade, nenhuma; mas ele creu, e sua fé lhe encheu de esperança. E o que dizer de Habacuque, um profeta de Deus preocupado com seu país e o futuro de sua gente? Aflito, ele perguntou a Deus: “Até quando, Senhor, terei que conviver com a injustiça e opressão?” A princípio, qualquer um esperaria uma intervenção divina eliminando a iniqüidade e trazendo de volta a retidão. No entanto, a resposta de Deus surpreende o profeta: os conflitos, ao invés de diminuírem, iriam aumentar. Ele, sem entender, prefere calar-se e permanecer atento ao que Deus iria fazer. Habacuque nos dá uma das lições mais preciosas sobre esperança. Diante da devastação, da corrupção, da injustiça e do sofrimento, ele não a perdeu. Na sua oração, o profeta diz: “Mesmo não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos; ainda assim, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. O Senhor, o soberano, é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; faz-me andar em lugares altos.” De onde Abraão e Habacuque tiraram sua confiança? Os fatos que presenciaram conspiravam contra qualquer esperança. Abraão não tinha motivos para acreditar que, em sua velhice, pudesse ainda ter filhos. Parecia coisa de lunático, projeção da sua carência. Da mesma forma foi com Habacuque. Esperar o quê? O exército dos caldeus estava marchando sobre sua terra. Anunciava-se uma devastação total, uma crise sem precedentes. No entanto, ambos creram na ação misteriosa e soberana de Deus. O apóstolo Paulo afirma que permanecia sempre disposto, cheio de esperança e trabalhando arduamente porque, mesmo que seu homem exterior – presenciando as circunstâncias políticas e sociais, a falência dos projetos humanos ou as limitações da ciência – sofresse os golpes fatais da desilusão, seu homem interior, aquele lugar onde a fé nutre a esperança, ia se renovando dia após dia. A crise moral, política e ética que vivemos hoje serve de alerta para nos fazer ver de onde temos alimentado a esperança. O slogan da campanha vitoriosa do presidente Lula dizia que “A esperança venceu o medo” e encheu muita gente de ânimo, Mas hoje, o medo e a desilusão rondam de novo a esperança. Olhamos para o futuro e não enxergamos nada; as possibilidades de mudança evaporaram. Na melhor das hipóteses, quem sabe, poderemos sonhar com um governo que seja mais esperto, que esconda melhor as tramas do poder, os caixas dois e os favores políticos. Talvez poderemos também sonhar com uma reforma política, destas para inglês ver, que servirá apenas para, mais uma vez, iludir eleitores sonhadores. Mas a esperança é nutrida pela fé, e não fé em um partido, um político com discurso moralista, religioso ou ideológico. Nossa esperança, hoje e sempre, é sustentada pela Palavra de Deus, pela certeza de que o Senhor reina e que conduz todos as coisas para o fim que ele mesmo determinou. É por causa dele e do seu Reino que continuamos a lutar incansavelmente até que haja justiça. É por causa da fé que podemos dizer como Habacuque – ainda que o poder continue corrompendo os mais nobres ideais; ainda que a maioria dos políticos não mereçam nossa confiança; ainda que malas de mensalões continuem circulando nos corredores do poder; ainda que a mentira permaneça na boca daqueles que juraram dizer só a verdade; mesmo assim, eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. Não pretendo chutar o balde, muito menos me juntar aos alienados. Mesmo que as notícias piorem cada dia e o mercado dê sinais de agitação e intranqüilidade, ou ainda que aqueles em quem um dia eu confiei me decepcionem e os sonhos que um dia acalentei se frustrem, eu ainda continuarei a sonhar e ter a esperança de um dia ver este país ser governado por gente decente. Líderes que sejam servos do povo, que aspirem ao sacerdócio e não ao poder, que lavam os pés uns dos outros e não se curvam diante daqueles que oprimem e amam a iniqüidade e não a justiça. Continuo tendo esta esperança porque sei em quem tenho crido, e sei que somente nele minha esperança repousa.
Ricardo Barbosa de Souza é conferencista e pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasilia

A Anatomia de uma dor - Carlos Caldas

Muita gente viu Terra das Sombras, o filme do diretor Richard Attenborough que narra um episódio da vida de C. S. Lewis, o conhecido pensador cristão irlandês. O episódio em questão foi a doença e morte de Joy Davidman, a esposa de Lewis. O que o filme não consegue apresentar é mostrado em Anatomia de uma dor (A grief observed), um dos mais recentes lançamentos da Editora Vida. A propósito, vale lembrar que a Vida elegeu 2006 como o “Ano C. S. Lewis”. Iniciativa que sem dúvida merece elogios, já que Lewis foi um dos mais significativos escritores cristãos do século passado. Anatomia de Uma Dor apresenta as reflexões de Lewis após perder sua esposa. Interessante observar que alguns anos antes Lewis havia escrito O Problema do Sofrimento (The problem of pain), no qual refletira sobre diversos aspectos relacionados ao lugar do sofrimento na vida. Todavia, Anatomia de uma dor é bastante diferente — não são mais reflexões teóricas de um pensador que escreve na segurança e no conforto do seu escritório. Antes, o livro apresenta as impressões reais e muito sinceras de alguém imerso em uma das piores dores que o ser humano pode conhecer em sua curta passagem por esta vida, que é a perda de uma pessoa amada. O autor não esconde, nem tenta esconder, o seu coração dilacerado. Quem passou por experiência assim terá mais condições de entender a argumentação do autor. Lewis rejeita consolações baratas e respostas prontas. E, à semelhança dos salmistas do Antigo Testamento, lamenta corajosamente sua perda diante do Senhor Deus. É possível que algumas pessoas se espantem com a maneira algumas vezes rude com que Lewis apresenta suas idéias nesse livro. Mas é possível também que Lewis, com toda sua amargura, esteja dizendo o que todo mundo pensa em situação de luto e pranto, mas não tem coragem de dizer. Certamente dessa vez ele molhou sua pena não nas tintas da reflexão serena e lógica que tanto marca seus outros escritos, mas nas cores de suas emoções mais profundas. Lewis mostra também a sua fé e convicção de que, acima da dor humana, está o Deus Todo-Poderoso, cujas ações muitas vezes não entendemos, mas que continua amando a humanidade, obra de suas mãos, mesmo — e principalmente — em momentos de dor e lágrimas. Fundamentos da Teologia PráticaA Editora Mundo Cristão pretende lançar a série “Teologia Brasileira”, na qual apresentará autores nacionais escrevendo sobre diferentes aspectos da teologia sistemática. Fundamentos da Teologia Prática é o primeiro volume da série. Seu autor, Júlio Zabatiero, é um dos mais criativos e competentes teólogos do Brasil. Júlio é biblista de formação, mas nesse livro revela sua habilidade no trato com outro locus da reflexão teológica, a teologia prática. Conforme o autor, toda teologia cristã deve ser prática. Zabatiero elabora interessantes reflexões sobre uma cristologia prática (a partir de Cl 1.15-20), uma soteriologia prática (a partir de Cl 2.6-15), uma espiritualidade cristocêntrica (a partir de Cl 2.16-3:4) e solidária (a partir de Cl 3.5-17) e uma missiologia integral (a partir de vários textos paulinos). A argumentação de Zabatiero é sugestiva, bem embasada teoricamente e bem fundamentada biblicamente. Fundamentos da Teologia Prática abre com chave de ouro a série “Teologia Brasileira”. Que venham os próximos números!
Carlos Caldas é professor na Escola Superior de Teologia e no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo.

Vinicius de Moraes

A amizade é o sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o
objeto dela se divida em outros afetos, enquanto
o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Tomemos cuidado para não passarmos em vão na vida



Texto para reflexão: Escondi a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti (Salmo 119.11).

Quando olhamos para a nossa realidade percebemos que a falta de sabedoria tem marcado esse momento na igreja brasileira. Frei Beto destaca isso usando a figura da criança. Ela cresce numa infância complicada, uma adolescência precoce e entra na idade adulta muito tarde e possui uma velhice sem querer morrer.
Os idosos não admitem a idade avançada querendo ser adolescentes. No meio dos pastores, temos homens sem sabedoria querendo ver a igreja crescer somente em termos de números. O grande hiato na igreja é a ausência de pessoas sábias. Pessoas que carregam a Palavra de Deus dentro do coração. Pessoas que sabem discernir entre o carnal e o espiritual. Como é triste pararmos para ver e perceber que há um vácuo na igreja de pessoas sábias. Na verdade, nossas comunidades estão cheias de técnicos da cultura moderna.
As pessoas sabem sobre tecnologia, sobre a cotação do dólar. Sobre a melhor aplicação na bolsa de valores na segunda-feira. Sobre a viagem de negócios. Sobre as compras do mês. Sobre o restaurante da última moda. Mas, dentro das nossas comunidades têm faltado pessoas que entendem a vida e as dinâmicas dela. Hoje temos livros que nos ajudam, mas, não temos pessoas sábias para nos ouvir e nos mostrar uma direção espiritual na Palavra de Deus. A sabedoria humana é algo até importante, mas é recheada de enfado e cansaço porque geralmente visa o homem como centro. Como percebemos no ensino de Salomão, ela se basta. Mas, a sabedoria divina encontrada nas Sagradas Escrituras é diferente e não nos permite passar em vão na vida.
Através do processo da vida percebemos nas entrelinhas que a igreja não trabalha com o histórico, mas trabalha com o momento da vida. Uma maneira séria para não passarmos na vida em vão é aquilo que o salmista nos ensina no Salmo 119.11 quando diz que esconde no seu coração a Palavra de Deus. A maneira para darmos ouvido à sabedoria de Deus é guardar a sua Palavra dentro do coração. É quando observamos todos os seus ensinos de maneira profunda e séria.
Não seja conhecido na vida só pela sabedoria humana, se não você cairá no esquecimento. Seja conhecido pela sabedoria divina e você não passará em vão na vida.
Que Deus nos ajude a ponderar sobre a vida na presença dele.


Alcindo Almeida

sábado, 1 de setembro de 2007

Vencendo o mundo





- Texto para a reflexão: "Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". (João 16:33)

Quando olhamos para a Palavra, nos lembramos do episódio da despedida de Jesus diante dos seus discípulos. O clímax da sua paixão, estava agora prestes a ocorrer. Enquanto Jesus permanecia oculto, como ser humano, o tempo estava sempre no futuro, mas a sua morte na cruz estava prestes a finalizar o que ele viera fazer. Ele orou: "Glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti; assim como lhe conferiste autoridade sobre toda a carne, a fim de que ele conceda a viria eterna a tortos os que lhe deste (João 17.1b e 2).
E ele foi para Jerusalém no seu caminho via crucis. E podemos imaginar Jesus no momento desta dor, dor de ser esbofeteado, humilhado pelos soldados, escarnecido por eles. Exatamente no meio deste caminho, desta humilhação que Jesus está ferido, desfigurado com uma dor profunda na alma e no coração por causa dos nossos pecados. Ele diz aos seus discípulos: "Estas coisas vos tenho dito para tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições; mas tendo bom ânimo, eu venci o mundo". Então, surge uma pergunta para nós: Como podemos vencer o mundo?
Com a promessa daquele que venceu todas as barreiras na sua caminhada na terra. Um dos mais vigorosos temas do Evangelho de João é que Jesus trouxe glória ao Pai, por sua vida e ações. Seu caráter como Filho de Deus é fazer as coisas que agradam ao Pai. A morte e a ressurreição de Jesus agora revelariam a glória do Pai da maneira mais completa. Jesus disse: E agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo (João 17.5).
A garantia para que vençamos o mundo é que Cristo venceu por nós. Ele então, diz para nós: Olhem, no mundo vocês encontrarão muitas aflições, mas não se preocupem, fiquem firmes, porque eu venci o mundo com todas as suas lutas.
Passemos as lutas que forem necessárias, não importa. O fato é que nelas temos aquele quer passou por aqui e experimentou no seu corpo todas as lutas da vida e as venceu para a glória do Pai. Portanto, nós passaremos também e seremos vitoriosos. ( Ler Rom. 8: 18; 28 e 37)
Jesus poderia ter sido seduzido pelo mundo, pelo poder, pois, quiseram fazê-lo rei, quiseram cobri-lo de glória e queriam dar-lhe um trono. Mas, a palavra dele era: "...Eu venci o mundo". Ele sabia qual era o seu caminho mesmo diante do sofrimento e por isso, venceu o mundo e não abriu mão do seu caminho na presença do Pai.
A paz de Jesus vem a nós porque ele venceu o mundo e nos dá a graça de vencermos este mundo também. Que ele nos fortaleça!!!

Pr. Alcindo Almeida
IGREJA PRESBITERIANA DE PIRITUBA